quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Utlização, Composição e Valor Nutricional da Pitanga

 

Utlização

No Nordeste Brasileiro, a pitanga, geralmente, é consumida ao natural ou utilizada no preparo de sucos (Lederman et al., 1992). O principal potencial de exploração agroindustrial da pitangueira é a produção de frutos para obtenção da polpa integral congelada e suco engarrafado, além da utilização da polpa na fabricação de sorvete, picolé, licor, geléia, vinho e cosméticos (Donadio, 1983; Ferreira et al., 1987; Lederman et al., 1992).

Outras perspectivas de aproveitamento da polpa são: a mistura entre sucos de pitanga com outras frutas de espécies nativas e exóticas; adicionála a bebidas lácteas; e processá-la como refresco em pó e néctar (Bezerra et al., 2000).

A pitangueira pode ser usada como cerca viva e planta ornamental, pois além de crescer lentamente, essa espécie apresenta copa densa e compacta (Correa, 1978; Villachica et al., 1996).

Países como Suriname e Nigéria extraem das folhas e frutos verdes óleos essenciais contendo acetato de geranil, citronela, terpenos, sesquiterpenos e politerpenos, substâncias utilizadas contra febre, resfriados, reumatismo, gota, hipertensão e no tratamento de desordens gastrointestinais, demonstraram na Nigéria que o pó das folhas e óleos essenciais da pitangueira são eficientes na proteção de sementes armazenadas de feijão caupi contra o ataque de insetos da família Bruchidae (bruquídeos).

De acordo com Morton (1987), a casca da pitangueira contém de 20 a 28,5% de tanino, substância que pode ser utilizada no tratamento de couro.

Folhas da pitangueira são usadas na medicina popular na forma de chá para controlar diarréia e, segundo Rizzo et al. (1990), são usadas para combater a tosse.

O aumento do consumo de pitanga pode ser estimulado pela divulgação do seu valor nutritivo através de campanhas de educação alimentar, pois os frutos são ricos, principalmente, em vitamina A e sais minerais.

Composição e Valor Nutricional

O valor comercial do fruto de pitanga destaca-se pelo seu elevado rendimento de polpa, alto teor de vitamina A, sabor e aroma exóticos.

De acordo com Villachica et al. (1996), o fruto de pitanga é formado, aproximadamente, de 66% de polpa e cerca de 34% de semente. No entanto esses valores e outras características físico-químicas dos frutos podem ser alterados (Tabela 2) de acordo com a variabilidade genética entre pitangueiras e suas interações com as diferentes regiões de cultivo, bem como o manejo dispensado à plantação.

O peso médio de frutos é uma característica importante para o mercado de frutas frescas, uma vez que os frutos mais pesados são também os de maiores tamanhos, tornando-se mais atrativos para os consumidores.

Entretanto os parâmetros físico-químicos relacionados à acidez total titulável e ao teor de sólidos solúveis totais da polpa são mais relevantes no que se refere à elaboração de sucos, doces, picolés e sorvetes, mesmo porque a pitanga é uma fruta essencialmente voltada para a industrialização.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 1999), através da Instrução Normativa de nº 136, de 31 de março de 1999, estabeleceu os seguintes valores padrões referentes às características físico-químicas à industrialização da polpa de pitanga: sólidos solúveis totais de 6°Brix (mínimo); acidez total de 0,92% de ácido cítrico (mínimo); açúcares totais naturais de 9,5 g/100 g (máximo); pH entre 2,5 e 3,4; polpa de cor vermelha; sabor e aroma próprios.

Na Tabela 3 encontram-se os valores referentes à composição média de 100g de polpa de pitanga. O fruto destaca-se como fonte de vitamina A em função dos elevados teores encontrados na polpa. De acordo com Franco (1989), a vitamina A, também chamada de retinol, exerce várias funções de grande importância para o ser humano, como ação protetora na pele e mucosas, além de papel essencial na função da retina e da capacidade funcional dos órgãos de reprodução. Sua deficiência prejudica a visão, ocasionando a cegueira noturna.

Com relação à concentração de macronutrientes, o fruto da pitangueira contém: 0,88% de nitrogênio; 0,09% de fósforo; 0,84% de potássio; 0,25% de cálcio; 0,06% de magnésio e 0,06% de enxofre.

Estudos realizados por Lima et al.(2002), revelaram que, quando madura, a pitanga roxa apresenta maiores teores de compostos fenólicos e carotenóides totais do que a pitanga vermelha (Tabela 4). Os carotenóides, antocianinas e flavonóis encontram-se mais concentrados na película do que na polpa do fruto maduro. Nas pitangas semi maduras, os teores desses fitoquímicos não apresentaram diferenças significativas. Esses compostos possuem propriedades antioxidantes, que podem estar relacionadas com o retardamento do envelhecimento celular e a prevenção de algumas doenças.




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