quarta-feira, 30 de março de 2022

Solos para a Cultura do Pêssego

 

O pessegueiro desenvolve-se bem em solos profundos, permeáveis e bem drenados. As raízes necessitam de boa aeração para realizarem, adequadamente, suas atividades metabólicas. Por essa razão, boa drenagem é um dos principais aspectos a serem considerados ao escolher-se a área para instalação do pomar. Quando o subsolo é impermeável, geralmente por apresentar argilas expansivas (VERTISSOLO), pequena profundidade efetiva (NEOSSOLO LITÓLICO) ou mal drenagem (GLEISSOLO, ORGANOSSOLO, PLANOSSOLO, PLINTOSSOLO) as plantas podem, inicialmente, desenvolver-se bem, mas apresentarão problemas em estádios mais avançados, principalmente em anos secos ou chuvosos, tornando-se fracas, decadentes e, finalmente, morrendo. Áreas com subsolo impermeável, nas quais a água permaneça por mais de uma semana após chuvas pesadas, não são recomendadas para o cultivo dessa espécie. O acúmulo de água tem efeito drástico sobre a planta, principalmente no início da brotação e durante a estação de crescimento. Da mesma forma, durante o período de dormência, as raízes não toleram solos com déficit de oxigênio, causado por excesso de água durante períodos muito longos. Outro aspecto a ser observado, ao avaliar-se a aptidão do solo, é o nível das águas freáticas. Não é recomendado o plantio em solos onde esse nível permaneça a menos de 25 cm da superfície por mais de uma semana. Pontos úmidos, próximos às canhadas ou em partes mais baixas, devem ser drenados.

Quanto à textura, têm-se, como ideais, solos de textura média, com equilíbrio entre as frações de areia, silte e argila. A argila deve situar-se em torno de 20% a 35%. Quando presente em grandes quantidades, dependendo do tipo, dificulta a permeabilidade e torna os solos difíceis de serem trabalhados. Há, entretanto, uma exceção, quando os solos, embora com teores elevados de argila (até 70% a 75%), são profundos e têm boa estrutura física, apresentando-se com boa drenagem interna.

Um solo que permita o crescimento das raízes até um metro de profundidade propicia a formação de árvores maiores, mais produtivas e de maior longevidade.

O pH mais favorável situa-se ao redor de 6,0, mas o pessegueiro tolera solos dentro de uma faixa mais ampla. Os melhores índices de produtividade, entretanto, têm sido obtidos com valor próximo ao preconizado.

A presença de matéria orgânica exerce importância considerável, por manter a disponibilidade dos nutrientes, melhorar a estrutura do solo e aumentar a infiltração da água no solo.

A fertilidade do solo é, relativamente, menos importante que as suas características físicas. Convém, sempre, lembrar que a fertilidade pode ser corrigida, enquanto as características físicas dificilmente podem ser modificadas.

Recomenda-se não plantar em solos erodidos, ou em locais onde, anteriormente, tenha sido cultivado o pessegueiro: os compostos tóxicos emanados pelas raízes das plantas do cultivo anterior impedem o crescimento ou causam a morte das plantas novas.



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