sábado, 28 de setembro de 2019

Mercados e comercialização da Banana Irrigada



Comercialização no mercado interno

A falta de cuidados na fase de comercialização é responsável por aproximadamente 40% de perdas do total de banana produzida no Brasil. As perdas são maiores nas regiões Norte e Nordeste, onde a atividade comercial é menos organizada. Nas regiões Sul e Sudeste, perdem-se menos frutas na comercialização. As perdas estão assim distribuídas: na lavoura (em torno de 5%); no processo de embalagem (aproximadamente 2%); no atacado (6 a 10%); no varejo (10 a 15%); e, no consumidor (5 a 8%).

No processo de comercialização, a etapa do transporte destaca-se como uma das mais importantes. Para evitar perdas e o rebaixamento no padrão de qualidade, os frutos devem ser acondicionados em caixas apropriadas.

Em relação à forma de comercialização, os negócios com banana no Brasil são de três tipos: 1) transações com banana verde, em cachos a granel ou pencas em caixas; 2) comercialização com banana madura no atacado, em caixas ou em cachos e; 3) banana madura vendida no varejo, em dúzias ou no peso.

Entre as diversas categorias de comerciantes que operam no mercado atacadista doméstico de banana e plátano, destacam-se: caminhoneiros, barqueiros, atacadistas (inclusive cooperativas) e feirantes com estufas para maturação. Os caminhoneiros e barqueiros geralmente se relacionam diretamente com os produtores na operação de compra, para depois revender o produto, pois raramente possuem instalações para maturação. Esses atravessadores preferem cultivares de banana mais resistentes e rústicas, uma vez que não dispõem de estrutura adequada ao transporte e conservação. Com isso tendem a aceitar mais a ‘Pacovan’ em detrimento da ‘Prata Anã’, que requer mais cuidados no transporte. Os atacadistas localizam-se, geralmente, em mercados terminais ou em armazéns próprios.

O produto climatizado alcança melhores preços no comércio varejista. Em vista disto, agricultores e cooperativas têm construído câmaras de maturação e, em pequena escala, fornecem aos atacadistas a banana já climatizada. Também os feirantes, num processo de integração vertical, constroem câmaras onde realizam a maturação da fruta, em geral, nas próprias residências; desta forma, acabam por absorver as margens de lucro da comercialização que seriam dos atacadistas.

Quanto ao comércio varejista, o maior porcentual é realizado por feirantes, em quase todas as capitais dos estados e mesmo em muitas das maiores cidades do interior. Outros tipos de estabelecimentos que integram a cadeia de comercialização de banana no Brasil, com diferentes graus de participação em cada região, são: supermercados, ambulantes, mercearias, quitandas e armazéns ou empórios.

Em algumas regiões produtoras do Nordeste e do norte de Minas Gerais, o acesso ao conjunto dos agentes de comercialização denominados sacolões, supermercados, redes de supermercados e grandes varejistas é restrito aos grandes produtores. A venda do produto em feiras livres e pequenos varejistas (como por exemplo, quitandas) é praticada principalmente por pequenos e médios produtores.

Variação estacional de preços

Um aspecto de fundamental importância no processo de comercialização é o conhecimento do comportamento dos preços do produto ao longo do tempo. De posse dessa informação, os agricultores e os diversos agentes envolvidos na comercialização passam a conhecer melhor os sinais de oferta e demanda do produto no mercado, permitindo-lhes elaborar melhor suas estratégias de vendas (dadas as restrições climáticas e geográficas).

A seguir, são apresentadas as sazonalidades de preços para as cultivares de banana mais comercializadas no Nordeste: ‘Prata’ e ‘Pacovan’. A análise, no caso da banana ‘Prata’, é feita para as quatro maiores capitais do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte; no caso da ‘Pacovan’, a analise é feita para Recife. O tipo de banana escolhido é o que tem maior expressividade em volume comercializado nas respectivas localidades.

A época de melhores preços da banana ‘Prata’ em Salvador ocorre entre os meses de maio e setembro, em virtude da menor oferta do produto. Nesta época do ano (maio a setembro), ocorre a combinação entre os maiores índices pluviométricos e a forte redução da temperatura média regional. Em Belo Horizonte, os preços mais elevados ocorrem em dois períodos distintos: 1) janeiro a março e 2) junho a setembro. Preços inferiores à média ocorrem de outubro a dezembro. No Rio de Janeiro, o comportamento dos preços observados de maio a setembro é similar ao ocorrido em Salvador, quando os preços estão acima da média anual. De modo geral, nos demais períodos, os preços não são os mais atrativos por estarem abaixo da média. Em São Paulo, o comportamento dos preços apresenta um padrão mais estável, com suaves oscilações em torno da média. No caso da ‘Pacovan’, em Recife, de setembro a dezembro os preços são estáveis, mas no nível mais baixo do ano. Em janeiro os preços começam a subir e se mantêm estáveis até agosto, com ligeira alta em abril, maio e junho.



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