terça-feira, 14 de maio de 2019

Colheita da Banana Irrigada



A banana é a fruta fresca de maior consumo no mundo. Sua casca constitui-se numa embalagem individual, fácil de retirar e higiênica. Por outro lado, a banana é uma fruta frágil, que exige grandes cuidados na colheita e no manejo pós-colheita.

A colheita é uma operação que deve ser planejada e executada cuidadosamente. É neste momento que se define o potencial de qualidade do fruto a ser comercializado. No Brasil, os critérios para colheita do cacho são geralmente empíricos, especialmente quando o produto se destina ao mercado local.

Visando a determinação do ponto de colheita, muitos índices e critérios de colheita foram estudados e/ou usados, sendo os mais comuns baseados na avaliação visual da presença de quinas nos frutos, no diâmetro do fruto da segunda penca e na idade do cacho.

A avaliação visual do fruto para a colheita baseia-se em sua aparência morfológica, e é um método não destrutivo. Ela facilita a colheita em plantas altas, mas pode incorrer em graves erros de apreciação, com perdas importantes na colheita por corte antecipado ou retardado do cacho. Nas cultivares Maçã e Prata, um dos principais indicadores do completo desenvolvimento fisiológico dos frutos é o desaparecimento das quinas da superfície dos mesmos, podendo-se, então, colher o cacho.

Conforme a distância do mercado, a fruta é colhida com quinas mais ou menos pronunciadas. Apesar de seus inconvenientes, este método ainda é o mais usado no Brasil, por ser de fácil aplicação por pessoas experientes. Este indicador não pode ser usado nas cultivares Terra, D’Angola, Figo Cinza, Figo Vermelho ou Marmelo, pois as quinas permanecem salientes mesmo em frutos maduros.

O diâmetro do dedo central da segunda penca do cacho, ou calibre do cacho, é muito usado em diferentes países para a determinação do ponto de colheita de bananas do subgrupo Cavendish. A sua determinação é feita por meio de um calibrador que dá a distância entre as duas faces laterais do fruto, em milímetros.

Frutos com calibre abaixo de 30 mm são considerados impróprios para o consumo. Entre 32 e 34 mm, são mais indicados para a exportação para os países platinos. Para o mercado interno, as frutas devem ter entre 36 e 38 mm, sendo as de 36 mm as que apresentam melhor qualidade após a maturação. De acordo com o tamanho do cacho (número de pencas), o ponto de colheita pode variar.

Para o mercado interno, as bananas Cavendish devem ser colhidas nos seguintes calibres: cachos de 8 pencas com 34 mm; cachos de 9 a 10 pencas com 34 e 36 mm; cachos de 11 e 12 pencas com 36 e 38 mm e cachos com mais de 12 pencas com 38 mm.

Além das condições climáticas, diversos outros fatores influenciam na decisão do ponto de colheita quando a idade do cacho é envolvida: idade e sombreamento do bananal; cultivar plantada e seu ciclo natural de produção; tecnologias e práticas de cultivo; época ou estação do ano; disponibilidade de água para a cultura; incidência de pragas e doenças; tipo de embalagem e transporte; distância do mercado e tempo de transporte; relação oferta/demanda e flutuações de preços; finalidade de uso dos frutos.

Programação de colheita
Nos climas tropicais, a programação de colheita é feita com três meses de antecedência. Quando do ensacamento de proteção do cacho lançado, usa-se uma fita colorida para amarrar a extremidade superior do saco plástico. Esta marcação facilita a operação de colheita e evita a perda de tempo, causada principalmente devido a algumas colorações de sacos, para a equipe avaliar o ponto de colheita dos cachos. A cada semana usam-se fitas de coloração diferente para identificar cachos emitidos na mesma época, permitindo a previsão de colheita pela contagem das fitas utilizadas a cada semana.

Técnicas de colheita
A colheita tradicional, realizada por apenas uma pessoa, é utilizada para as cultivares de porte baixo a médio e no primeiro ciclo de plantas de porte médio, quando o cacho é pequeno e a colheita é de mais fácil execução. No entanto, este método apresenta vários riscos à aparência e à integridade da fruta, devido ao manuseio do cacho que causa ferimentos na casca, cortes e esmagamentos nas frutas.

Para evitar danos na colheita é recomendável que a operação seja feita sempre em equipes, com um cortador, com aparadores/carregadores e com um arrumador. A mesma equipe de colheita deve atuar sempre no mesmo talhão do bananal. Nas cultivares de porte médio-alto, como a Nanicão e a Prata Anã, e de porte alto, como a Prata e a Pacovan, este procedimento é essencial para a preservação da qualidade da fruta.

Na colheita em equipe, o cortador verifica o ponto de colheita, dobra levemente a planta, cortando parcialmente o pseudocaule. Logo após, utilizando facões, penados, foices ou espátulas de colheita, corta o engaço para separar o cacho da planta. Em seguida, corta e deposita os restos da planta nas entrelinhas do bananal.

O aparador já deve estar posicionado próximo ao cortador para acomodar o cacho no ombro protegido por material macio, evitando que o cacho atinja o solo. Em seguida, deve conduzir o cacho para fora do bananal e depositá-lo no cabo aéreo ou numa carreta de transporte. A equipe de colheita conta ainda com um arrumador, que coloca material de proteção e acondiciona os cachos nas carretas de transporte. Quando é usado o transporte de cachos por cabos aéreos, o arrumador auxilia na formação das composições de cachos, coloca material de proteção entre as pencas e conduz as composições até a casa de embalagem.




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