quarta-feira, 27 de junho de 2018

Importância da Cultura da Banana


A Embrapa Semiarido juntamente com a colaboração de alguns pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura se empenharam em atualizar informações a respeito do cultivo da bananeira irrigada. 
A banana e uma fruta de grande importância mundial e o quarto alimento vegetal mais consumido no mundo, superada pelo arroz, trigo e milho. Segundo os dados daFood and Agriculture Organization of the United Nations - FAO, em 2002, a producao mundialde banana foi de, aproximadamente, 65 milhoes de toneladas e a area plantada de, aproximadamente, 4 milhoes de hectares. O Brasil foi o terceiro maior produtor mundial de banana, com 6,4 milhoes de toneladas, atras do Equador (7,5 milhoes) e da India (16 milhoes). A produtividade brasileira media ainda e baixa, apenas 12,5 t/ha, as principais causas desta baixa produtividade estao relacionadas as condicoes climaticas e a baixa utilizacao de tecnologias disponiveis. Na sequencia das orientacoes e tecnicas apresentadas pelo presente sistema de producao o leitor tera numa linguagem simples informacoes especificas para melhorar o manejo e a produtividade da cultura da bananeira irrigada.

A cultura da banana está presente em todos os estados brasileiros, sendo a fruta com maior volume de produção após as frutas cítricas. Planta de demanda hídrica relativamente elevada, a bananeira desempenha papel preponderante na maioria dos perímetros irrigados no Nordeste do Brasil, incluindo a região do Submédio São Francisco.
A obtenção de altas produtividades da cultura, com a qualidade da fruta conforme demandas dos mercados, exige o uso de técnicas adequadas e a atenção especial dos produtores em todas as fases do seu cultivo. Ciente disso, a Embrapa Mandioca e Fruticultura, situada em Cruz das Almas, BA, em parceria com a Embrapa Semiárido, localizada em Petrolina, PE, elaborou este sistema de produção para a cultura irrigada da bananeira no Submédio São Francisco, contando com a colaboração de técnicos e produtores que atuam nesta região do Vale do Rio São Francisco.
Este sistema de produção apresenta as informações técnicas necessárias ao cultivo da bananeira nas fases de estabelecimento do plantio, tratos culturais, controle de pragas e doenças, manejo na colheita e pós-colheita, além de informações sobre o processamento da fruta e cuidados que devem ser dispensados durante o manuseio e a utilização dos agrotóxicos.
Procurou-se inserir os avanços tecnológicos para melhorar a qualidade da fruta produzida na região e aumentar sua competitividade no mercado nacional. Desta forma, espera-se que este sistema de produção contribua, significativamente, como instrumento de mudança na forma de produzir banana irrigada na área de abrangência da região, agregando tecnologia ao sistema, para melhoria da renda e da qualidade de vida do agricultor.
Dentre as frutas produzidas no Brasil, a banana ocupa o segundo lugar em área colhida (aproximadamente 481 mil hectares), produção (6,9 milhões de toneladas) e consumo aparente por habitante (30 kg/ano) (IBGE, 2013). É consumida, nas diversas camadas da população brasileira, como sobremesa e fonte de vitaminas e nutrientes, sendo rica principalmente em potássio (2.640 a 3.870 mg/kg). A fruta contém vitaminas C (59 a 216 mg/kg), B6 (0,3 a 1,7 mg/kg) e B1 (0,3 a 0,9 mg/kg); minerais, como potássio, magnésio (240 a 300 mg/kg), fósforo (160 a 290 mg/kg), cálcio (30 a 80 mg/kg), ferro (2 a 4 mg/kg) e cobre (0,5 a 1,1 mg/kg); carboidratos (203 a 337 g/kg); proteínas (11 a 18 g/kg), apresentando baixos teores de lipídeos (1,0 a 2,0 g/kg) e baixo valor calórico (780 a 1.280 kcal/kg) (TACO, 2011). Todavia, a parcela da renda gasta na aquisição dessa fruta é de apenas 0,80% do total das despesas com alimentação (IBGE, 2008).
A produção brasileira de banana está distribuída por todo o território nacional, sendo a região Nordeste a maior produtora (35%), seguida do Sudeste (33%), Sul (16%), Norte (12%) e Centro Oeste (4%). O Estado da Bahia participa com 72,4 mil ha (maior área) e Pernambuco, 40,8 mil ha (sexta maior área). A produção de ambos foi de 1.490.920 t (segunda maior produção nacional) e 407.574 t (sétima maior produção nacional), respectivamente (IBGE, 2013).
Embora a região do Submédio São Francisco apresente excelentes condições de clima e solo para a produção irrigada de banana de alto padrão de qualidade, ainda é preciso superar, em grande parte, a baixa eficiência na produção e no manejo pós-colheita. São vários os problemas que afetam a bananicultura da região, principalmente no que se refere ao manejo e tratos culturais dispensados à cultura e ao tratamento pós-colheita.
A região do Submédio São Francisco envolve vários projetos de irrigação, tais como Nilo Coelho, Mandacaru, Salitre, Tourão, Curaçá, Pontal, que em conjunto mantêm uma produção de frutas que coloca este polo como destaque no cenário nacional e também internacional. Nesta microrregião, a cultura da banana, que chegou a atingir em 2002-2003 mais de 5.000 ha colhidos, em 2011, destinou à colheita cerca de 2.400 ha, cuja produção foi de 48.056 t. Neste cenário a cultivar ‘Pacovan’ domina mais de 80% da área.

A banana (Musa spp.) é uma fruta de consumo universal, sendo umas das mais consumidas no mundo, e, é comercializada por dúzia, por quilo e até mesmo por unidade. É rica em carboidratos e potássio, médio teor em açúcares e vitamina A, e baixo em proteínas e vitaminas B e C.
A banana é apreciada por pessoas de todas as classes e de qualquer idade, que a consomem in natura, frita, assada, cozida, em calda, em doces caseiros ou em produtos industrializados.
A fruta verde é usada in natura com grande sucesso na desidratação infantil, depois de bem homogeneizada no liquidificador; seu tanino, revestindo as paredes intestinais e do tubo digestivo, evita, por ação mecânica, que as células do órgão continuem se desidratando.
No meio rural é utilizada, ainda verde, como alimento de animais, depois de cozida, para eliminar o efeito do tanino nos intestinos.
A importância da bananicultura varia de local para local, assim como de país para país. Por vezes, ela é plantada para servir de complemento da alimentação da família (fonte de amido), como receita principal ou complementária da propriedade ou como fonte de divisas para o país.
Com freqüência, seu cultivo é feito em condições ecológicas adversas, mas, em vista da proximidade de um bom mercado consumidor, esta atividade se torna economicamente viável.
Há uma grande diversidade de cultivares, cujos frutos têm vários sabores e utilizações. O porte das plantas varia de 1,50 m a 8,0 m e seus cachos podem ser compostos por algumas bananas ou centenas delas.
Merece realçar que seu tronco não é um tronco e, sim, um imbricamento de bainhas de folhas. Seu período de vida é definido pelo aparecimento do “filhote” na superfície do solo e a sua colheita ou a seca do seu cacho. Entretanto, sua lavoura é considerada de caráter permanente na área.
As bananas cultivadas podem ser divididas em duas classes: as consumidas frescas ou industrializadas e as consumidas fritas ou assadas, que chamamos de bananas de fritar ou da terra. Na língua espanhola, apenas as bananas do subgrupo Cavendish (“Nanica”, “Nanicão”, “D”água”, etc.) são chamadas de bananas; as demais são conhecidas por   “plátanos”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário