Implantação e condução do pomar
Plantio
Segundo Donadio (2000), a jabuticabeira é muito sensível ao transplantio. Por esta razão o transplantio deve ser efetuado com muito cuidado, preservando-se o torrão e de preferência, em dia nublado. As covas devem ser de 60cm de diâmetro por 60cm de profundidade. Recomenda-se incorporar 15g de superfosfato, e 200g de esterco curtido por cova. As mudinhas devem ser regadas até o pegamento.
Em relação ao espaçamento, Donadio (2000) salienta que o espaçamento ideal é aquele que possibilita o crescimento da planta e a iluminação adequada da sua copa, visando sua plena produção, sem necessidade de manejo da copa.
De acordo com Gomes citado por Donadio (2000), o espaçamento recomendado pode ser 6x6 até 10 x 10m conforme a variedade, o clima e a fertilidade do solo.
Dado que a jabuticabeira leva muito tempo para crescer e começar a produzir, Donadio (2000) recomenda intercalar outras frutíferas mais precoces ou culturas anuais.
Podas
Inicialmente, as mudas devem ser formadas de modo que os troncos tenham de 40 a 60cm do solo, permitindo engalhamento simétrico e copa aberta.
A poda de frutificação deve ser feita para que se obtenha 4 a 6 ramos primários, que devem duplicar-se a partir de 1,2 – 1,5m e depois sucessivamente a cada 0,6-1,0m. Também é necessário que os ramos fiquem 20 a 30cm uns dos outros. (Andersen & Andersen, citados por Donadio (2000), que explica que as podas de limpeza devem ser realizadas de modo a manter o arejamento e expor os ramos mais grossos à luz solar. O autor não informa qual deve ser o intervalo de poda. Segundo ele, podas drásticas não são recomendadas, porque a regeneração da planta é lenta.
Irrigação
No Triângulo Mineiro, em MG, Informações populares dão conta de que a jabuticabeira próxima a cursos d’água normalmente floresce várias vezes no ano, ao contrário de plantas do mesmo local, porém com disponibilidade de água limitada ao período chuvoso. Segundo Mattos citado por Donadio a florada, usualmente, está associada às primeiras chuvas de primavera.
Segundo Donadio (2000), a irrigação é prática comum para a jabuticabeira, embora não existam dados experimentais sobre o seu efeito na produção e qualidade dos frutos.
De acordo com Andersen & Andersen, citados por Donadio (2000), um sistema de irrigação eficiente para a jabuticabeira é viável e alertam para o fato de que o encharcamento do solo é prejudicial e pode matar as raízes da planta.
Controle de plantas daninhas
Recomenda-se manter o pomar limpo, roçando-se as entrelinhas, e capinando ou usando-se herbicidas na linha. Donadio (2000) recomenda cautela na utilização de herbicidas de pré-emergência pois não se tem conhecimento sobre a tolerância da jabuticabeiras.
Adubação
Citando Souza, Donadio (2000) salienta que os frutos de jabuticabeira constituem um forte dreno de minerais, e grandes quantidades de nutrientes são extraídos durante a colheita. Segundo ele, as recomendações de adubação para a jaboticabeira existenes são todas adaptadas de outras culturas. Entre elas, o autor cita a recomendação de Andersen & Andersen indicando a aplicação de 30 a 50Kg de esterco + 250g de NPK/planta/ano. A adubação deve ser feita no período das chuvas, preferencialmente, de forma parcelada, e deve ser incorporada na área da coroa. Segundo Gomes, citado por Donadio, a jabuticabeira responde muito bem à adubação orgânica.
Manejo de pragas e doenças
Segundo Donadio (2000), apesar de várias pragas e doenças serem citadas em literatura, para a jabuticabeira, a maioria é de ocorrência esporádica, não se recomendando controle, a menos que sejam observados danos econômicos.
Entre as várias doenças fúngicas que podem atacar a jabuticabeira, destaca-se a podridão de raízes, que tem ocorrido em pomares comerciais paulistas com mais de 15 anos, causado, provavelmente, pelo fungo Rosellinia. O controle é difícil pois ocorre morte da planta (Mattos apud Donadio, 2000). Para Andersen & Andersen, também citados por Donadio (2000), a principal doença da jabuticabeira é a ferrugem da goiabeira, causada por Puccinia psidii, que ataca os frutos, principalmente em anos quentes e chuvosos. Segundo Donadio (2000), o controle, neste caso, é feito por meio de pulverizações quinzenais de caldas cúpricas, inciando-se antes da florada e fazendo-se mais duas em seguida, podendo prosseguir após a colheita, se a doença persistir. Donadio salienta, ainda, a importância dada a esta doença por Simão, que recomenda a retirada de ramos em excesso, e de árvores em pomares densos, como medida de controle por meio da penetração de luz.
Entre as várias pragas citadas, Donadio salienta que a mosca das frutas, e as formigas são citadas por Mattos como tendo uma certa importância, porém Gomes considera a cochonilha Capulinia jaboticabae como o grande inimigo da jabuticabeira. O controle desta praga deve ser feito raspando e pincelando-se os ramos atacados com calda sulfocálstica. Segundo Andersen & Andersen citados por Donadio (2000), o controle da mosca das frutas pode ser realizado mediante o uso de iscas envenenadas, sendo que a jabuticaba Sabará é menos atacada por esse inseto.
Parabéns pelo seu maravilhoso trabalho.
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