ANONÁCEAS
Englobam um grupo de plantas frutíferas de importância econômica no Brasil e em algumas regiões do mundo, pertencentes aos gêneros Rollinia a Annona.   
A família Anonácea engloba um grupo de plantas frutíferas de importância econômica no
Brasil e em algumas regiões do mundo, composta principalmente por plantas tropicais,
sendo muitas nativas do Brasil exceções as de clima temperado.
São relatadas mais de 2000 espécies, dentre elas as comestíveis utilizadas em plantios
comerciais, as de uso medicinal, industrial, como planta exótica e em reflorestamentos.
A similaridade e o número de espécies causa confusão na identificação popular,
principalmente devido a denominações regionais. Saiba Quem é Quem na família das
principais Anonáceas no Brasil. 
Classificação Botânica:    
Reino: Vegetal    
Divisão: Angiospermae    
Classe: Dicotyledoneae    
Ordem: Magnoliales    
Família: Annonaceae    
Subfamília: Annonoideae    
Gêneros: ±120 Annona, Rollinia, Aberonoa    
Espécies: + 2000    
Rollinia: R. mucosa, R. jimenezii, R. sensoniana, R. sylvatica e R. emarginata.    
Frutos conhecidos como biribás e ou araticuns (folha-miúda e cagão).    
Características: inflorescência trilobada, forma de hélice usados como porta-enxerto.    
Annona: principais espécies cultivadas, composta de 5 grupos:    
Guanabani: grupo das graviolas    
Bilaeflorae: anonas com ceras    
Acutiflorae: pétalas afiladas    
Annonellae: anonas anãs    
Attae: anonas comuns (A. squamosa, reticulata, cherimola e atemoya)    
Annonas: 118 espécies (108 da América Tropical e 10 da África Tropical)    
13 comestíveis;    
9 são normalmente cultivadas e 5 destas importantes: fruta-do-conde, atemoya, cherimoya, graviola e condessa.    
Importância Econômica:    
Cherimoya – importante em várias regiões: Chile, Espanha, Portugal, Califórnia. Pequenas áreas: Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Israel, África do Sul.    
Fruta-do-Conde - países e regiões tropicais como Brasil.    
Graviola - países americanos, Índia, países asiáticos.    
Atemoya – países tropicais e subtropicais, condições intermediárias entre fruta-do-conde e cherimoya.    
Cultivo no Brasil    
Fruta-do-conde    
10.000 ha (NE, SP e outros estados)    
produção = 80.000 t    
Graviola 2.500 ha    
Atemóia 500 ha    
Cherimóia 120 ha    
Produção em função das chuvas    
Fevereiro - Março - SP    
Abril - Maio - Bahia    
Junho – Julho - Alagoas
MELHORAMENTO GENETICO - Objetiva:      Qualidade interna do fruto: aroma, sabor, textura fina, não arenosa, sem fibras, semente solta, poucas e alto rendimento em polpa;    
Aparência do fruto: forma simétrica, desenho atrativo da casca, cor clara e brilhante, sem defeitos ou manchas;    
Consistência do fruto: casca dura, resistente ao ataque de insetos e sol, boa capacidade de armazenamento sob refrigeração;    
Resistência da planta: vigorosa, sadia, de bom crescimento, resistente a pragas e doenças, frio, sol e seca, compatibilidade com porta-enxertos;    
Viabilidade do pólen: ser fértil e efetivo;    
Flores: numerosas, com aroma atrativo e polinizadores;    
Facilidade de cultivo: adaptação a solo e clima, ramos não necessitem muita poda, fácil colheita, fruto mostre o ponto de colheita, sem amolecer;    
Época de produção: fora da época normal de colheita de outras cultivares ou espécies da mesma família – oferta durante ano inteiro;    
Produção: produtiva e sem alternância.    
FRUTA-DO-CONDE, Pinha ou Ata ( Annona squamosa L.)     
Origem: Antilhas na América tropical, provavelmente Ilha Trindade.    
Propagação: predominantemente sexuada, grande variação.    
Melhoramento: maior pegamento flores, menor taxa de malformação dos frutos, maior resistência a pragas e doenças, frutos com maior n.º de carpelos, lisos e de coloração verde-escuro, intercarpelos rosados, menor tendência a rachamento, doce, pouca ou nenhuma célula pétrea.    
Porte: pequeno, até 5 m, esgalhada.    
Sistema Radicular: pivotante, proporcionalmente maior que a parte aérea.    
Crescimento: SP em 6 meses/ano = 10-70cm, tronco e inserções frágeis.    
Folha: lanceolada, 5-15 x 2-6cm, cerosa, alternas, caem p/ liberar gemas.    
Flores: únicas ou em pencas, com 3 sépalas que recobrem as 3 pétalas. Na base interna numerosos estames e pistilos, gineceu com 50-150 carpelos.    
Frutos: codiforme, arredondado, composto por segmentos salientes e individualizados (carpelos) lisos ou rugosos, verde escuro a amarelo-esverdeado separados por tecido intercarpelar de cor creme até róseo. Internamente, carpelos de coloração branca consistente com e sem sementes e um enchimento de cor creme claro com células pétreas.    
Composição média: Frutos 250-350g, 53% casca e talo, 41% polpa comestível e 6% sementes (65), pH 4,5, brix 24º, SST 20-28%, acidez 0,3-0,9%.    
Ciclo: novo após cada período de repouso, intensa brotação (folhas, ramos e flores) após a queda das folhas.    
Polinização: dicogamia protogínica (amadurecimento das estruturas femininas só depois das masculinas), autopolinização praticamente nula, entomofílica.    
Colheita: 110-120 dias; plantas bem nutridas até 4 ciclos de florescimento.    
Produtividade: média 3,2 t/ha, SP até 8,0 t/ha.
ATEMOYA, Atemoia, Atemolia ( Annona squamosa L. x Annona cherimola Mill)      Propagação: predominantemente assexuada, enxertia e estaquia.    
Melhoramento: maior % pegamento, menor taxa de malformação frutos, maior resistência a pragas e doenças, frutos arredondados, simétricos, alta relação polpa/semente, produtividade, doces, baixa acidez, resistente.    
Porte: e conformação variável, até 10 m de altura e diâmetro, ramos fracos e longos.    
Crescimento: rápido e muito vigorosa quando bem nutrida, requer podas.    
Folhas: variam de forma em uma mesma planta, 10-20 x 4-8cm, caem no inverno.    
Flores: únicas ou em pencas, composta de 3 pétalas carnosas nas axilas das folhas recém nascidas ou em ramos do ano anterior.    
Frutos: formato variável com a variedade: cordiforme, cônicos ou ovados, lisos ou com protuberâncias, cor verde-amarelado, polpa branca, doce, ligeiramente ácida, sucosa, mais saborosa que a pinha, muitos carpelos sem sementes, em média com 150 a 500g.    
Ciclo: novo após cada período de repouso, intensa brotação após queda de folhas.    
Polinização: dicogamia protogínica, autopolinização praticamente nula, entomofílica.    
Colheita: aos 120 dias; variando com a variedade de março a agosto.    
Produtividade: média 100 frutos/ano, 6 a 8 caixetas/planta.    
GRAVIOLA (Annona muricata L.)      Origem: América tropical, América Central e vales peruanos.    
Propagação: sementes ou enxertia.    
Melhoramento: maior % pegamento, menor taxa de malformação, maior tolerância pragas e doenças (brocas), frutos grandes, polpa c/ altos teores de açucares.    
Porte: pequeno, 3,5 a 8m, folhagem compacta e coloração verde intenso, ramos e inserções frágeis.    
Sistema Radicular: pivotante.    
Folhas: ovadas, elípticas, 5-18 x 2-7cm, cerosas, verde brilhante.    
Flores: únicas ou em pencas, formato subgloboso (capulho), em ramos ou no tronco, composta de 3 sépalas que recobrem 6 pétalas. Internamente: grande número de estames e pistilos e o gineceu.    
Frutos: compostos, ovóides e muito variável, grandes 1-10 kg, carpelos separados por sulco fino, casca verde-escura, quando desenvolvido verde-clara brilhante, pseudo-espinhos recurvados, fácil de descascar, polpa suculenta, branca, odor agradável, rica em vitaminas A e C, com 95 a 180 sementes/fruto.    
Ciclo: algumas regiões floresce e vegeta quase o ano todo, necessita de um período de estresse na formação e vingamento dos frutos.    
Polinização: dicogamia protogínica, autopolinização praticamente nula, entomofílica (Colatus truncatus).    
Colheita: aos 180 dias.    
Produtividade: média de 1,2 a 8 t/ha.
Época de maturação de algumas anonáceas
Julho a agosto = entrada de cherimóia importada no Brasil   
Tempo da Antese à Colheita (dias)    
Atemóia    
120 - 150 em SP    
Cherimóia    
150 - 180 em SP    
Fruta-do-conde    
110 - 120 em SP    
90 - 100 na Bahia    
CLIMA      Limitante para exploração comercial, preferência climas amenos, áreas livres de geadas, com inverno seco e chuvas bem distribuídas, Temperatura-27 ºC e UR-80% favorecem melhor pegamento dos frutos.    
Cherimoia: requer climas subtropicais (clima seco e fresco), acima 600m altitude suscetível a geadas e frio quando não em repouso, altas temperaturas afetam o desenvolvimento e produção.    
Fruta-do-conde: requer climas tropicais (temperatura e umidade elevadas) requer um período anual de repouso.    
Atemoya: exigências intermediárias.    
African Pride – Temperaturas amenas, igual e maior crescimento vegetativo e produtividade    
PR-3 – semelhante a fruta-do-conde    
Gefner – intermediária    
Graviola: tipicamente tropical ou subtropical úmido, não suporta frio    
Ventos fortes danificam frutos, escurecimento da casca, chilling em pinha, quebra de galhos em geral e tombamento de plantas em cherimóia    
SOLO      - solos profundos    
- drenados    
- textura leve ( arenosos são recomendados )    
Fruta-do-conde = sistema radicular até 6 m de profundidade    
Atemóia e Cherimóia - sistema radicular superficial    
VARIEDADES    
Fruta-do-conde: inexistem variedades melhoradas no Brasil    
Há um tipo sem sementes (mutação), pouco produtivo e frutos pequenos    
Cherimóia: inexistem variedades comerciais selecionadas p/ Brasil    
White, Lisa, Booth, Fino de Jete, Golden Russet, Campa, outras.    
Atemoya: diversos híbridos naturais interessantes no mundo    
Gefner – carpelos pequenos, salientes, individualizados na extremidade superior, 150-650g, poucas sementes, copa aberta, maturação mediana    
Bradley – carpelos individualizados e separados, com 150 a 450g, poucas sementes, maior % de frutos defeituosos, copa compacta, precoce    
African Pride – carpelos bem unidos e saliências, com 250 a 750g, poucas sementes, copa semelhante a Bradley, tardia    
PR-3 – carpelos grandes e salientes na extremidade superior, com 250 a 750g com muitas sementes, copa compacta, mediana    
Graviola: vários acessos no Brasil sendo avaliados no mundo    
Seleções: Graviola A, B, Blanca, FAO II, Lisa, Morada, Graviola I e II
PORTA-ENXERTOS      Fungos de Solo: Phytophthora, Pythium, Calonectria, Rhizoctonia, 
Cylindrocladium e bactérias Pseudomonas.
Pinha – desenvolvimento rápido no viveiro, induz a plantas compactas, recomendado para FC e atemoya.    
Condessa – rápido no viveiro, produz plantas vigorosas, maior desenvolvimento do tronco do PE/copa, rachaduras e casos de morte (incompatibilidade).    
Araticum-de-folha-miúda - de clima ameno, desenvolvimento lento, induz a plantas compactas, aparentemente sem problemas de incompatibilidade, tolerante a Phytophthora.    
Anona glabra – induz a ananicamento e recomendada para áreas úmidas    
Porta-enxertos recomendados:    
Cherimoia: condessa, araticum, pinha, cherimoia    
Fruta-do-conde: pinha, condessa, (atemoia, anona do brejo)     
Graviola: condessa, anona do brejo, araticum, biribá, graviola    
Atemoia: condessa, araticum, atemoia    
PROPAGAÇÃO      Recomenda-se enxertia e alguns casos por semente.    
Cherimoia: borbulhia em janela, T normal, garfagem de topo e lateral    
Fruta-do-conde: T invertido, placa, garfagem e escudo    
Atemoia: borbulhia em placa, garfagem    
Graviola: borbulhia T normal e placa, fenda cheia e garfagem inglês simples    
ESPAÇAMENTO    
Em função das condições climáticas locais, espécie e porta-enxerto.    
Cherimoia: USA e Espanha 5x7 a 7x7, Br 6x8 m    
Fruta-do-conde: 4x6 a 5x7 m    
Graviola: 4x4,5; 6x7,5; 7x8; 8x8 m    
Atemoia: 6x4 em pinha, 6x7 a 6x8 m    
PLANTIO    
Análise de solo e calagem p/ V%= 70-80    
Preparo do solo: subsolagem, aração e gradagem    
COVA    
Sulcar nas linhas    
Aplicar    
200g calcário/m.linear    
30 litros esterco curral curtido/cova    
10g Bórax e 20g Sulf. Zinco / cova (solos baixo teor)    
ou Covas 40 x 40 x 40 cm    
Molhar    
Aguardar 30 dias    
Plantar    
Irrigar
ADUBAÇÃO    
1) 30 dias - 50g de nitrocalcio, repetir a cada 60 dias    
2º ano: 100g nitrocalcio, 5 x ano    
a partir 3º ano função da produtividade esperada    
2) formação: 50g de 10-10-10 até 300g em 4 x    
Produção: 600g/pl de 12-6-12    
outubro/novembro    
dezembro/janeiro    
janeiro/fevereiro + 75 g KCl    
fevereiro/março + 75 g KCl    
Pulverização Foliar:    
Ácido Bórico 50 g    
Sulf. De Zinco 250 g    
Sulf. De Manganês 200 g    
Uréia 500 g    
Água 100 L (3 x/ano)    
IRRIGAÇÃO     
Gotejamento    
Aspersão    
Microaspersão    
Kc = 0,70 a 0,95    
PODA    
- Formação: 40 cm (somente no inverno)    
- 3 - 4 pernadas    
- encurtamento de ramos (no inverno)    
- conformação da copa - compacta (poda verde no verão)    
- Anualmente: poda de limpeza e abertura da copa    
=> Inicio da brotação, após repouso hibernal    
Graviola: poda de limpeza após a colheita    
DESBASTE    
Atemoia: frutos com 1,5 a 3 cm, deixar 80 e 60 frutos nas 2 safras do ano    
FC: frutos com 1,5 cm, deixar 50 e 30 frutos    
PRAGAS E DOENÇAS    
Broca-do-tronco: Cratosomus spp    
Coleoptero, galerias no tronco, exudação de escura e serragem    
Controle: injeções com inseticidas nos orificíos e pulverizações dirigidas    
Broca-do-fruto: Cerconota anonella    
Lepidoptera, roe a casca e penetra na polpa, qualquer tamanho,    
deformação, enegrecidos, caem    
Controle: catação de frutos, pulverizações dirigidas 15 em 15 dias    
Broca-da-semente: Bephratelloides maculicolis    
Hymenoptera, perfura da casca e faz postura diretamente nas sementes,    
larva destroi fruto, sai do fruto vespa adulta    
Se fecundada = machos e fêmeas    
Se não fecundada = machos    
Controle: pulverizações dirigidas 15 em 15 dias    
Cochonilhas: Fosforado com óleo mineral    
Mosca-branca, Ácaros    
Não pulverizar durante as floradas    
Nematoide: Radopholus similis    
Antracnose: Colletotrichum gloeosporioides    
Frutos a partir do florescimento e folhas    
Frutos novos pretos e presos na planta = mumificados    
Controle: Cúpricos e Benomyl    
Cancrose: Calonectria rigidiuscula    
A partir de bifurcação de ramos até morte do ramo    
Controle: eliminação e queima do ramos    
Outras: Cercosporiose, Botryodiplodia    
Fungos de Solo: raízes e tronco    
Phytophthora nicotianeae    
Pythium sp    
Rhizoctonia solani    
Cylindrocladium    
outros    
bactérias Pseudomonas
PRODUÇÃO    
Cherimoia: SP, de Março a Julho    
Atemoia: SP, de Março a Agosto    
FC: SP, a partir de Janeiro até Julho-Agosto    
Pico: Janeiro a Março    
Caixa 3,7 kg = 2 a 30 U$ (Fev-Out)    
Graviola: praticamente o ano todo    
PRODUTIVIDADE    
Atemoia e Cherimoia - 12 t/ha    
Fruta-do-conde - 8 t/ha    
Graviola - 15 t/ha    
CUSTO DE PRODUÇÃO    
Mão-de-obra   
Goiaba de mesa ensacam./podas = 100 pls/ha/homem    
Fruta-do-conde poda/desbaste, poliniz. = 300 pls/ha/homem.

 
 
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