domingo, 2 de fevereiro de 2020

Solos para o Cultivo da Goiaba



Por ser uma planta dotada de grande rusticidade, a goiabeira adapta-se aos mais variados tipos de solo. Recomenda-se, porém, que sejam evitados os solos pesados e mal drenados principalmente nas áreas irrigadas onde existe o risco de salinização.

Os solos adequados ao cultivo da goiabeira, sobretudo no caso da instalação de pomares destinados à produção de frutas para consumo in natura e exportação, são os areno-argilosos profundos, bem drenados, ricos em matéria orgânica e com pH em torno 5,5 a 6,0. Em solos com pH igual ou superior a sete normalmente aparecem deficiências de ferro. Deve-se também sempre que possível preferir o plantio em terrenos protegidos dos ventos frios ou do frio vindos do sul.

Para ser considerado produtivo, o solo deve ser fértil (rico em nutrientes), ter boas características físicas (textura, estrutura, densidade, drenagem), boas condições de relevo e não deve conter elementos ou substâncias fitotóxicas. Portanto, é importante salientar que um solo fértil é aquele que tem a capacidade de suprir as plantas com nutrientes essenciais, na quantidade e na proporção adequadas para o seu desenvolvimento, visando obter alta produtividade.
Além da fertilidade do solo, a produtividade da goiabeira depende de outros fatores essenciais à produção, tais como: clima, cultivares e outras características do solo, como profundidade, teor de matéria orgânica, pH, saturação por bases, acidez potencial e disponibilidade de nutrientes (SANCHES; SALINA,1983).
A cultura da goiaba adapta-se a vários tipos de solo. Entretanto, os mais adequados ao seu cultivo são os areno-argilosos profundos, bem drenados, ricos em matéria orgânica e com pH entre 5,0 e 6,5. Em solos com pH igual ou superior a esse intervalo, pode ocorrer deficiência de ferro.
Solos argilosos e mal drenados devem ser evitados, principalmente em áreas irrigadas com risco de salinização, assim como devem ser evitados os solos rasos e úmidos, que não toleram longos períodos de encharcamento.
Resultados de pesquisa indicam que a goiabeira é moderadamente tolerante ao estresse salino, embora as plantas jovens sejam sensíveis à salinidade. Assim, a depender do teor de sais contido na água de irrigação, o desenvolvimento inicial das mudas pode ser afetado, provocando decréscimos na produção de até 77%, quando a condutividade elétrica chega a 4,5 dS/m (GURGEL et al., 2007).
A implantação de pomares comerciais deve ser feita em terrenos de topografia plana ou levemente inclinada. Evita-se plantar em áreas de acentuada declividade por causa da dificuldade de proceder aos tratos culturais e fitossanitários, e também à colheita.
Resultados de pesquisa obtidos pela Embrapa Semiárido em pomares irrigados por microaspersão, em Latossolo Vermelho-Amarelo textura média, no perímetro irrigado de Bebedouro, em Petrolina, PE, permitiram verificar que o sistema radicular da goiabeira cresceu até a profundidade de 1,2 m e a uma distância máxima do tronco de 2,4 m; contudo, a profundidade e a distância efetivas encontram-se a 0,94 m e 1,27 m, respectivamente. Considerando que o maior volume de raízes encontra-se a uma profundidade e a uma distância do tronco de 0,6 m, recomenda-se essa coordenada para o monitoramento da água no solo e para a aplicação de fertilizantes e matéria orgânica (FERREIRA, 2004).
Para avaliar a fertilidade é preciso proceder à análise do solo em laboratório, onde são determinados os valores de pH, os teores dos principais nutrientes exigidos pelas plantas, além daqueles elementos que são tóxicos, como o alumínio e o sódio.
Essas informações são determinantes para o planejamento de uma adubação adequada às necessidades da cultura e para a avaliação da necessidade de calagem, além de, por meio delas, conseguir-se prevenir ou solucionar a questão da salinidade.
Para que a análise represente fielmente as condições do solo, é necessário que a coleta da amostra de solo seja bem representativa da área. Portanto, dentro de uma mesma área, as amostras devem ser separadas de acordo com a cor do solo, a textura (argilosos ou arenosos) e a
localização (baixada, plano, encosta e topo).
Deverão também ser fornecidas informações que indiquem se o solo é virgem ou cultivado, se adubado ou não adubado.
A amostragem do solo é o primeiro passo para uma recomendação correta na adubação da goiabeira. Se a amostra não for representativa da área, a análise poderá levar a recomendações errôneas, por melhor que seja a qualidade do serviço prestado pelo laboratório responsável pela análise.
Três meses antes do plantio, para cada tipo de solo da área, deve-se retirar uma amostra composta, em terreno com superfície limpa, sem mato ou restos vegetais. O procedimento consiste em coletar, no mínimo, 15 amostras simples, em vários pontos do terreno, a uma profundidade de 0 a 20 cm (Figura 1).

Figura 1. Representação da forma de coleta de amostras de solo.

A terra amostrada deve ser colocada num balde de plástico limpo. Em seguida, misturar bem todas as amostras coletadas; dessa mistura, retirar aproximadamente 0,5 kg de solo, que deverá ser colocado em um saco de plástico limpo, que constituirá a amostra composta a ser remetida ao laboratório, devidamente identificada. É aconselhável fazer essa amostragem para análise de solo uma vez por ano. Não incluir na amostragem solos coletados em locais de formigueiro, de monturo (monte de lixo), de coivara e os próximos a curral.
As amostras podem ser coletadas com um dos seguintes instrumentos: trado (Figura 2), cano galvanizado de 1 ou ¾ de polegada, pá reta e enxadeco. Se for usado o enxadeco, a amostra deve ser coletada na fatia correspondente a 0 a 20 cm de profundidade.

Figura 2. Ferramentas utilizadas na coleta de amostras de solo.






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