Manejo de plantas daninhas
Entre os fatores que influenciam a quantidade e a qualidade dos frutos, o manejo do solo e o controle das plantas invasoras merecem atenção especial. No manejo do solo dos pomares é necessário que se mantenha um grau de controle das plantas daninhas que permita as frutíferas expressarem toda a capacidade produtiva. Principalmente nos períodos de brotação, floração, raleio e a fase compreendida entre o endurecimento do caroço e a maturação do fruto, a competição exercida pelas plantas invasoras deve ser mínima ou nula.
É recomendável que o solo dos pomares, na linha de plantas, ou seja, na área efetivamente explorada pelo sistema radicular das frutíferas, seja mantido livre de qualquer tipo de vegetação que possa competir com a ameixeira, principalmente, no período compreendido entre a floração e a maturação dos frutos, estendendo-se até a queda das folhas (Figura 25).
Foto: Luis Antônio Suita de Castro
Figura 25. Sintomas provocados por Xylella fastidiosa em folhas de ameixeira.
Controle mecânico e químico de invasoras
O controle das plantas invasoras pode ser feito de diferentes maneiras, devendo ser considerados alguns parâmetros tais como: espécies infestantes, período de infestação, fenologia das espécies infestantes e fenologia da frutífera. Com relação a este último item, na fase de formação dos frutos é muito importante que não haja concorrência por água e nutrientes, principalmente em solos com baixa fertilidade natural e pouco profundos.
Foto: Luis Antônio Suita de Castro
Figura 24. Aspecto na linha de plantas de um pomar de ameixeira sem competição de invasoras.
Em pomares localizados em áreas com declive acentuado (sujeitos aos processos erosivos) é aconselhável manter as entrelinhas relvadas para evitar o arraste de solo durante os períodos chuvosos. A vegetação nas entrelinhas deverá ser de porte baixo, ou mantida roçada durante a fase vegetativa da ameixeira.
A utilização de enxada rotativa também deve ser evitada, principalmente em solos com textura fina. Nestas condições este implemento desestrutura o solo, pulverizando-o. Após uma chuva, forma-se uma crosta na superfície do terreno, diminuindo a permeabilidade à água e ao ar, comprometendo o bom desenvolvimento da ameixeira e facilitando os processos erosivos.
Grades tipo off set podem ser usadas, desde que o solo esteja em condições de friabilidade.
Quando as entrelinhas são mantidas relvadas, a passagem das máquinas para a execução dos tratamentos fitossanitários e demais tratos culturais motomecanizados é facilitada.
Nas linhas de plantas, deve-se proceder o revolvimento de uma fina camada na superfície do solo. Esta prática, sempre que possível, deve suceder a adubação nitrogenada, promovendo a incorporação do adubo, evitando-se, assim, perdas por volatização e aumentando-se a eficiência do fertilizante, principalmente se for usada a uréia como fonte de nitrogênio. Convém salientar que o cultivo do solo não elimina a necessidade de adubação nitrogenada.
A eliminação das espécies invasoras deve se restringir à área explorada pelo sistema radicular das frutíferas. Em muito casos, dependendo das espécies invasoras, do regime de chuvas e da disponibilidade de mão-de-obra, a capina manual torna-se impraticável ou ineficiente. Uma capina eficiente seguida da aplicação de um herbicida pré-emergente (Tabela 4), permite, em certas situações, que a área tratada fique livre das plantas invasoras por um período superior a cinco meses.
Tabela 4. Herbicidas pré-emergentes utilizados no controle das plantas invasoras em pomares de ameixeira.
Herbicidas as pré-emergentes
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Princípio ativo
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Dosagem do produto comercial
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DIURON (ou similar)
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2,0 a 3,0 kgh a-1
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SIMAZINA (ou similar)
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1,5 a 3,0 kgh a-1
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ORIZALINA
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2,0 a 3,0 kgh a-1
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Podem também ser utilizados herbicidas com ação pós-emergente (Tabela 5); neste caso, entretanto, as invasoras devem ter altura máxima de 25 cm. Geralmente, herbicidas pós-emergentes não têm ação sobre as sementes e são inativados pelos coloides do solo.
Tabela 5. Herbicidas pós-emergentes utilizados no controle das plantas invasoras em pomares de ameixeira.
Herbicidas as pós-emergentes
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Princípio ativo
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Dosagem do produto comercial
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GLIFOSATE (ou similar)
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1,5 a 4,0 Lh a-1
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PARAQUAT (ou similar)
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2,0 a 3,0 Lh a-1
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Controle biológico de invasoras
O cultivo de leguminosas de inverno nas linhas de plantas dos pomares de ameixeira é uma prática que vem sendo adotada, por muitos fruticultores, nas últimas décadas. A ervilhaca (Vicia sp.) pode ser cultivada sob a copa das ameixeiras durante a fase de repouso hibernal da frutífera. Dependendo das condições locais e da cultivar de ameixeira, poderá haver competição entre a leguminosa e a frutífera na fase final de formação do fruto, com interferência negativa sobre a produção. Quando isto ocorre faz-se necessária a adoção de alguma prática de cultivo (capina, ceifa ou herbicida) para que seja interrompido o ciclo vegetativo da leguminosa.
Nas entrelinhas, o cultivo pode ser iniciado no outono. Deve-se evitar o cultivo com arado, particularmente de discos, devido aos danos causados no sistema radicular das plantas, o que reduz a produtividade e a longevidade do pomar.
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