sábado, 19 de dezembro de 2015

Manejo de Plantas Daninhas na Cultura da Banana



Manejo de plantas daninhas

Apesar da necessidade de limpas constantes, os primeiros cinco meses da instalação são os mais limitantes para a cultura. Após esse período a cultura é menos sensível a competição do mato. Assim, as plantas daninhas podem ser manejadas permitindo que sejam utilizadas como fonte de alimento e abrigo de inimigos naturais de pragas e doenças, na ciclagem de nutrientes, favorecendo o manejo ambientalmente mais correto do bananal. Outro aspecto a ser considerado com a possibilidade de convivência do mato com a cultura da banana sem prejuízo na produção, é sobre o enfoque conservacionista, pela redução significativa, das perdas de solo e água por escoamento nas áreas declivosas. Contudo, não deve ser descartada a possibilidade de algumas plantas daninhas servirem, também, como hospedeiras de nematóides e de agentes causais de doenças como o moko, sendo necessário identificá-las e eliminá-las, evitando sua convivência com a cultura da banana.
O controle de plantas daninhas, com enxada, utilizado pelos pequenos produtores, deve ser realizado com critério para evitar danos ao sistema radicular superficial da bananeira, como também, a penetração de patógenos de solo nos ferimentos causados às raízes. O uso da grade de discos e da enxada rotativa para o controle de plantas daninhas nas ruas dos bananais deve ser restrito aos dois primeiros meses após o plantio.
Após os primeiros cinco meses da instalação, o uso da roçagem manual é um método viável, apresentando grande rendimento de trabalho, sem as limitações da capina manual. Outra vantagem dessa prática cultural é a manutenção da integridade do solo, pois evita sua manipulação e a propensão a doenças altamente destrutivas, como o mal-do-Panamá e o moko. O rendimento pode ser ainda maior com a utilização da roçadeira motomecanizada.
Quanto ao controle químico das plantas infestantes, a escolha do herbicida ou da mistura de herbicidas a ser utilizado vai depender da composição matoflorística presente na área e da seletividade à cultura. Em virtude da facilidade de manuseio, do menor impacto ambiental e pela formação de uma cobertura morta, que possibilita a conservação da umidade do solo por um período mais longo, existe atualmente uma forte tendência de se usar em área total, excetuando as folhas das brotações, os herbicidas pós-emergentes sistêmicos como o glifosate, em substituição aos pré-emergentes, além de apresentarem um custo de controle muito menor que as capinas manuais. Para o controle da maioria das plantas daninhas anuais e algumas perenes a dose do glifosate é de 1% v/v (volume/volume). Para algumas perenes de difícil controle a dose recomendada é de 1,5% v/v.
A utilização de coberturas mortas (mulching) como um método integrado de controle do mato, utilizando restos culturais de bananeira, capim picado, bagaço de cana, palha-de-arroz, café ou cacau, tem um custo elevado, seja na produção do material a ser usado como cobertura, seja para transportá-lo, não se caracterizando como prática viável em grandes bananais, ficando sua aplicação restrita a cultivos de pequena extensão, do tipo familiar.
Ressalta-se contudo, duas alternativas de controle integrado viáveis a qualquer extensão do cultivo, sendo a primeira a integração do método mecânico com o químico, pela aplicação de herbicidas pós-emergentes no espaço estreito (dentro das linhas da cultura) e no espaço largo (entre as linhas) o uso de roçadeira em determinadas épocas do ano, onde a concorrência por água é minimizada. Na época de deficiência de água no solo, recomenda-se o controle químico em área total para formação de uma cobertura morta, conservando a umidade, permitindo um suprimento mais adequado de água nesses meses. Uma segunda alternativa e recomendada para o primeiro ano de instalação do bananal sem irrigação, é o plantio de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) no espaço largo para melhorar as propriedades do solo, plantado no início das chuvas e ceifado (em qualquer fase de desenvolvimento) na estação seca (para evitar a competição por água com a bananeira) e deixado na superfície do solo. Nas linhas da cultura, o uso de herbicidas pós-emergentes para o controle do mato e formação de cobertura morta.



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