Definido o local, a cultivar e realizadas as devidas correções do solo procede-se o plantio propriamente dito. O espaçamento utilizado varia de 0,5 a 0,7 metros entre plantas, por 3 a 4 metros entre linhas (Figura 1), espaçamento este que pode ser reduzido dependendo do tipo de cultivo adotado pelo produtor. Pode ser utilizado um sistema de dupla fila, a 40 cm de distância entrelinhas de planta, em forma de triângulo (Figura 2).
Crédito: Luis E. C. Antunes
Figura 1. Marcação da linha para plantio.
Crédito: Luis E. C. Antunes
Figura 2. Plantio em dupla fila.
Para o plantio deve-se preparar a área com antecedência, procedendo as devidas correções de acordo com a análise de solo.
Tratos culturais
Para a maioria das variedades disponíveis, deve-se adotar um sistema de suporte para as ramificações da amoreira-preta. Como as principais variedades são rasteiras ou semi-eretas, para uma produção de frutas de qualidade este item é fundamental, visto que o contato das frutas com o solo as torna sem padrão para consumo fresco.
As formas dos sistemas de suporte adotado variam com o tipo de material disponível na propriedade como bambus, caibros, moirões, pedras e canos (Figura 3 e 4).
Crédito: Luis E. C. Antunes e José Francisco Martins Pereira
Figura 3. Sistema de condução com utilização de espaldeira para amoreira-preta – duplo arame.
Créditos: José Francisco Martins Pereira e Luis E. C. Antunes
Figura 4. Sistema de condução em espaldeira simples e dupla.
Deve-se procurar locais com disponibilidade de frio ao redor de 200 horas, no mínimo, ou acima dos 1.000 metros de altitude.
No primeiro ano de condução a poda é realizada no primeiro inverno, realizando-se apenas um desponte no ramos, de modo que este fique com 15 cm acima do arame de suporte (Figura 5), para facilitar o amarrio.
Crédito: Luis E. C. Antunes
Figura 5. Poda de inverno.
Nesta ocasião, quando as plantas estão em dormência, faz-se um bom tratamento de inverno à base de calda sulfocalcica.
Como a frutificação da amoreira se dá em ramos secundários, novas brotações se desenvolverão em ramos do ano, a partir do final do inverno.
Após a colheita, que vai de novembro a janeiro, dependo da região, realizam-se dois tipos de poda. A primeira com o intuito de retirar as hastes que produziram na safra, uma vez que irão secar e morrer, realizando cortes rentes ao solo (Figura 6). A segunda, realizada no mesmo instante que a primeira, irá reduzir o comprimento das hastes do ano, preparando-as para a produção no próximo ciclo (Figura 7), diminuindo a dominância apical e estimulando brotações secundárias. A não realização desta prática, no verão, prejudicará a formação das hastes produtivas (haverá competição entre elas, excesso de sombra e redução do diâmetro das hastes); aumentará os problemas de manejo, dificultando a entrada de pessoas entre as linhas de plantio e a realização de podas subsequentes na área (Figura 8).
Crédito: Luis E. C. Antunes
Figura 6. Poda em pós-colheita de amoreira-preta.
Crédito: Luis E. C. Antunes
Figura 7. Poda em pós-colheita de amoreira-preta
Crédito: Luis E. C. Antunes
Figura 8. Plantas de amoreira-preta, que não foram podadas no verão.
Uma das etapas mais importantes no manejo da cultura é o controle das brotações radiculares (rebentões) que surgem entre as linhas de cultivo. Isto porque se deixarmos esses rebentos se desenvolverem haverá dificuldade para o trânsito de funcionários que executarão as podas, colheita e amarrio. Além disso, a retirada dessas plantas na entrelinha proporcionará novas mudas ao produtor.
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