Atualmente, existem 14 cultivares/clones comerciais de cajueiro registradas no Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (RNC/Mapa) à disposição dos produtores, sendo 12 delas oriundas dos programas de melhoramento genético da Embrapa. Essas cultivares possuem características diferenciais em relação à região de adaptação; resistência/tolerância a doenças; tamanho e peso da castanha e amêndoa; tamanho, forma, peso, cor e qualidade do pedúnculo e porte da planta, fatores a serem considerados na escolha para o plantio.
A escolha de cultivares de cajueiro para o plantio deve levar em conta aspectos relacionados, fundamentalmente, às condições edafoclimáticas, ao sistema de produção, ao produto comercial (castanha/amêndoa ou pedúnculo) e ao setor de beneficiamento. Considerando que a diversidade de clima e solo interage diferentemente com as plantas interferindo no seu desempenho, o comportamento de uma cultivar pode não ser o mesmo nos diferentes locais. Consequentemente, a indicação de uma cultivar para o plantio em uma região determinada dependerá de avaliações do seu desempenho em condições semelhantes. O correto é testar, no local, diversas alternativas de cultivares para plantio, antes de definir qual a melhor para plantar em maior escala. Algumas características gerais da planta são consideradas desejáveis e devem ser consideradas, para a produção de amêndoa ou pedúnculo: porte baixo a médio (menor que 4 metros de altura); produtividade de castanhas superior a 1.000 kg/ha/ano (produção estabilizada), em regime de sequeiro; peso da castanha acima de 7 g; relação amêndoa/castanha acima de 25%; fácil descastanhamento (separação da castanha do pedúnculo); fácil despeliculagem (retirada da película) da amêndoa; peso do pedúnculo superior a 80 g, boa firmeza e baixo nível de tanino.
Do ponto de vista do sistema de produção, deve-se considerar ainda, o plantio de mais de uma cultivar, objetivando reduzir os riscos de vulnerabilidade ao ataque de pragas e doenças, principalmente. As cultivares escolhidas devem ser plantadas pelo uso de mudas clonais enxertadas, para garantir a qualidade e uniformidade do pomar.
A seguir, são apresentadas as principais características das cultivares de cajueiro da Embrapa:
Cultivar `CCP 06`
Esse clone de cajueiro-anão (também denominado cajueiro-anão-precoce) foi obtido por seleção fenotípica massal, seguida de avaliação clonal, da planta matriz de cajueiro CP 06 (CP significa “cajueiro de Pacajus”). A planta apresenta porte baixo, com altura média de 3,0 m e diâmetro médio de copa de 4,5 m, no sexto ano de idade (fase adulta).
Os indicadores agroindustriais são: peso da castanha de 6,2 g, amêndoa despeliculada de 1,6 g e relação amêndoa/casca de 24,8%. Em cultivo de sequeiro, em espaçamento de 7 m x 7 m, produz até 600 kg/ha de castanhas. O pedúnculo tem peso médio de 76,5 g e coloração amarela.
Atualmente, é cultivada para a obtenção de sementes para produção de porta-enxerto, pois suas sementes possuem alto poder germinativo, possui alta compatibilidade com os genótipos copa e apresenta elevada taxa de plantas aptas ao plantio no campo (Figura 1).
Fotos: João Rodrigues de Paiva
Figura 1. Cajueiro-anão `CCP 06` (à esquerda) e seu fruto apresentando castanha pequena e pedúnculo amarelo (à direita), em Pacajus, CE.
Cultivar `CCP 76`
Clone de cajueiro-anão originado por seleção fenotípica massal, seguida de avaliação clonal, da planta matriz de cajueiro CP 76. A planta apresenta porte baixo, com altura média de 2,7 m e diâmetro médio da copa de 5,0 m.
A produtividade depende do nível de tecnologia adotado, variando de 400 kg/ha a 1.000 kg/ha de castanhas em cultivo de sequeiro, em espaçamento de 7 m x 7 m. Em cultivo irrigado, pode produzir até 2.000 kg/ha de castanha.
Os principais indicadores agroindustriais são peso da castanha de 8,6 g, amêndoa despeliculada de 1,8 g, relação amêndoa/casca de 20,1% e percentagem de amêndoas quebradas no corte de 4,1%.
O pedúnculo é de cor laranja-avermelhada, tem peso médio de 135 g e teor de sólidos solúveis totais de até 12,5 °Brix e acidez titulável de 0,20 a 0,30, com ratio (relação entre estes parâmetros) em torno de 50, o que o torna muito saboroso para os apreciadores de caju. Essas características tornaram o clone o mais cultivado no País, cujo cultivo está voltado principalmente para o mercado de fruta fresca e para a indústria de suco. Quando os pedúnculos são destinados para a indústria, há o aproveitamento da castanha para o mercado da amêndoa.
Esse clone é o que apresenta a maior capacidade de adaptação a diferentes ambientes, ocupando a maior amplitude de agroecossistemas do País (Figura 2).
Fotos: João Rodrigues de Paiva e Luiz Augusto Lopes Serrano
Figura 2. Cajueiro-anão `CCP 76` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo laranja-avermelhado (à direita), em Pacajus, CE (à esquerda) e em Pio IX, PI (à direita).
Cultivar `CCP 09`
Esse clone de cajueiro-anão foi obtido por seleção fenotípica massal, seguida de seleção clonal, a partir da planta matriz de cajueiro CP 09.
A planta apresenta porte baixo, altura média de 3,0 m e diâmetro médio da copa de 6,0 m. A produtividade média no sexto ano, em cultivo de sequeiro, em solos arenosos de baixa fertilidade, é de cerca de 410 kg/ha, em espaçamento de 7 m x 7 m.
Os principais indicadores agroindustriais são: peso da castanha entre 8 g e 9 g; peso da amêndoa despeliculada entre 2,2 g e 2,4 g; relação amêndoa/casca de 27,7% e percentagem de amêndoas quebradas no corte de 9,7%.
O pedúnculo, de cor laranja-avermelhada, tem peso médio de 87 g, teor médio de sólidos solúveis totais de 11,5 °Brix e acidez titulável de 0,38, resultando num ratio de 30, o que torna o pedúnculo aceitável pelos consumidores.
Esse clone é o mais responsivo à irrigação em termos de produção (até 95% a mais na produção de pedúnculo e 76% a mais na produção de castanha), sendo o mais indicado para áreas irrigadas. Nessas condições, os indicadores agroindustriais da castanha também são incrementados.
É um clone recomendado para exploração mista, ou seja, pode-se explorar tanto a produção de castanha como a de pedúnculo (Figura 3).
Fotos: João Rodrigues de Paiva e Luiz Augusto Lopes Serrano
Figura 3. Cajueiro-anão `CCP 09` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo laranja-avermelhado (à direita), em Pacajus, CE.
Cultivar `CCP 1001`
Esse clone de cajueiro-anão foi lançado juntamente com o clone `CCP 09` e teve sua origem da planta matriz de cajueiro CP 1001, no Campo Experimental de Pacajus, CE. A planta tem como características o porte baixo, altura média de 2,8 m e diâmetro médio da copa de 5,0 m no sexto ano de idade. É muito produtivo, podendo alcançar, no sexto ano, 547 kg/ha, em cultivo de sequeiro e no espaçamento de 7 m x 7 m.
Os indicadores agroindustriais médios mostram o peso da castanha de 6,3 g, amêndoa despeliculada de 1,9 g; a relação amêndoa/casca de 28,1% e a percentagem de amêndoas quebradas no corte de 9,5%. O pedúnculo possui peso médio de 84,6 g e coloração vermelha.
Indicado para regiões com elevado déficit hídrico. O cultivo sob irrigação favorece o crescimento das plantas (vegetativo), em detrimento da produção de castanha, mostrando, assim, pouca resposta produtiva em relação à irrigação.
Por ser um clone altamente prolífico, vem sendo bastante utilizado pelo Programa de Melhoramento da Embrapa, na participação de cruzamentos para a obtenção de novas populações. Um detalhe importante é que sua produção ocorre em cachos (Figura 4).
Fotos: Luiz Augusto Lopes Serrano
Figura 4. Cajueiro-anão `CCP 1001` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo vermelho (à direita), em Barreira, CE.
Cultivar `Embrapa 50`
Esse clone de cajueiro-anão foi lançado para o plantio comercial em cultivo de sequeiro, no Estado do Ceará. Foi obtido da seleção dentro de uma progênie híbrida resultante do cruzamento entre os genótipos CP 06 (cajueiro-anão) e CP 07 (cajueiro-comum), seguida de avaliação clonal, no Campo Experimental de Pacajus, CE.
A planta tem porte médio, com altura média de 3,4 m e diâmetro médio da copa de 7,7 m, no sexto ano de idade, sendo recomendado espaçamento mínimo de 8 m x 8 m. Em cultivo de sequeiro, pode produzir até 1.200 kg/ha de castanha e 5.590 kg/ha de pedúnculo, que geralmente é aproveitado apenas na indústria de suco.
O peso da castanha é de 11,2 g; a relação amêndoa/casca, 26,5%; o peso da amêndoa, 2,9 g; a percentagem de amêndoas quebradas no corte, 4,3% e amêndoas inteiras após a despeliculagem, 80%. O pedúnculo é amarelo e pesa, em média, 111 g.
É recomendado, principalmente, para a exploração da castanha (Figura 5).
Fotos: Luiz Augusto Lopes Serrano e Cláudio de Norões Rocha
Figura 5. Cajueiro-anão `Embrapa 50` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo amarelo (à direita), em Pacajus, CE.
Cultivar `Embrapa 51`
Esse clone de cajueiro-anão foi lançado juntamente com o `Embrapa 50`, para plantio comercial em cultivo de sequeiro no Estado do Ceará. Foi obtido do genótipo P500, selecionado num campo de progênies policruzadas de cajueiro-anão, seguido de avaliação clonal no Campo Experimental de Pacajus, CE.
A planta apresenta porte médio, com altura média em torno de 3,0 m e diâmetro médio de copa de 8,0 m, exigindo, assim, espaçamento de plantio mais amplo. Em cultivo de sequeiro, pode produzir entre 1.200 kg/ha e 1.300 kg/ha de castanhas e 8.700 kg/ha de pedúnculo.
É recomendado para exploração de castanha, cujo peso médio é de 10,7 g, e possui peso da amêndoa de 2,6 g. Apresenta relação amêndoa/casca de 24,5%; porcentagem de amêndoas quebradas de 1,3% e porcentagem de amêndoas inteiras após a despeliculagem de 85%. O pedúnculo possui forma piramidal e é vermelho, com peso médio de 104 g.
É recomendado, principalmente, para a exploração da castanha, sendo um dos clones mais cultivados no Nordeste. Além disso, apresenta certa tolerância à resinose (Figura 6).
Fotos: Luiz Augusto Lopes Serrano
Figura 6. Cajueiro-anão `Embrapa 51` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo vermelho (à direita), em Cruz, CE.
Cultivar `BRS 189`
Foi lançada para cultivo sob irrigação no Estado do Ceará. Esse clone de cajueiro-anão foi obtido por seleção fenotípica dentro de uma progênie originada do cruzamento entre os clones de cajueiro-anão `CCP 1001` e `CCP 76`, seguida de avaliação clonal.
A planta apresenta porte baixo e produz, em cultivo irrigado, cerca de 2.000 kg/ha de castanhas e 12.700 kg/ha de pedúnculo.
O peso médio da castanha é de 8,3 g, e o da amêndoa, 2,1 g. A relação amêndoa/castanha está em torno de 26,6%. O pedúnculo é vermelho, de formato piriforme, e peso médio de 155 g. Entre os clones da Embrapa, é um dos que possuem maiores pedúnculos e menores castanhas. Os sólidos solúveis totais alcançam 13,3 ºBrix, a acidez total titulável, 0,40%, o conteúdo de vitamina C, 251,86 mg/100 g de polpa, e o teor de tanino oligomérico, 0,30%, tornando o clone recomendado para o mercado de mesa.
O clone `BRS 189` é recomendado para o cultivo irrigado, embora também possa ser cultivado em regime de sequeiro em regiões onde as chuvas ultrapassam 800 mm anuais (litoral) (Figura 7)
Fotos: Luiz Augusto Lopes Serrano
Figura 7. Cajueiro-anão `BRS 189` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo vermelho (à direita).
Cultivar `BRS 226`
O clone `BRS 226` (Planalto) foi obtido da planta matriz MAP-42, por meio de seleção fenotípica massal, na fazenda Caucaia Agroindustrial S.A. (Capisa), no Município de Pio IX, Piauí, seguida de avaliação clonal na mesma região.
A planta apresenta porte baixo (< 3 metros), sendo resistente às doenças resinose e PPH (podridão preta da haste), as quais vêm causando prejuízos significativos aos cajucultores, sobretudo no Semiárido e no Cerrado, sendo assim recomendado para as áreas com ocorrência dessas enfermidades.
Os indicadores agroindustriais para a castanha recomendam esse clone para o mercado de amêndoa. A castanha possui peso médio de 10,2 g, a amêndoa pesa 2,7 g, a relação amêndoa/castanha está em torno de 22,1%, e a porcentagem de amêndoas inteiras após a despeliculagem é de 86,7%.
O peso médio do pedúnculo, de coloração amarela ou laranja clara, é de 102,6 g, possuindo ainda alto teor de vitamina C (356,13 mg/100 g de polpa). Os sólidos solúveis totais alcançam 13,8 ºBrix, a acidez total titulável, 0,52%, e o teor de tanino oligomérico, 0,80%. Atualmente, os pedúnculos desse clone vêm sendo bem aproveitados pelas indústrias de suco.
Este clone é recomendado para cultivo de sequeiro em ambientes em que as condições de clima e solo sejam semelhantes aos do local de seleção (clima quente, baixa precipitação e solo arenoso e profundo) (Figura 8).
Fotos: João Rodrigues de Paiva e Leto Rocha
Figura 8. Cajueiro-anão `BRS 226` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo laranja-amarelado (à direita).
Cultivar `BRS 253`
Este clone de cajueiro-anão foi lançado para plantio comercial em cultivo de sequeiro. Foi avaliado e selecionado na Região de Ribeira do Pombal, BA. O clone `BRS 253` ou `BRS Bahia 12` se originou da seleção fenotípica da planta matriz de cajueiro-anão (P96D), oriunda de uma progênie policruzada, no Campo Experimental de Pacajus, pertencente à Embrapa Agroindústria Tropical.
As principais características desse clone são o vigor da planta, a alta produtividade de castanhas, a qualidade da amêndoa e o pedúnculo vermelho (Figura 9). Desse modo, é recomendado para a exploração da castanha naquela região.
No quarto ano de avaliação, o clone apresentou as seguintes características: altura de planta – 2,9 m; diâmetro da copa – 7,2 m; produção de castanhas – 800 kg/ha; rendimento industrial – 26,3%; porcentagem de amêndoas duras – 0,70%; amêndoas quebradas – 5,15%; peso médio da castanha – 10,2 g; peso médio da amêndoa – 2,7 g; e peso médio do pedúnculo – 91,3 g.
Fotos: Luiz Augusto Lopes Serrano
Figura 9. Cajueiro-anão `BRS 253` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo vermelho (à direita), em Florânia, RN.
Cultivar `BRS 265`
O clone de cajueiro-anão `BRS 265` (Pacajus) foi resultado da seleção fenotípica dentro de uma progênie policruzada naturalmente, originada do clone de cajueiro-anão `CCP 76`, no Campo Experimental de Pacajus, CE.
Quando comparado aos outros clones de cajueiro-anão, a planta do ‘BRS 265’ apresenta porte médio. A altura média é de 3,6 m no sétimo ano de idade, em cultivo de sequeiro, no Município de Severiano Melo, RN.
Sua castanha apresenta peso médio de 12,5 g, a amêndoa possui 2,6 g e o pedúnculo, de coloração vermelha, 118,2 g. A relação amêndoa/castanha é de 21,26%, apresentando 98% de amêndoas inteiras após a despeliculagem. Os sólidos solúveis totais alcançam 12,9 ºBrix e a acidez total titulável 0,22.
O clone `BRS 265` é recomendado para o plantio de sequeiro nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e regiões similares aos ambientes onde foi avaliado. Além da castanha, o pedúnculo (pequeno) também pode ser aproveitado para o mercado de mesa (consumo in natura) (Figura 10).
Fotos: João Rodrigues de Paiva e Cláudio de Norões Rocha
Figura 10. Cajueiro-anão `BRS 265` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo vermelho (à direita).
Cultivar `BRS 274`
A Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a Companhia de Óleos do Nordeste (Cione), lançou o primeiro clone de cajueiro-comum para cultivo em regime de sequeiro.
O clone de cajueiro-comum `BRS 274` ou `BRS Jacaju` originou-se da seleção fenotípica de uma planta matriz de cajueiro-comum, em populações segregantes, na Fazenda Uruanã, de propriedade da Empresa Cione, localizada no Município de Beberibe, CE, seguida da clonagem e avaliação do clone na Fazenda Jacaju, localizada no mesmo município.
Considerando os cajueiros do tipo-comum, as plantas desse clone tem como características o porte médio, com altura de 5,1 m e copa com diâmetro médio de 11,0 m no oitavo ano de idade, em cultivo de sequeiro. Assim, os espaçamentos recomendados são o de 12 m x 10 m, em sistema retangular, com 83 plantas por hectare, ou 11 m x 11 m, em sistema quadrado, com 83 plantas por hectare. O peso médio da castanha é de 16,0 g, o da amêndoa, 3,5 g, e o do pedúnculo, 128,6 g. É a cultivar da Embrapa que apresenta a maior castanha. O pedúnculo possui alto teor de vitamina C (305,53 mg/100 g de polpa).
Esse clone apresenta uma reação intermediária à antracnose e resistência ao mofo preto. Por suas características, é recomendado para exploração da castanha e do pedúnculo para indústria de sucos, em cultivo de sequeiro (Figura 11).
Fotos: João Rodrigues de Paiva e Cláudio de Norões Rocha
Figura 11. Cajueiro-comum `BRS 274` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo alaranjado (à direita).
Cultivar `BRS 275`
Esse clone é um híbrido obtido do cruzamento entre o cajueiro-anão e o cajueiro-comum. Originou-se da seleção fenotípica dentro de uma progênie de polinização controlada, oriunda do cruzamento entre o clone `CCP 1001` (cajueiro-anão) e a planta matriz `CP 12` (cajueiro-comum). Após a seleção entre e dentro de progênies, foi feita a clonagem da planta, para obtenção e avaliação do clone.
As características da planta, em cultivo de sequeiro, no oitavo ano de idade, são: altura média de 5,3 m, diâmetro médio da copa de 9,7 m; peso médio da castanha de 11,4 g; peso médio da amêndoa de 3,1 g e do pedúnculo de 108,0 g. Os sólidos solúveis totais alcançam 12,0 ºBrix, e a acidez total titulável, 0,34%. Por suas características, é recomendada para exploração da castanha e do pedúnculo para a indústria de sucos (Figura 12).
Fotos: João Rodrigues de Paiva e Cláudio de Norões Rocha
Figura 12. Cajueiro `BRS 275` (à esquerda) e seu fruto apresentando pedúnculo alaranjado (à direita).
Todas as informações relativas às cultivares encontram-se resumidas na Tabela 1.
Tabela 1. Resumo das
características das cultivares de caju da Embrapa Agroindústria Tropical.
Cultivar
|
Porte
|
Produção de castanha
(kg/ha)
|
PMC
(g)
|
PMA
(g)
|
PMP
(g)
|
SST
(ºBrix)
|
ATT
(%)
|
Ratio
|
Cor do pedúnculo
|
Aptidão
|
CCP 06
|
Baixo
|
600 (sequeiro)
|
6,2
|
1,6
|
76,5
|
amarela
|
Porta-enxerto
|
|||
CCP 76
|
Baixo
|
700 (sequeiro)
2.000 (irrigado)
|
8,6
|
1,8
|
135,0
|
12,5
|
0,25
|
50
|
laranja-avermelhada
|
Mista (castanha e pedúnculo)
|
CCP 09
|
Baixo
|
410 (sequeiro)
720 (irrigado)
|
8,5
|
2,3
|
87,0
|
11,5
|
0,38
|
30
|
laranja
|
Mista (castanha e pedúnculo)
|
CCP 1001
|
Baixo
|
547 (sequeiro)
|
6,3
|
1,9
|
84,6
|
vermelha
|
Castanha
|
|||
Embrapa 50
|
Médio
|
1.200 (sequeiro)
|
11,2
|
2,9
|
111,0
|
amarela
|
Castanha
|
|||
Embrapa 51
|
Baixo
|
1.250 (sequeiro)
|
10,7
|
2,6
|
104,0
|
vermelha
|
Castanha
|
|||
BRS 189
|
Baixo
|
1.960 (irrigado)
|
8,3
|
2,1
|
155,4
|
13,3
|
0,40
|
33
|
vermelha
|
Pedúnculo
|
BRS 226
|
Baixo
|
470 (sequeiro)
|
10,2
|
2,7
|
102,6
|
13,8
|
0,52
|
28
|
amarelo-alaranjada
|
Mista (castanha e pedúnculo – suco)
|
BRS 253
|
Baixo
|
800 (sequeiro)
|
10,2
|
2,7
|
91,3
|
vermelha
|
Castanha
|
|||
BRS 265
|
Baixo a Médio
|
654 (sequeiro)
|
12,5
|
2,6
|
118,2
|
12,9
|
0,22
|
58
|
vermelha
|
Mista (castanha e pedúnculo)
|
BRS 274
|
Médio
|
1.248 (sequeiro)
|
16,0
|
3,5
|
128,6
|
laranja
|
Mista (castanha e pedúnculo – suco)
|
|||
BRS 275
|
Médio
|
1.200 (sequeiro)
|
11,4
|
3,1
|
108,0
|
12,0
|
0,34
|
35
|
laranja
|
Mista (castanha e pedúnculo – suco)
|
Legenda: AP – altura média da planta;
DC – diâmetro médio da copa; PMC – peso médio da castanha; PMA – peso médio da
amêndoa; PMP – peso médio do pedúnculo; SST – sólidos solúveis totais; ATT –
acidez total titulável; Ratio – relação SST/ATT.
Obs.: A cor do pedúnculo pode variar
um pouco em decorrência da luminosidade do local de plantio.
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