quarta-feira, 27 de outubro de 2021

CULTIVO DA PITANGUEIRA - Eugenia uniflora Linnaeus

 

PITANGUEIRA - Eugenia uniflora Linnaeus

Família: Myrtaceae

Sinonímia: Eugenia micheli Lam.; Stenocalyx micheli (Lam.) Berg; Stenocalyx nhampiri Barb. Rodr.; Stenocalyx oblongifolius Berg., Stenocalyx costatus (Camb.) Berg; Stenocalyx brunneus Berg; Stenocalyx affinis Berg; Stenocalyx strigosus Berg; Stenocalyx impunctatus Berg; Stenocalyx lucidus Berg; Stenocalyx dasyblastus Berg; Stenocalyx glaber Berg; Eugenia costata Camb.; Myrtus brasiliana L.; Plinia rubra L.; Plinia pedunculata L.; Eugenia indica Micheli.

Ocorre no Brasil, desde o Estado de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, onde aparece em todas as regiões fisiográficas, estendendo-se até a metade norte do Uruguai e ao Chaco, na Argentina, e na Mesopotâmia.

Figura 1. Vista geral do pomar de pitangueira na Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS.

A pitangueira é uma fruteira nativa do Brasil e encontra-se disseminada, praticamente, por todo o território nacional. A exploração da planta, em diversas regiões brasileiras, ainda caracteriza-se como extrativista, com os frutos sendo comercializados em feiras livres para consumo ao natural e/ou utilizada na indústria. Seu cultivo comercial restringe-se aos Estados de Pernambuco e da Bahia, detentores das maiores áreas cultivadas.

Em função da adaptação às diferentes condições de solo e clima, a pitangueira é encontrada em diversas partes do mundo. Há registros de cultivos em outros países da América do Sul e Central, do Caribe, nos Estados Unidos (Flórida, Califórnia, Havaí), China, Índia, Sri Lanka, México, Madagascar, África do Sul, Israel e vários países do Mediterrâneo.

O valor comercial da pitanga resulta do seu elevado rendimento de polpa, valor nutritivo, sabor e aroma exóticos, atraindo, principalmente, os consumidores exigentes por produtos naturais e saudáveis.

Deve-se ressaltar que os trabalhos de pesquisa pioneiros da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária-IPA com a cultura da pitangueira nas áreas de melhoramento genético, propagação e manejo fitotécnico foram responsáveis por diversas tecnologias geradas, bem como por grande parte das informações existentes atualmente no Brasil sobre a cultura e que agora são disponibilizadas nesta obra.

Esta publicação destina-se aos profissionais da área de Fruticultura Tropical, estudantes, fruticultores e demais interessados que buscam informações técnicas sobre o cultivo da pitangueira.

É uma arvoreta, ou árvore, com altura variando de 3 a 12 m.

Apresenta sistema radicular profundo, formado por uma raiz pivotante.

O tronco é tortuoso (Figura 1), com manchas claras acinzentadas, com diâmetro de até 40 cm. Quando em cultivo isolado, a copa apresenta forma arredondada, com diâmetro de projeção variando de 3 a 5 m. As folhas são simples, opostas, ovadas ou ovado-oblongas, de bordos lisos, ápice atenuado-acuminado a obtuso, base obtusa a subcordada, às vezes atenuada ou aguda, de dimensões variando de 2,5 a 7 cm de comprimento por 1,2 a 3 cm de largura, de coloração verde-escura, lustrosas e com consistência membranácea. O pecíolo mede entre 1 e 2 mm, podendo chegar a 5 mm. As flores são bissexuais, reunidas em fascículos de disposição axilar formados por 2 a 6 unidades, em pedúnculos que variam de 1 a 3 cm de comprimento. As sépalas são oblongas, com 3 a 4 mm de comprimento. As pétalas, em número de 4, são livres, pubérulas e brancas (Figura 2a). O estilete é filiforme e o estigma é capitado. Os estames são numerosos, e o ovário é ínfero, bilocular, com número superior a 30 óvulos.

Figura 2. (A) Flores de pitangueira, (B) detalhe dos frutos, escuros e, (C) vermelhos Embrapa Clima Temperado, Pelotas/RS.

Os frutos são bagas globosas, coroadas pelo cálice persistente, com os pólos achatados e dotados de 7 a 8 sulcos no sentido longitudinal (Figura 2b). Quando inicia o processo de maturação, o epicarpo passa de verde para vermelho e deste até quase preto.

Entretanto, algumas plantas apresentam frutos de cor laranja ou vermelha, mesmo quando já atingiram a maturação.

Os frutos apresentam 1 a 2 sementes, esporadicamente 3 a 4 e excepcionalmente acima de 4 sementes. As sementes são branco-acinzentadas, medindo, no sentido longitudinal cerca de 7 a 10 mm, e na região mediana de 9 a 14 mm. O tegumento é bastante aderente à semente e apresenta coloração verde-clara.

A pitangueira pode ser considerada auto-fértil pois o pólen germina e cresce no pistilo da própria flor, chegando até os óvulos. Entretanto, ela precisa de agente polinizador, pois as anteras estão, em geral, em plano inferior ao estigma.



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