domingo, 10 de março de 2024

Introdução e importância econômica do Abacaxi



Sumário

Introdução e importância econômica

Caracterização do 'BRS Imperial'

Escolha e preparo do solo

Correção da acidez do solo

Obtenção e manejo de mudas

Plantio

Irrigação

Adubação

Plantas espontâneas e seu controle

Indução artificial da floração

Doenças e seu controle

Pragas e seu controle

Colheita e pós-colheita

Custo de produção e rentabilidade


Introdução e importância econômica

O Brasil é o segundo maior país produtor de abacaxi no mundo, contribuindo com 10% da produção mundial em 2013 (FAO, 2013). Entretanto, a suaparticipação é muito pequena no mercado mundial de produtos de abacaxi, em virtude de destinar muito pouco às exportações, pois o mercadointerno é muito atraente, absorvendo quase toda a produção brasileira. Esse fato evidencia a grande potencialidade do produto ainda nesse mercado.Mesmo apresentando um grande potencial econômico e produtivo, a produtividade da abacaxicultura no Brasil é considerada baixa (39,3 t/ha), quandocomparada com alguns países destaques, cuja produção é voltada para o mercado externo e que apresentam produtividade de 50 a 60 t/ha (FAO,2013). A menor produtividade no Brasil pode ser explicada tanto pela variedade produzida (de menor peso e voltada para o mercado interno) comotambém por outras variáveis: sistema de produção, condições climáticas etc.

A Bahia já esteve entre os primeiros estados brasileiros produtores de abacaxi, mas, no momento, é o sexto produtor nacional, com uma produção de104,7 milhões de frutos colhidos, em uma área de 5.280 ha, com produtividade de 29,8 t ha-1, abaixo da média nacional, que foi de 39,3 t ha-1 (IBGE,2013). Neste estado, as mesorregiões mais importantes são: Centro Norte Baiano (ex: microrregião de Itaberaba, Senhor do Bonfim e Feira deSantana), Sul Baiano (microrregiões de Porto Seguro, Valença e Ilhéus-Itabuna) e Centro Sul Baiano (ex: microrregiões de Seabra e Jequié), que,juntas, participaram com 49%, 34% e 7%, respectivamente, da produção estadual de abacaxi. A região do Sul Baiano produziu 35,2 milhões de frutosem 2013, em uma área colhida de 1.648 hectares e produtividade de 32,0 t/ha, um pouco acima da média estadual, mas abaixo da média nacional.Estes últimos dados evidenciam a necessidade de incorporação de novos resultados de pesquisa capazes de aumentar a produtividade da cultura noEstado.

Das microrregiões baianas que produzem o abacaxi, quatro merecem destaque, por representarem cerca de 75% do total produzido no estado em2013: Itaberaba (41%), Porto Seguro (20%), Valença (9%) e Ilhéus-Itabuna (6%) (IBGE, 2013). Destas, a primeira representa a região semiárida, eas demais, as regiões litorâneas. Na microrregião de Porto Seguro, merecem destaque os municípios: Itabela, Prado, Eunápolis, Santa Cruz Cabrália,Caravelas, Nova Viçosa, Itamaraju, Alcobaça, Teixeira de Freitas, Medeiros Neto e Porto Seguro. Nos diversos municípios dessa região, o turismo éuma das principais atividades econômicas, e, como esse segmento é grande consumidor de frutas in natura e processadas, a fruticultura se apresentacomo boa opção de cultivo para comercialização no potencial mercado local.

Na fruticultura da mesorregião sul Baiana, a abacaxicultura tem se mostrado como uma das atividades agrícolas de excelente oportunidade. Oabacaxizeiro é uma planta rústica e resiste a períodos de déficit hídrico, o que possibilita o cultivo de variedades tradicionais, como ‘Pérola’ e ‘SmoothCayenne’, em áreas sem irrigação na região alvo desse sistema de produção. Porém, observações em áreas de produção de abacaxi têm demonstradoque a irrigação vem apresentando vantagens competitivas relevantes no cultivo do ‘Imperial’, que tem se apresentado mais exigente em água que o‘Pérola’. O fruto do abacaxizeiro apresenta boa aceitação para o consumo in natura e para o processamento, e adapta-se à utilização de pequenasáreas de cultivo. Além da sua importância econômica, a cultura do abacaxi desempenha também uma função social de destaque por sua condição deatividade absorvedora de mão de obra no meio rural, contribuindo para a geração de empregos ao longo de todo o seu cultivo.

Apesar de grande parte da mesorregião Sul Baiana apresentar terras planas, de fácil mecanização, condições climáticas favoráveis e boa quantidadede chuvas ao longo do ano, diversos fatores têm contribuído para a baixa produtividade (32 t ha-1) da cultura na região, dentre os quais: falta detecnologias adaptadas às condições edafoclimáticas; não utilização de tecnologias disponíveis; problemas fitossanitários, dentre os quais a fusariose éo mais importante; falta de planejamento da produção, com oferta de produto em período de preços baixos etc. A utilização de boas técnicas decultivo, aliada às boas condições dos recursos naturais do Sul Baiano, pode favorecer o crescimento da abacaxicultura na região, considerando que oprodutor pode escalonar a sua produção e garantir renda estável ao longo do ano, com colheitas planejadas para atender mercados locais ouatacadistas.

A fusariose é a principal doença da abacaxicultura e ocasiona elevadas perdas de plantas e frutos durante o processo produtivo. Em torno de 20% daprodução é perdida devido não só à fusariose, mas também a outros fatores, como cochonilha, broca do fruto, frutos pequenos (sem padrãocomercial), queima solar, falha na indução, etc. Com o plantio do abacaxizeiro ‘BRS Imperial’, cultivar resistente à fusariose desenvolvida pela EmbrapaMandioca e Fruticultura, espera-se que as perdas sejam reduzidas para, no máximo, 10%.

Esta publicação destina-se a disponibilizar informações técnicas sobre o cultivo do abacaxizeiro ‘BRS Imperial’ voltadas para a realidade do Sul Baiano,com base em resultados de pesquisas, de modo a contribuir com o desenvolvimento da abacaxicultura na região.



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