Classificação botânica, origem e cultivares
A amoreira-preta (“blackberry”) pertence ao gênero Rubus que, segundo Ying et al., 1990, contém aproximadamente 740 espécies, divididas segundo alguns autores, em 12 subgêneros ou segundo outros em 15 subgêneros (Jennings, 1988, citado por Daubeny, 1996).
Em geral as plantas têm hastes bianuais, as quais necessitam de um período de dormência antes de frutificar. A espécie R. procerus é uma exceção, pois tem hastes semiperenes que frutificam por diversos anos antes de morrer. Algumas amoreiras-preta frutificam nas hastes primárias.
O hábito de crescimento das hastes varia de ereta a prostrada, podendo ter hastes com ou sem espinhos. Este é um caráter genético recessivo para ausência de espinhos.
As flores, em geral, possuem cinco sépalas e cinco pétalas e numerosos estames e carpelos dispostos ao redor de um receptáculo, geralmente, de forma cônica.
Origem
O gênero Rubus apresenta formas de reprodução sexuada e assexuada, possuindo número básico de cromossomos igual a 7 (Jennings, 1995). A ocorrência de poliploidia, agamospermia (formação de sementes sem reprodução sexual) e hibridação entre as espécies, tornam a taxonomia do grupo bastante complicada (Alice, 2002). É comum a ocorrência de híbridos interespecíficos com vários graus de esterilidade, os quais se reproduzem assexuadamente por reprodução vegetativa e agamospermia (Grant, 1981).
Três grupos de amoreiras-preta foram domesticados. O primeiro, das amoreiras-preta europeias, inclui um grande número de formas poliploides, com a maioria tetraplóide (2n = 4x = 28). O segundo, no leste da América do Norte, é composto por plantas de porte ereto e também inclui muitas formas poliploides. O terceiro grupo, no oeste da América do Norte, geograficamente separado do anterior pelas pradarias e pelas Montanhas Rochosas, possui plantas de hábito prostrado e tem números de cromossomos mais elevados, sendo comuns as formas octaploides (2n = 8x = 56) e dodecaplóides (2n = 12x = 84) (Jennings, 1995). O cultivo de amoreira-preta se tornou popular nos Estados Unidos após 1840.
No Brasil, ocorrem cinco espécies nativas de amoreiras-preta (Figura 1 e 2): R. urticaefolius, R. erythroclados, R. brasiliensis, R. sellowii e R.imperialis, as quais produzem frutos pequenos e com coloração branca (Figura 3), rosa, vermelha ou preta (Reitz, 1996). Nenhuma das espécies brasileiras foi domesticada. As cultivares de amoreiras-preta utilizadas no país são o resultado de introduções, hibridações e seleções de cultivares americanas.
Melhoramento genético
À medida que as matas iam sendo “clareadas”, as plantas nativas de amora-preta iam se espalhando, dando lugar a um programa de melhoramento natural e massivo, entre várias espécies de Rubus, que eram inter-férteis, com diferentes níveis de ploidia e altamente heterogêneas. Foram selecionados os melhores clones, sendo que dois deles, ‘Lawton’ e ‘Dorchester’, foram introduzidos para cultivo em 1850, contribuindo grandemente para o desenvolvimento de cultivares com características interessantes. Em 1867, foram registradas 18 cultivares, a maioria selecionada de plantas nativas (Moore,1986 e Skirvin, 1990) incluindo a introdução de uma cultivar européia da espécie R. laciniatus. Um mutante sem espinhos de R. laciniatus, encontrado ocorrendo de forma silvestre em torno de 1930, se tornou a cultivar americana de maior produtividade (Jennings, 1995).
De um modo geral, as primeiras cultivares dos programas de melhoramento descendem da hibridação de várias espécies. Já a maioria das mais antigas cultivares sem espinhos se originaram de mutações dos tipos com espinhos. Várias são mutações superficiais, que não transmitem estas características quando multiplicadas por estacas de raiz ou em cruzamentos.
Um dos primeiros programas, planejados, de melhoramento genético propriamente dito, foi conduzido na Califórnia por Judge Logan, na década de 1880 (Jennings, 1981). Ele cultivava as cultivares de amoreira-preta (“blackberry”), Anghinbauch e Texas Early e a cv. de framboesa (“raspberry”), Red Antwerp muito próximas umas das outras. “Seedlings” originários da cv. Anghinbaugh deram uma seleção com frutas grandes e atrativas, intermediárias entre a citada cultivar e da cv. de framboesa Red Antwerp, que posteriormente, foi chamada de ‘Loganberry’. Outras seleções foram feitas deste mesmo cruzamento (Figura 4), como ‘Mammoth’. Além destes, no século XX, houve outras cultivares lançadas como ‘Phenomenal’ e ‘Youngberry’ (Hall, 1990, citado por Daubeny, 1996).
Objetivos dos programas de melhoramento
Produtividade: é um dos atributos importantes. Considera-se uma produtividade de 10 t/ha como boa.
Qualidade: a qualidade das frutas é talvez o atributo mais importante. Especial ênfase é dada à aparência (tamanho das frutas, cor e brilho), firmeza e, principalmente, sabor. O pequeno tamanho das sementes também é desejável.
Época de maturação: a fim de permitir um escalonamento da produção.
Plantas eretas: Têm custo de produção menor por não necessitarem de suporte
Hastes sem espinhos (Figura 5): facilita colheita e tratos culturais, como a poda.
Produção em hastes primárias: interessante em lugares com dificuldade de mão de obra. Elimina o trabalho de poda manual e permite uma produção no outono, embora em menor escala.
Firmeza e conservação: importantes, principalmente por ser uma fruta em geral macia e de difícil conservação pós-colheita.
Perfilhamento: a fim de facilitar os trabalhos de propagação.
Programas de Melhoramento Ativos nos últimos 20 Anos*
Estados Unidos da América (EUA)
USDA – Illinois e Beltsville, MD; 1950 - presente (`Chester`, `Triple Crown´, outras);
USDA - Corvallis OR; 1930 - presente (`Marion´, ´Black Butte´);
Univ. of Maryland – 1950 - presente (´Chesapeake´);
Univ. of Arkansas – 1964 - presente (´Navaho´, ´Apache´, ´Kiowa´, ´Chickasaw´, outras);
North Carolina State Univ. – 1983 - presente;
Escócia
Scotland, SCRI- 1966 - presente (´Loch Ness´, ´Tayberry´);
Nova Zelândia
HortResearch – 1980 - presente (´Lincoln Logan´, ´Riwaka Choice´);
Brasil
EMBRAPA – 1972 - presente (‘Negrita’, ´Ébano´, ´Guarani´, ‘Tupy’,´Caingangue´ e ´Xavante´);
Polônia
Polônia, Inst. Pomolgy – 1980 - presente (´Orkan´, ´Gazda´);
Alguma atividade na Suécia, Sérvia.
* Informação Pessoal do Dr. John Clark, Dept. de Horticultura, Universidade de Arkansas (2006)
Melhoramento no Brasil
No Brasil, o programa de melhoramento com amoreira-preta foi iniciado na década de 70, inicialmente com a introdução de uma pequena coleção de cultivares, da qual faziam parte ‘Brazos’, ‘Cherokee’ e ‘Comanche’, além de um clone originário do Uruguai, cuja identidade era desconhecida. Dois ou três anos após esta introdução, foram trazidas sementes de cruzamentos realizados na Universidade de Arkansas, Estados Unidos, que originaram cerca de 12 mil “seedlings”, nos quais foram feitas as primeiras seleções. Do programa em andamento na Embrapa Clima Temperado, foram lançadas as cultivares Ébano, em 1981; Negrita em 1983; Tupy e Guarani, em 1988; Caingangue, em 1992; e Xavante, em 2004.
Cultivares testadas e adaptadas às condições do Sul do Brasil
As descrições dadas a seguir são baseadas em The Register of New Cultivars, The Brooks & Olmo (1997) e também Raseira et al., 1984, e cadernetas de campo da Embrapa – Clima Temperado e informações pessoais do Dr. John Clark (2006).
Arapaho
É um cultivo de maturação mediana a precoce, de hastes sem espinhos e com boa qualidade de fruta (Figura 6 e 7). Desenvolvida no Departamento de Horticultura da Universidade de Arkansas, EUA, pelos melhoristas Dr. James N. Moore e John Clark, é originária de hibridação entre as seleções Ark.631 por Ark. 883 (ambos genitores heterozigotos para genes de ação recessiva para o caráter ausência de espinhos, derivados de cruzamento entre Merton Thornless x Thornfree). O cruzamento que deu origem a Arapaho foi realizado em 1982, a planta matriz selecionada em 1985 e testada como Ark. 1536. A Universidade de Arkansas detém a patente dessa cultivar com n° de patente 8510, de 21 de dezembro. De acordo com a descrição encontrada no livro de Register of New Fruit & Nut Variety, a fruta tem tamanho médio, firme, cor preta brilhante, forma cônica, com sementes pequenas. As frutas são de excelente sabor e alto teor de sólidos solúveis. Na região onde foi selecionada a colheita estende-se por 4 semanas. A planta é produtiva , moderadamente vigorosa e muito ereta .
Em Pelotas, RS, as frutas são de tamanho médio, com peso variável entre 4 e 7g (a maioria entre 3 e 4g), com sabor bom (acidez acentuada) e sólidos solúveis entre 7 e 8 °Brix.
A necessidade de frio é estimada entre 400 e 500h.
Brazos
Cultivar lançada pela Texas A&M University, em 1959. Resultou da segunda geração de seleção originária de cruzamento entre ‘Lawton’ e ‘Nessberry’, selecionada em 1950, sendo Tetraploide (4n=28 cromossomos).
As hastes são semieretas, vigorosas e com espinhos (Figura 8). Plantas muito produtivas. É das primeiras cultivares a florescer, com a flor branca e grande e floração uniforme. A mesma inicia, geralmente, na segunda semana de setembro e a plena floração ocorre, normalmente, na segunda semana de outubro. As frutas são grandes (peso médio em torno de 8g) (Figura 8). O sabor é doce ácido, mas sobressai a acidez e um pouco de adstringência. O teor de sólidos solúveis é em geral de 8° Brix. Em testes preliminares, as frutas descoloriram após uma noite em geladeira. Nas condições de Pelotas, RS, a maturação inicia-se em meados de novembro estendendo-se até final de dezembro.
Caingangue
Foi selecionada dentre os “seedlings” de segunda geração de um cruzamento entre ‘Cherokee’ por Seleção Black 1. Esta por sua vez é oriunda de hibridação entre ‘Shaffer tree’ x ‘Brazos’.
As plantas desta cultivar têm hastes vigorosas, eretas, com espinhos (Figura 9) e tem boa capacidade de multiplicação. A brotação ocorre na primeira dezena de agosto e a colheita estende-se da segunda dezena de novembro a meados de dezembro (em alguns anos até fim de dezembro). A produção média por planta varia de 1,5 a 3 kg e o peso médio das frutas está entre 5 e 6 g.
As frutas têm forma arredondada (Figura 9). O sabor doce-ácido, com teor de sólidos solúveis, em média superior a 9° Brix podendo chegar a próximo de 11° Brix. A firmeza das frutas é média. É recomendada para consumo in natura por ter sabor mais equilibrado que as demais cultivares, semelhantemente à cv. Tupy.
É uma cultivar de baixa necessidade em frio sendo recomendada mesmo para áreas com acúmulo de frio inferior a 300 horas.
Cherokee
Desenvolvida na Universidade de Arkansas e originária do cruzamento realizado em 1965 entre ‘Darrow’ e ‘Brazos’. Foi lançada como cultivar em 1974. As plantas possuem hastes eretas, vigorosas e com espinhos. É considerada como adequada à colheita mecânica.
As frutas são médias a grandes (Figura 10), de película negra, atrativa e de boa qualidade, inclusive para congelamento e conserva (The Brooks & Olmo, 1997).
Na coleção da Embrapa Clima Temperado, as plantas mostraram-se vigorosas e produtivas. As frutas são de forma alongada, uniformes; apresentaram bom sabor, com teor de sólidos solúveis em torno de 8 a 9 °Brix, tendendo a equilibrado. São de tamanho médio (5 e 8g). A floração começa no início de outubro e a plena ocorre ao final de outubro ou início de novembro (Figura 10) . A colheita inicia ao final de novembro.
Comanche
Originária de cruzamento realizado em 1965, na Universidade de Arkansas, USA, foi selecionada em 1968 e testada como Ark. 527. As plantas têm hastes eretas, muito produtivas e com espinhos (Figura 11). Perfilham facilmente e segundo literatura americana, adapta-se à colheita mecânica. As frutas são pretas, firmes e de bom tamanho. Segundo dados da Embrapa Clima Temperado, o peso médio varia entre 4 e 7g. O sabor tem predominância de acidez. A colheita é ao final de novembro ou início de dezembro. Esta cultivar floresce, em geral, de meados de setembro a início de novembro.
Choctaw
É também originária do Programa de Melhoramento da Universidade de Arkansas, proveniente de hibridação realizada em 1975 entre um híbrido de Darrow x Brazos por ‘Rosborough’. Foi patenteada pela Universidade de Arkansas sob número 6678 (US patent 6678).
As plantas são bem eretas, prolíficas, muito produtivas e facilmente produzem hastes a partir de estacas de raiz. É considerada imune à ferrugem e resistente à antracnose, moderadamente suscetível a oídio e suscetível a enrosetamento. É resistente ao frio hibernal. As frutas são firmes, cônicas e com sementes pequenas.
Nas condições de Pelotas, as frutas apresentaram tamanho médio (em torno de 5 g de peso médio, o sabor foi doce ácido, predominando acidez, e os sólidos solúveis variaram entre 8,2° a 9,6 °Brix. A plena floração ocorre, geralmente, no início de outubro e a maturação na terceira semana de novembro (Figura 12). É considerada por alguns como a segunda melhor cultivar no grupo Arkansas.
Crédito: Luis E.C. Antunes
Figura 12. Frutos (imaturos) e hastes da cultivar de amoreira-preta Choctaw.
Ébano
Originária do trabalho conjunto entre a Embrapa e a Universidade de Arkansas. Foi selecionada, em Pelotas-RS, dentre os seedlings de segunda geração de cruzamento entre ‘Comanche’ e planta selecionada do cruzamento ‘Thornfree’ x ‘Brazos’.
As hastes são prostradas, necessitando de suporte e sem espinhos. Produz muito bem nas áreas mais frias da região. As frutas são recomendadas apenas para processamento, uma vez que têm sabor predominantemente ácido e adstringente. Entretanto dá um bom produto sob forma de polpa para uso em geléias, sucos, sorvetes, iogurtes.
As frutas são de tamanho médio (peso médio entre 4 e 6g) (Figura 13). É de maturação tardia, aproximadamente 40 dias após a cultivar Brazos. A plena floração ocorre em meados de novembro. A necessidade em frio é maior do que as demais cultivares lançadas pelo Programa da Embrapa.
Crédito: Ailton Raseira
Figura 13. Frutos da cultivar de amoreira-preta Ébano.
Guarani
Originária de sementes introduzidas da Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos, e selecionada na Embrapa Clima Temperado. Floresce ao final de agosto e durante todo o mês de setembro ou, em alguns anos, de setembro a início de outubro. As hastes são eretas e com espinhos. As frutas são de sabor doce-ácido, com predominância do ácido (Figuras 14 e 15). O teor de sólidos solúveis varia de 8 a 10 °Brix. É inferior à Tupy em cor, sabor e tamanho das frutas. A maturação é precoce, sendo a colheita em novembro. Esta cultivar é também recomendada para consumo in natura.
Tupy
É, atualmente, a cultivar de amoreira-preta mais plantada no Brasil, além de ocupar uma posição de destaque (aproximadamente 3.000 ha) no México onde é produzida, principalmente, para exportação aos Estados Unidos. É resultante de cruzamento realizado entre ‘Uruguai’ e a cv. Comanche. `Uruguai’ era um clone originário daquele país e cuja identidade não era conhecida. ‘Tupy’ foi lançada pela Embrapa Clima Temperado na década de 90 (Figura 16), cujo programa foi liderado pelo Dr. Alverides M. dos Santos. Caracterizava-se por ser de hastes de hábito prostrado que necessitavam suporte, e provavelmente fosse um clone de ´Boysenberry´, produzindo frutas vermelho claras e suculentas. Este cruzamento foi realizado em 1982.
Suas plantas são de porte ereto, vigorosas, com espinhos (Figura 17), perfilhamento médio e florescem em setembro e outubro. A colheita, nas condições de Pelotas, vai de meados de novembro a início de janeiro.
As frutas têm 8 a 10g de peso médio, sabor equilibrado acidez/açúcar e com teor de sólidos solúveis entre 8 e 10° Brix.
É de baixa necessidade em frio.
Xavante
Lançamento conjunto da Embrapa Clima Temperado (Figuras 18, 19 e 20) e da University of Arkansas (Moore et al., 2004; Moore et al., 2005). Resultante de sementes coletadas em Clarksville, AR, de uma população resultante de cruzamento entre as seleções A. 1620 e A. 1507, sendo, portanto, segunda geração deste cruzamento. ‘Xavante’ foi selecionada em Pelotas, dentro do programa de melhoramento genético de amoreira-preta, liderado pela Dra. Maria do Carmo Bassols Raseira. As suas hastes são vigorosas, eretas e sem espinhos (Figura 19). É uma cultivar de baixa necessidade em frio e bastante produtiva. A floração inicia em setembro estendendo-se até outubro. A maturação é precoce e a colheita inicia em meados de novembro. As frutas têm forma alongada, firmeza média, sabor doce–ácido, predominando a acidez, com teor de sólidos solúveis em torno de 8° Brix. O peso médio da fruta é de 6 g.
Em testes preliminares, as cultivares Tupy e Guarani mostraram necessidade em frio muito semelhante, entre 200 e 300 horas, para obter uma boa brotação de gemas, e cerca de 400 horas para 100% de brotação. Já a cv. Caingangue não foi bem com 200 horas e necessitou um mínimo de 300 horas. A cultivar Xavante não fez parte do teste, mas, pelo comportamento a campo, estima-se que a necessidade em frio seja inferior à cv. Tupy.
Cultivares não testadas no RS, mas com perspectivas de adaptação
Apache: Lançada pela University of Arkansas, a frutas apresenta tamanho médio (Figura 21) e bom sabor (11ºBrix). Sua exigência em frio é cerca de 800 a 900 horas, possui hastes sem espinhos.
Adrienne: Originária da Inglaterra, possui hastes sem espinhos. Maturação precoce e excelente qualidade.
Black Satin: Originária de Illinois, possui hastes sem espinhos. Variedade que apresenta frutas grandes, planta semi-ereta e boa conservação pós-colheita.
Cheyenne: Originária do programa de Arkansas em 1977. Apresenta hastes com espinhos. As frutas são firmes.
Chester Thornless (USDA): Originária de Illinois, possui hastes sem espinhos. Apresenta frutas grandes (5 a 7g), alta qualidade, firmes. Não descolorem no calor. Comercialmente a mais importante.
Chickasaw: Lançada pelo programa de melhoramento de Arkansas, em 1999. Possui hastes com espinhos, frutas grandes (média 10g), teor de sólidos solúveis totais (SST) de 10 ºBrix. Necessidade de frio em torno de 500 a 700h.
Flordagrand: Lançada pelo programa de melhoramento da Universidade da Flórida. Planta vigorosa e muito produtiva. Tem baixa necessidade em frio. Não é auto-fértil e a cultivar Oklawaha pode ser utilizada como polinizadora. Hastes com espinhos.
Kiowa: Lançada pelo programa de melhoramento de Arkansas, em 1996. Planta produtiva, ereta e de vigor médio. Possui baixa exigência em frio (200h). Frutas oblongas e de tamanho muito grande (média 12g) (Figura 22). Hastes com espinhos.
Hull Thornless: Originária de Illinois, possui hastes sem espinhos. Frutas oblongas, de película preta e firmes.
Navaho: Lançada pelo programa de melhoramento de Arkansas, possui hastes sem espinhos. Frutas médias (5 g) (Figura 23), cônicas, muito firmes, boa conservação, alto teor SST.
Shawnee: Produz frutas grandes, de firmeza média, coloração preta, brilhante e com bom sabor. Muito produtiva. Hastes com espinhos.
Silvan: Origem: Austrália. Tolerante a ventos, seca e solos pesados. Frutas com sabor doce-ácido, ficando macias após a colheita.
Os trabalhos de melhoramento genético e testes de cultivares e seleções avançadas, são realizadas atualmente na Embrapa Clima Temperado, e pelos parceiros, Embrapa Uva e Vinho, Fepagro, Epagri, Universidade Tecnologia Federal do Paraná - Pato Branco (PR), APTA/IAC e Epamig. As seleções avançadas apresentam características de interesse, como época de maturação diferenciada, ausência de espinhos nas hastes, bom sabor para consumo fresco e muito boa firmeza das frutas.
Cultivares tipo “primocane”
O desenvolvimento de flores nas hastes de crescimento do ano é de suma importância no gênero Rubus (Clark, 2006). A expansão da framboesa foi auxiliada por cultivares desse tipo como ‘Heritage’ e ‘Autumn Bliss’. Na amoreira-preta esta característica também tem despertado atenção e deve crescer em importância. Diversas vantagens são atribuídas a este caráter, entre elas, possibilidade de duas colheitas ao ano, redução do custo de mão de obra com a poda, possibilidade de escalonar a produção com o manejo das hastes do ano (primocane), produção mais tardia, escape do problema de flores duplas (doublé blossom).
A Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos tem dispendido grandes esforços do melhoramento nessa direção e como resultado lançou em 2005, as cultivares Primo-Jan (APF-8) e Primo-Jim (APF-12), ambas protegidas. Estas cultivares são indicadas para plantio doméstico devido à maciez das frutas, não sendo adequadas ao transporte e também por acreditar-se que não sejam adaptadas a muitos ambientes.
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