A bananeira, como uma planta tropical, exige calor constante, precipitações bem distribuídas e elevada umidade para o seu crescimento, desenvolvimento e produção.
O Submédio São Francisco situa-se numa região com ótimas condições climáticas para a prática da agricultura irrigada, apresentando alta luminosidade e temperatura o que favorece o rápido crescimento vegetativo da bananeira.
Temperatura
A temperatura é um fator muito importante no cultivo da bananeira, porque influi diretamente nos processos respiratórios e fotossintéticos da planta, estando relacionada com a altitude, luminosidade e ventos. A temperatura ótima para o desenvolvimento normal das bananeiras comerciais situa-se em torno de 28 oC. Considera-se a faixa de 15 oC a 35 oC de temperatura como os limites extremos para a exploração racional da cultura. Havendo suprimento de água e de nutrientes, essa faixa de temperatura induz ao crescimento ótimo da planta. Abaixo de 15 oC a atividade da planta é paralisada e, acima de 35 oC, o desenvolvimento é inibido, principalmente devido à desidratação dos tecidos, sobretudo das folhas, especialmente sob condições de sequeiro.
Na região do Submédio São Francisco a temperatura média é de 26,3 oC, estando, portanto dentro das faixas adequadas à cultura.
Precipitação
Para obtenção de colheitas economicamente rentáveis, considera-se suficiente uma precipitação, bem distribuída, de 100 mm/mês, para solos com boa capacidade de retenção de água, a 180 mm/mês para solos com menor capacidade de retenção; contudo, deve ser assegurada uma disponibilidade de água não inferior a 75%. Assim, a precipitação efetiva anual seria de 1.200-2.160 mm/ano. Abaixo de 1.200 mm/ano os climas são considerados marginais, e a bananeira somente sobrevive e frutifica se a cultivar plantada for tolerante ou resistente à seca ou se for utilizada a prática de irrigação.
O regime pluviométrico da região do Submédio São Francisco apresenta um total anual médio de chuvas de 608 mm, concentrado no período de janeiro-março, insuficiente para atender às necessidades da bananeira, havendo necessidade de irrigação.
Luminosidade
A bananeira requer alta luminosidade, a qual reduz o tempo de colheita do cacho; porém, níveis excessivamente altos podem provocar queima das folhas. Em regiões de alta luminosidade, o período para que o cacho atinja o ponto de corte comercial é de 80 a 90 dias após a sua emissão, enquanto que, em regiões com baixa luminosidade em algumas épocas do ano, o período necessário para o cacho alcançar o ponto de corte comercial varia de 85 a 112 dias.
Vento
O vento é um fator climático importante, podendo causar desde pequenos danos, até a destruição do bananal. A velocidade do vento deve ser inferior a 40 km/h, pois pode levar a desidratação da planta, fendilhamento das nervuras secundárias e diminuição da área fotossintética.
Na região do Submédio São Francisco o vento tem sido um dos fatores limitantes para a bananeira, principalmente para cultivares de porte alto.
Umidade relativa
A bananeira, como planta típica das regiões tropicais úmidas, apresenta melhor desenvolvimento em locais com médias anuais de umidade relativa superiores a 80%. Esta condição acelera a emissão das folhas, prolonga sua longevidade, favorece a emissão da inflorescência e uniformiza a coloração dos frutos.
O clima semiárido propicia condições menos favoráveis ao desenvolvimento de doenças fúngicas de parte aérea como o mal-de-sigatoka.
Altitude
A bananeira é cultivada em altitudes que variam de 0 a 1.000 m acima do nível do mar. A altitude influencia nos fatores climáticos (temperatura, chuva, umidade relativa, luminosidade, entre outros) que, consequentemente, afetarão o crescimento e a produção da bananeira. Variações na altitude induzem alterações no ciclo da cultura.
Comparações de bananais conduzidos sob as mesmas condições de cultivo, solos, chuvas e umidade evidenciaram aumento de 30 a 45 dias no ciclo de produção para cada 100 m de acréscimo na altitude.
7 – Exigências climáticas
Antes de se fazer o plantio de um bananal, em escala comercial, é preciso estudar bem os fatores climáticos da localidade, para se saber se eles suprem aqueles que a planta exige. Se eles não forem favoráveis à cultura, dificilmente o produtor obterá bons lucros, pois os fatores climáticos são os grandes responsáveis pelo desenvolvimento da planta.
7.1 - Temperatura
Os limites mais favoráveis de temperatura para o bom desenvolvimento da bananeira estão entre 20° a 24°C, registrados ao redor do pseudocaule a 100 cm do solo. A bananeira também pode se desenvolver satisfatoriamente em locais com temperatura abaixo e acima dos limites citados, porém com prejuízos para o ritmo de seu desenvolvimento e da qualidade da banana.
As temperaturas de 15° e 35°C têm sido apontadas como os limites extremos entre os quais a bananeira encontraria boas condições para crescer e produzir. Se os valores absolutos da temperatura permanecerem dentro desses índices (15° e 35°C), o cultivo da bananeira estará assegurado na área. Temperaturas pouco acima de 24ºC, por breve período de tempo, também são favoráveis à produção da bananeira.
Quando a temperatura mínima cai abaixo de 12ºC, os tecidos da planta são prejudicados, principalmente os da casca do fruto. Se descer até 4ºC, inicialmente começam a aparecer nos bordos das folhas as primeiras manchas amarelas, as quais se acentuam com o tempo, culminando com danos letais nessa área.
Quando a temperatura sobe acima de 35ºC, há inibições no desenvolvimento da planta devido, principalmente, à desidratação dos tecidos, em especial, o das folhas. Isto faz com que elas se tornem rígidas e sujeitas ao fendilhamento mais facilmente.
A temperatura é muito importante para a bananicultura em relação a várias moléstias e pragas que atacam a planta e cuja velocidade de desenvolvimento delas varia em função desse fator.
7.2 - Precipitação
A bananeira necessita permanentemente de umidade, oriunda de chuvas ou de irrigação. Para ela o importante não é a média anual que interessa e sim a diária. O ideal seria que a média anual de chuvas caísse dividida semanalmente.
Regiões onde haja uma estação das chuvas e outra da seca bem definidas não são boas, pois a bananeira não precisa de hibernação para crescer ou produzir.
A quantidade de água que ela precisa para ter um bom desenvolvimento e produção varia com os múltiplos fatores climáticos no que concerne aos seus limites máximos e mínimos e, quanto ao solo, no que se refere aos fatores profundidade, textura, declividade, drenagem, etc.
Se não houver suficiente regularidade e quantidade de chuvas, a irrigação precisará ser feita. Isto é importante, principalmente para as raízes poderem ter um bom e constante desenvolvimento.
7.3 – Umidade Relativa
As regiões onde a umidade relativa média anual situa-se acima de 80% são as mais favoráveis à bananicultura.
Esta alta umidade acelera a emissão de folhas, prolonga a sua longevidade, favorece o lançamento da inflorescência e uniformiza a coloração da fruta. Contudo, quando associada a chuvas e variações de temperatura, provoca a ocorrência de doenças fúngicas.
Sob condições de baixo teor de umidade as folhas tornam-se mais coriáceas e têm vida mais curta.
7.4 – Luminosidade
A bananeira tem seu melhor crescimento quando recebe mais de 2.000 lux (horas de luz/ano queimada no heliógrafo) suportando, contudo, até um limite de 1.000 lux. Valores abaixo são insuficientes para que ela tenha desenvolvimento normal.
Se cultivada em local que receba apenas 30% do limite mínimo de luminosidade, em caráter permanente, a bananeira tende a não interromper seu contínuo e lento desenvolvimento, mantendo-se apenas em fase vegetativa, podendo até mesmo chegar a não entrar no processo da diferenciação floral. Disto resulta que a bananeira não suporta sombra artificial ou natural (cerração, bruma, poluição, sombra de morros, etc.) sobre suas folhas, pois ela retarda seu desenvolvimento, principalmente por não fazer a fotossíntese.
Quando muito acima do limite máximo citado, pode haver queima das folhas, o que acontece, principalmente, durante a fase de cartucho ou folha recém-aberta. Nessa idade da folha seu tecido é muito tenro, ficando vulnerável aos raios solares. Da mesma forma, a inflorescência pode também ser prejudicada pelos mesmos fatores. Apenas nas áreas com luminosidade muito alta (4.000 lux), poder-se-ia pensar em sombrear parcialmente, as bananeiras.
7.5 – Vento
O vento é uma das maiores preocupações comuns a todos os produtores de banana. Os prejuízos e a perda da produção que o vento causa, por derrubar as bananeiras ou romper suas raízes e folhas, são, em geral, maiores do que os provocados pela sigatoka-amarela não controlada.
Esse é um aspecto para o qual os bananicultores e principalmente os brasileiros, não têm voltado sua atenção e, por isso, não protegem suas plantações como o fazem outros povos, em especial os europeus, que consideram o quebra-vento como um seguro agrícola, que fica de geração para geração.
Os ventos são capazes de provocar danos suficientes para arrasar em poucos minutos uma boa plantação. Eles causam prejuízos proporcionais à sua intensidade, a saber:
a) “chilling” ou “friagem” que consiste em danos fisiológicos na bananeira e ou no fruto, causados por baixas temperaturas;
b) desidratação da planta devido à grande evaporação;
c) fendilhamento entre as nervuras secundárias;
d) diminuição da área foliar pela dilaceração das folhas que já foram fendilhadas;
e) rompimento das raízes;
f) quebra do seu pseudocaule;
g) tombamento inteiro da bananeira e sua “família”.
7.6 – Altitude
A altitude afeta diretamente a temperatura, chuvas, umidade relativa, luminosidade, etc., fatores estes que, por sua vez, influem no desenvolvimento e na produção da bananeira.
Trabalhos realizados em regiões tropicais equatorianas, com baixas altitudes, demonstraram que o ciclo de produção da bananeira, principalmente do subgrupo Cavendish, foi de 8 a 10 meses. Nessas regiões, onde a altitude passou para 900 m, ele aumentou para 18 meses.
Comparações feitas entre plantações conduzidas em situações iguais de cultivo, solos, chuvas, umidade, etc., evidenciaram um aumento de 30 a 45 dias no ciclo de produção, a cada 100 m de acréscimo na altitude, em uma mesma latitude.
Estudos feitos com vários cultivares do subgrupo Cavendish, para avaliar seu comportamento em diferentes altitudes, indicaram que os cultivares Mons Marie e Williams foram os menos prejudicados com os maiores índices.
Nenhum comentário:
Postar um comentário