Manejo de plantas daninhas
Apesar da necessidade de limpas constantes, os primeiros cinco meses da instalação são os mais limitantes para a cultura. Após esse período a cultura é menos sensível a competição do mato. Assim, as plantas daninhas podem ser manejadas permitindo que sejam utilizadas como fonte de alimento e abrigo de inimigos naturais de pragas e doenças, na ciclagem de nutrientes, favorecendo o manejo ambientalmente mais correto do bananal. Outro aspecto a ser considerado com a possibilidade de convivência do mato com a cultura da banana sem prejuízo na produção, é sobre o enfoque conservacionista, pela redução significativa, das perdas de solo e água por escoamento nas áreas declivosas. Contudo, não deve ser descartada a possibilidade de algumas plantas daninhas servirem, também, como hospedeiras de nematóides e de agentes causais de doenças como o moko, sendo necessário identificá-las e eliminá-las, evitando sua convivência com a cultura da banana.
O controle de plantas daninhas, com enxada, utilizado pelos pequenos produtores, deve ser realizado com critério para evitar danos ao sistema radicular superficial da bananeira, como também, a penetração de patógenos de solo nos ferimentos causados às raízes. O uso da grade de discos e da enxada rotativa para o controle de plantas daninhas nas ruas dos bananais deve ser restrito aos dois primeiros meses após o plantio.
Após os primeiros cinco meses da instalação, o uso da roçagem manual é um método viável, apresentando grande rendimento de trabalho, sem as limitações da capina manual. Outra vantagem dessa prática cultural é a manutenção da integridade do solo, pois evita sua manipulação e a propensão a doenças altamente destrutivas, como o mal-do-Panamá e o moko. O rendimento pode ser ainda maior com a utilização da roçadeira motomecanizada.
Quanto ao controle químico das plantas infestantes, a escolha do herbicida ou da mistura de herbicidas a ser utilizado vai depender da composição matoflorística presente na área e da seletividade à cultura. Em virtude da facilidade de manuseio, do menor impacto ambiental e pela formação de uma cobertura morta, que possibilita a conservação da umidade do solo por um período mais longo, existe atualmente uma forte tendência de se usar em área total, excetuando as folhas das brotações, os herbicidas pós-emergentes sistêmicos como o glifosate, em substituição aos pré-emergentes, além de apresentarem um custo de controle muito menor que as capinas manuais. Para o controle da maioria das plantas daninhas anuais e algumas perenes a dose do glifosate é de 1% v/v (volume/volume). Para algumas perenes de difícil controle a dose recomendada é de 1,5% v/v.
A utilização de coberturas mortas (mulching) como um método integrado de controle do mato, utilizando restos culturais de bananeira, capim picado, bagaço de cana, palha-de-arroz, café ou cacau, tem um custo elevado, seja na produção do material a ser usado como cobertura, seja para transportá-lo, não se caracterizando como prática viável em grandes bananais, ficando sua aplicação restrita a cultivos de pequena extensão, do tipo familiar.
Ressalta-se contudo, duas alternativas de controle integrado viáveis a qualquer extensão do cultivo, sendo a primeira a integração do método mecânico com o químico, pela aplicação de herbicidas pós-emergentes no espaço estreito (dentro das linhas da cultura) e no espaço largo (entre as linhas) o uso de roçadeira em determinadas épocas do ano, onde a concorrência por água é minimizada. Na época de deficiência de água no solo, recomenda-se o controle químico em área total para formação de uma cobertura morta, conservando a umidade, permitindo um suprimento mais adequado de água nesses meses. Uma segunda alternativa e recomendada para o primeiro ano de instalação do bananal sem irrigação, é o plantio de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) no espaço largo para melhorar as propriedades do solo, plantado no início das chuvas e ceifado (em qualquer fase de desenvolvimento) na estação seca (para evitar a competição por água com a bananeira) e deixado na superfície do solo. Nas linhas da cultura, o uso de herbicidas pós-emergentes para o controle do mato e formação de cobertura morta.
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