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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Noções sobre o uso de Agrotóxicos



Noções sobre o uso de agrotóxicos


Os agrotóxicos, produtos e agentes químicos ou biológicos, cuja finalidade é a de preservar, a flora e a fauna, da ação danosa de outros seres vivos considerados nocivos, são distribuídos em grupos de produtos classificados como inseticidas (controlam as pragas), fungicidas (agem sobre os fungos), herbicidas (combatem as plantas invasoras), bactericidas (controlam as bactérias), acaricidas (eliminam os ácaros), nematicidas (agem sobre os nematóides do solo), moluscidas (combatem as lesmas) e raticidas (agem sobre os ratos).
O uso de agrotóxicos tem sido questionado pelos ambientalistas, ecologistas e biólogos, pois são produtos químicos que, quando aplicados de forma indiscriminada e inadequada, causam problemas à flora, à fauna e ao próprio homem.
O uso de agrotóxicos nos cultivos de açaizeiro ainda são limitados, pois se restringem a poucas ações no controle de pragas, em sementeiras, viveiros e no campo. O uso de fungicidas praticamente inexiste, pois o "anel-vermelho", até então referido em alguns trabalhos entomológicos, associados às ações provocadas pela broca-do-coqueiro, vetor do nematóide causador dessa doença, não atingiram ainda estágios de comprometimento econômico à produção de frutos.

Escolha do agrotóxico

Para que sejam obtidos resultados eficientes, no controle desses seres nocivos dentro da atividade agrícola, são observados, como princípios básicos, se a incidência de doença, praga ou concorrência de plantas invasoras justifica o controle, e se o uso de agrotóxico provoca desequilíbrio à cultura e ao meio ambiente.
É importante avaliar, quando da decisão do combate à nocividade, se o agrotóxico é recomendado para o controle desejado, tendo sempre em mente a preocupação de escolher produtos menos tóxicos. Quando houver a necessidade do uso de dois produtos é prudente verificar se não há incompatibilidade e não deve ser esquecido o respeito ao intervalo mínimo entre a aplicação e a colheita.

Cuidados especiais no uso e manuseio de agrotóxicos

O uso de agrotóxicos exige de seus manuseadores o conhecimento básico sobre o modo de ação, as doses recomendadas, a hora e a época de aplicações, a formulação do produto (pó-molhável, concentrado emulsionável, pó seco), a classe toxicológica e sobre os cuidados durante e após as aplicações no controle de doenças, pragas e plantas invasoras nas culturas de importância socioeconômica, assim como na manipulação das embalagens após o esvaziamento das mesmas.
Os agrotóxicos, comercializados em embalagens do tipo pacote, caixa, lata e vidro, são dotados de rótulos, que devem ser sempre preservados, contendo informações importantes sobre o produto, como: as culturas beneficiadas com a sua aplicação; as doenças, pragas ou plantas invasoras que podem ser tratadas; a melhor época para controlar as doenças, pragas e plantas invasoras; a dosagem recomendada; o intervalo entre as aplicações; a carência ou intervalo entre a última aplicação e a colheita, para que o agrotóxico não contamine os alimentos; a compatibilidade, quando da possibilidade e necessidade de se aplicar mais de um produto ao mesmo tempo; os cuidados a serem tomados pelo aplicador, para não se contaminar; e sobre a formulação do produto e a indicação do princípio ativo.
Nas propriedades, os agrotóxicos devem ser armazenados ou guardados longe do alcance de crianças e de animais, e evitados os lugares úmidos, a céu aberto e próximo das habitações. As embalagens devem ser mantidas sempre fechadas e os produtos conservados na embalagem original.
Quando do manuseio, após a abertura das embalagens, o produtos não deve ser tocado sem a observação dos cuidados necessários, como os usos de equipamentos de proteção individual (EPI), tais como luvas, óculos e máscara para evitar o contato e a inspiração do produto.
As embalagens devem ser recolhidas e encaminhadas para terem o destino final, de acordo com a legislação regulamentada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Na impossibilidade de cumprimentos das normas de proteção, devem ser inutilizadas e enterradas em locais adequados, mas sempre longe de rios, fontes e igarapés; e, nos casos de embalagens abertas ou rasgadas, as mesmas devem ser mantidas em sacos de plástico.
Os agrotóxicos são poderosos contaminantes que necessitam, quando usados, de cuidados que minimizem ou neutralizem os seus efeitos prejudiciais ao homem, animais, alimentos e ao ambiente. As ações que devem ser postas em prática, com vistas à redução do perigo da contaminação, estão relacionadas com o uso e lavagens dos pulverizadores, as aplicações do produto, os cuidados com o aplicador e o destino final dos resíduos e embalagens.
Esses temas são regulamentados por leis específicas e detalhados quanto aos seus usos e aplicações, como a Lei n° 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Parte dessa lei, foi regulamenta pelo Decreto nº 3.179, de 21.09.1999, que dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e alterada pela Lei 9.974, de 06 de junho de 2000, que trata especificamente sobre o destino das embalagens vazias.

Técnica de aplicação

Os defensivos químicos são os meios mais perigosos, porém eficazes, que o agricultor dispõe para o controle de doenças, pragas e plantas invasoras, que comprometem a rentabilidade de suas lavouras. No entanto, por causa dos seus usos indiscriminados e inadequados, vêm causando danos ao ambiente e ao próprio homem, mesmo quando são necessários poucos gramas de ingrediente ativo por hectare para controlar as doenças, pragas e plantas invasoras.

Formulação e modo de aplicação

Os defensivos são comercializados nas formulações sólidas (pó e granulado); líquidas (pó-molhável ou emulsionável), e gasosas, sendo estas últimas de uso bastante restrito.
As formulações na forma de pó seco contêm 0,5% a 10% de ingrediente ativo e a aplicação é feita com polvilhadora ou polvilhadeira. Essas formulações têm baixas concentrações, por isso o custo da aplicação, por unidade de área, é maior. As desvantagens da aplicação de pó estão relacionadas ao fato das partículas serem levadas pelo vento a longas distâncias, a baixa aderência das mesmas, o que facilita a lavagem pela chuva, e ao alto risco de inalação das partículas pelos aplicadores.
As formulações granulares são aplicadas a lanço e oferecem maior segurança aos aplicadores. Os grânulos também contêm baixa concentração de ingrediente ativo sendo, portanto, de custo mais alto como ocorre com os pós-secos. O maior problema com o uso de granulados é o fato de terem ação sistêmica, por isso vêm sendo desenvolvidos produtos microencapsulados, de liberação lenta, que reduz mais os riscos de contaminação do aplicador.
As formulações líquida, pó-molhável ou concentrado emulsionável, são aplicadas em pulverizadores, constituídos de bomba de pressão e de bico. O bico é a parte mais importante do pulverizador, pois são usados diferentes tipos para que sejam conseguidos espectros de gotas desejados e mais eficientes. Os bicos são usados para fracionar o líquido em gotas e, além do tipo universal, são classificados de acordo com a energia utilizada em:
- Bicos de impacto, leque ou cone (energia hidráulica): são de baixa pressão e gotas grandes, usados na aplicação de herbicidas;
- Pneumático e vertical (energia gasosa): usados para as aplicações em folhagem de arbustos e árvores, e espacial de aerossóis;
- Disco rotativo e gaiolas (energia centrífuga): usados para aplicação de herbicidas em volumes pequenos com gotas de tamanho quase uniformes;
- Vibratório (energias cinética e térmica): empregados para produzir grandes gotas (herbicidas) e neblina ou fumaça, uso em recinto fechado ou floresta, respectivamente;
- Eletrohidrodinâmico (energia elétrica): utilizados na aplicação de produtos oleosos e volumes reduzidos (0,5 a 1,5 L/hectare).
As dosagens dos agrotóxicos usados nas lavouras podem ser expressas em quantidades do produto por unidade de área (hectare ou alqueire) ou pela quantidade do produto por 100 litros de água (180 g/100 L; 210 mL/100 L; 320 cc/100 L).
De acordo com os volumes de agrotóxicos aplicados nas lavouras, quando também é levado em consideração o porte das culturas, existem pelo menos 5 tipos de aplicações de defensivos, a saber: alto volume, normalmente são aplicados de 600 a 1.000 L/hectare; médio volume, de 200/600 a 600/1.000 L/hectare; baixo volume, de 50/200 a 200/500 L/hectare; muito baixo volume 5/50 a 50/ 200 L/hectare; e ultrabaixo volume de 5 L/hectare, para plantas rasteiras e árvores/arbustos, respectivamente.
O tamanho das gotas, que têm grande importância na eficiência da aplicação de diferentes defensivos, com o mínimo de contaminação ambiental, foi definido ou classificado pela Organização Mundial de Saúde (1976) em:
- Aerossol: distribui gotas com diâmetro médio do volume inferior a 50 micrômetros (1 micrômetro = 0,001 milímetro);
- Nebulização: distribui gotas com diâmetro médio do volume inferior a 50 micrômetros; pulverização fina, distribui gotas com diâmetro médio do volume entre 50 e 100 micrômetros; e
- Pulverização grossa: distribui gotas com diâmetro médio do volume superior 400 micrômetros.
O preparo da calda é uma operação que oferece perigo ao aplicador e ao ambiente, pois o defensivo químico está concentrado. A preparação da calda não deve ser feita às proximidades de poços, rios e igarapés, pois no caso de ocorrer vazamentos e respingos resultará em contaminação, principalmente, daqueles que usarão a água para consumo e sobrevivência.
Os principais cuidados no preparo da calda são: o pó não deve ser colocado diretamente no tanque do pulverizador, antes há a necessidade de misturá-lo com um pouco de água, em balde ou outro tipo de vasilha, para a obtenção de uma mistura mais homogênea, assim é evitada a deposição do produto no fundo do tanque do pulverizador, que pode provocar entupimento de bicos e provocar desgastes no equipamento; o defensivo não deve ser colocado no pulverizador vazio, abastecer antes com certa quantidade de água, que não afete a concentração da calda de aplicação; usar água limpa no preparo da calda, com isso não haverá o entupimento e menor será o desgaste do equipamento; adicionar o espalhante-adesivo, após o preparo da calda, para evitar a formação de espuma; e aplicar a mistura no mesmo dia em que foi preparada.
Antecedendo à aplicação do agrotóxico, o equipamento de distribuição, pulverizador costal (manual e motorizado), pulverizador de barra ou atomizador, deve ser regulado, de modo a garantir a vazão correta da calda e o volume a ser aplicado na área, planta, etc. considerada na operação.
É importante observar que, quando das aplicações de agrotóxicos, é comum o desgaste dos bicos após algumas horas de trabalho, assim precisam ser substituídos para não haver prejuízos à pulverização.

obs:apesar de ser totalmente contra o uso de agrotóxicos, devo salientar necessário, orientar o seu uso de maneira correta, e o resto é o livre arbítrio.
equipe frutas Brasil (todos os direitos reservados)




Metodos alternativos para controle de pragas e doenças das plantas.



Controle Agroecológico de Pragas e Doenças
Manejo Integrado de Pragas (MIP) 
e os Métodos Agroecológicos



O que é melhor curar? A febre ou a doença que a provoca? Responder a essa pergunta significa optar pelo tratamento do efeito (a febre) ou da causa (doença) de um determinado problema. Assim como no corpo humano habita uma série de microorganismos que coexistem pacificamente conosco, na lavoura esses organismos também se encontram no solo, nas plantas e nos organismos dos animais. Só quando o corpo e a agricultura se tornam fracos e desequilibrados em seu metabolismo, é que esses organismos oportunistas atacam, tornando-se um problema. Isso significa que a origem do problema não é a existência desses organismos, mas o desequilíbrio presente ou no corpo humano ou no ambiente agrícola.

Na agricultura convencional, as práticas de campo se direcionam para o efeito do desequilíbrio ecológico existente. Este desequilíbrio gera a reprodução exagerada de insetos, fungos, ácaros e bactérias, que acabam se tornando "pragas e doenças" das lavouras e das criações de animais. Aplicam-se agrotóxicos nas culturas, injetam-se antibióticos e outros remédios nos animais buscando exterminar esses organismos. Contudo, o desequilíbrio quer seja no metabolismo de plantas e animais, quer seja na constituição físico-química e biológica do solo permanece. E permanecendo a causa, os efeitos (pragas e doenças) cedo ou tarde reaparecerão, exigindo maiores frequências de aplicação ou maiores doses de agrotóxicos num verdadeiro "círculo vicioso".

Na agricultura orgânica, por sua vez, trabalha-se no sentido de estabelecer o equilíbrio ecológico em todo o sistema. Parte-se da melhoria das condições do solo, que é a base da boa nutrição das plantas que, bem nutridas, não adoecerão com facilidade, podendo resistir melhor a algum ataque eventual de um organismo prejudicial. Cabe destacar o termo "eventual" porque num sistema equilibrado, não é comum a reprodução exagerada de organismos prejudiciais, visto que existem no ambiente inimigos naturais, que naturalmente irão controlar a população de pragas e doenças. 

Desta forma, partindo da prevenção e do ataque às causas geradoras de desequilíbrio metabólico em plantas e animais, os métodos agroecológicos de manejo de tais organismos se tornam bem sucedidos à medida em que encaram uma propriedade do mesmo modo que um médico deveria olhar para uma pessoa: como um "organismo", uma individualidade única e repleta de interações dinâmicas e em constante mudança.

Diferença entre o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e os Métodos Agroecológicos


O Manejo Integrado de Pragas (conhecido como MIP), constitui um plano de medidas voltadas para diminuir o uso de agrotóxicos na produção convencional, buscando otimizar o uso desses produtos no sistema. O princípio da agricultura convencional de atacar apenas os efeitos, permanece à medida em que todas as práticas se voltam para o controle de pragas e doenças e não para o equilíbrio ecológico do sistema. Contudo, existe uma preocupação em se utilizar agrotóxicos apenas quando a população desses organismos atingir um nível de dano econômico (em que as perdas de produção gerem prejuízos econômicos significativos), diminuindo a contaminação do ambiente com tais produtos.
Já os métodos agroecológicos buscam aplicar o princípio da prevenção, fortalecendo o solo e as plantas através da promoção do equilíbrio ecológico em todo o ambiente.Seguindo essa lógica, o controle agroecológico de insetos, fungos, ácaros, bactérias e viroses é realizado com medidas preventivas tais como:


Plantio em épocas corretas e com variedades adaptadas ao clima e ao solo da região.


Consorciação de culturas


Fazer uso da adubação orgânica.


Rotação de culturas e adubação verde.


Cobertura morta e plantio direto.


Plantio de variedades e espécies resistentes às pragas e doenças.


Consorciação de culturas e manejo seletivo do mato.


Evitar erosão do solo.


Fazer uso de adubos minerais pouco solúveis admitidos pela Instrução Normativa.


Uso de plantas que atuem como "quebra ventos" ou como "faixas protetoras".


Nutrição equilibrada das plantas com macronutrientes e micronutrientes.


Conservação dos fragmentos florestais existentes na região.

Entretanto, cabe ressaltar que algumas das estratégias usadas no Manejo Integrado de Pragas, que visa a diminuição do uso de agrotóxicos nas lavouras, podem ser adotadas pelos produtores orgânicos. Vejamos, a seguir, tais estratégias com mais detalhes:

Estratégias para o Manejo Agroecológico de Pragas e Doenças


1 - Reconhecimento das pragas-chave da cultura: 

Consiste em identificar qual o organismo que causa maior dano à cultura. Por exemplo, no caso do algodão, o bicudo constitui o inseto mais importante no elenco de organismos que prejudicam a cultura. Na cultura da banana os principais organismos são fungos, responsáveis pelo "Mal de Sigatoka" e pelo "Mal do Panamá" 

Conhecer a praga-chave de cada cultura ajudará o agricultor a adotar práticas que incentivem a reprodução de seus principais inimigos naturais, ou que criem condições ambientais desfavoráveis à multiplicação do organismo indesejável




2 - Reconhecimento dos inimigos naturais da cultura:  

Diversos insetos, fungos e bactérias podem atuar beneficamente como agentes de controle biológico das principais pragas e doenças e, o que é melhor, de forma gratuita na medida em que ocorrem naturalmente no ambiente. Conhecer as principais espécies e favorecê-las através de diversas práticas (manejo do mato nativo, adubação orgânica, preservação de fragmentos florestais, entre outros), é uma estratégia fundamental para o sucesso do controle de pragas e doenças na agricultura agroecológica.



3 - Amostragem da população dos organismos prejudiciais: 

Monitorar a presença das pragas através da contagem de ovos, largas e organismos adultos (no caso de insetos), ou da vistoria das plantas (% de dano em caso de doenças fúngicas ou bacterianas), é uma atividade obrigatória para que o produtor saiba quando agir e o faça de modo a promover o equilíbrio ecológico de todo o sistema de produção.



4 - Escolher e utilizar as táticas de controle:  

Mesmo promovendo o equilíbrio do sistema, a persistência de determinadas pragas e doenças no ambiente é comum e nem sempre basta a adoção apenas de medidas preventivas. A traça do tomateiro (Tuta absoluta ), a requeima da batata (Phytophora infestans) são exemplos desse caso.Assim, quando existem ameaças destes organismos promoverem um dano econômico às culturas agroecológicas, será necessário ao agricultor adotar práticas "curativas". Tais práticas atuam como "remédios" para as plantas, como o uso das caldas bordalesa ou sulfocálcica, por exemplo.



FRUTICULTURA AGROECOLÓGICA



A fruticultura é uma das atividades mais importantes do setor primário, em praticamente todo mundo. A relevância do setor frutícola em cada região é variável, mas pode-se afirmar que a potencialidade para uma ou mais espécies frutíferas ocorre em cada região (SOUZA, 2006). No Brasil, mais especificamente, há condições adequadas para cultivo de grande número de espécies, desde plantas frutíferas de clima tropical muitas das quais tem seu centro de origem no próprio Brasil (AQUINO e ASSIS, 2005). Na verdade, a fruticultura é uma das grandes geradoras de recursos, pois as frutas possuem alto valor agregado, ou seja, possuem alto valor por unidade colhida, permitindo a obtenção de receita elevada em uma pequena área. O presente trabalho diz respeito à importância de trabalhar com algumas principais fruteiras da região, e mostrar algumas maneiras adequadas, com base nos conhecimento dos autores de se conduzir um pomar.
Melhor dizendo, esta foi mais uma prática profissional, que se realizou no próprio IFRN campus de Ipanguaçu. Com intuito de mostrar várias informações técnicas da Agroecologia, destacando que a fruticultura tem o papel de produzir alimentos de alto valor nutritivo que devem fazer parte da refeição diária do brasileiro, além de preservar o meio ambiente. A fruticultura agroecológica para o pequeno agricultor é de fundamental importância, ter sua produção com um custo bem menor e uma boa produção orgânica, que levam a todos nós a uma vida mais saudável, livre dos agrotóxicos. Para fazer agricultura orgânica, é preciso antes de tudo ter uma visão do conjunto da natureza de um lugar, com todas as suas dependências, relações e interligações, e não usar receitas prontas ou insumos externos, mas utilizar somente os conceitos e princípios da agroecologia (PENTEADO, 2003). Todos esses processos e técnicas são necessários para melhorar a forma de plantio, onde muitas vezes o produtor não tem esse conhecimento, é importante para a fruticultura orgânica, o manejo adequado e as condições adequadas.

UM EXEMPLO



Leite de vaca cru controla  

doença da abobrinha

Plantação de abobrinhas

O Oídio da abobrinha, causado pelo fungo Sphaerotheca fuliginea, é uma das principais doenças da cultura e de outras cucurbitáceas (pepino e outras variedades de abóbora), sobretudo em cultivo protegido (estufas). A doença ataca toda a parte aérea da planta (folhas, ramos, caules, flores), fazendo com que esta perca o vigor e tenha sua produção prejudicada. 

O método de controle mais utilizado nos sistemas convencionais de cultivo é o emprego de fungicidas. Contudo, seu uso contínuo resulta não apenas em riscos de contaminação ambiental como na seleção de populações do fungo resistentes aos produtos. Aliado a esses fatos, existe um mercado crescente para alimentos produzidos sem a utilização de agrotóxicos, sendo o de produtos orgânicos, o mais conhecido.
Como no sistema de produção orgânico não se permite o uso de fungicidas, esse grupo de agricultores dispõe de poucas alternativas para o controle do Oídio da abobrinha, fato que começa a mudar com a descoberta do leite cru como produto promissor para esse fim.
De acordo com o pesquisador Wagner Bettiol, da Embrapa Meio Ambiente, possivelmente o leite apresenta mecanismos variados de ação no controle do Oídio da abobrinha, que são:
  • O leite pode ter ação direta sobre o fungo devido à sua propriedade germicida.
  • O leite contém vários sais e aminoácidos na sua composição, sendo que essas substâncias são conhecidas por induzirem resistência nas plantas.
O leite modifica as características da superfície da folha, como pH, nutrientes, gorduras entre outras e com isso não permite a instalação do patógeno

A técnica foi desenvolvida pensando em ser uma alternativa para a agricultura orgânica. Entretanto, devido ao baixo custo e à facilidade de obtenção do produto, vem sendo adotada por diversos produtores, sejam eles orgânicos ou convencionais.
Esses produtores estão utilizando o leite de vaca cru na concentração de 5%, isto é , 5 litros de leite para 95 litros de água, uma vez na semana e quando a infestação está muito alta utilizam a 10%, para o controle do Oídio da abobrinha e do pepino.
Atualmente, além da explicação do mecanismo de ação envolvido no controle do Oídio com o leite da vaca cru, estão sendo realizados estudos para verificar se o leite controla o Oídio de outras culturas, como as do quiabo, do pimentão, da roseira e do feijoeiro, mas sempre pensando na utilização dessas técnicas para a agricultura orgânica.