quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Conservação pós-colheita da Banana



Conservação pós-colheita
Após a colheita, é importante conduzir os cachos até o local de despencamento de forma a evitar danos e atrito entre os frutos. Em seguida, deve-se inspecionar os cachos para retirar aqueles que porventura estejam fora do padrão. Quando presentes, restos florais dos frutos devem ser eliminados para melhorar sua aparência.

A conservação dos frutos é facilitada pelo uso de práticas que melhoram sua aparência e padronização e que reduzem seu metabolismo. É muito importante evitar danos aos frutos em todas as etapas.

Quando embalados no campo, os frutos não recebem muitos tratamentos de melhoria em sua aparência. No entanto, recomenda-se não empilhar cachos nem arremessar pencas. Se possível, fazer o despencamento depositando as pencas em um tanque para depois embalá-las. A colocação das pencas nas caixas deve ser cuidadosa, sem forçar a entrada dos frutos nas caixas e evitando o excesso de carga. Estas práticas apenas depreciam a aparência dos frutos e podem levar ao amadurecimento precoce e desenvolvimento de doenças.

Em casas de embalagem, os cuidados com os frutos são mais adequados e rigorosos. Após a despenca, as pencas são depositadas em um tanque de lavagem com água potável, cujas dimensões devem ser adequadas ao volume de frutos beneficiados, de forma que não haja sobreposição de pencas no tanque. Esta lavagem é importante pois auxilia na redução do metabolismo do fruto e melhora a aparência pela retirada de sujidades. Podem ser utilizados um detergente líquido neutro, para facilitar a limpeza, e o sulfato de alumínio, para facilitar a cicatrização dos cortes nas almofadas e precipitar resíduos orgânicos.

Quando o mercado consumidor aceita receber frutos em buquês (subdivisões da penca), recomenda-se a confecção destes, visto que facilitam a embalagem e comercialização. Neste caso, a confecção dos buquês é realizada com pequenas facas ou canivetes, aproveitando para retirar frutos defeituosos, cuidando para fazer o acabamento de remoção dos excessos de almofada e depositando os buquês em um segundo tanque de água potável, no qual é utilizado apenas o sulfato de alumínio.

Os tanques devem ser dotados de esguichos de água para o deslocamento dos frutos. Tanques de água corrente são mais indicados porque permitem a renovação contínua da água.

Na saída do segundo tanque, os buquês são retirados, selecionados de acordo com a classificação desejada, tratados com fungicida, se necessário, pesados e embalados. O embalamento deve seguir os mesmos cuidados citados anteriormente.

Os frutos amadurecem rapidamente em temperaturas acima de 25 °C. Se não for possível reduzir a temperatura com uso do frio, recomenda-se transportar os frutos durante a noite, armazenar ou expor os frutos em locais sombreados e ventilados, sem amontoá-los ou abafá-los.

Para que se prolongue a conservação dos frutos, é necessário o uso do frio. Neste caso, as frutas podem ser transportadas e armazenadas com segurança a 14 °C por pelo menos duas semanas até sua retirada para comercialização. Quanto menor a temperatura e maior o tempo de exposição dos frutos a esta condição, maiores as chances de ocorrência de ‘chilling’, que são danos causados pelo frio que depreciam a qualidade dos frutos. A temperatura mínima de armazenagem depende da sensibilidade da banana a danos pelo frio, sensibilidade esta que é afetada pela cultivar, condições de cultivo e tempo de exposição a uma dada temperatura. A melhor indicação de danos pelo frio em banana verde é a presença de pintas marrom-avermelhadas sob a epiderme. Na banana madura, os danos são caracterizados por uma aparência cinza opaca esfumaçada, em vez da cor amarela brilhante da casca.

Sendo armazenada ou não em ambiente refrigerado, recomenda-se realizar o processo de climatização, que uniformiza a maturação a partir da exposição dos frutos ao etileno. Esta etapa é importante para minimizar as variações que ocorrem naturalmente no amadurecimento dos frutos devido às suas diferentes idades. O processo é bastante facilitado pelos procedimentos pós-colheita anteriormente citados, cuidando-se para uma boa padronização dos frutos a serem tratados.

Para climatizar bananas, recomenda-se o gás etileno, comercializado em sua forma diluída (geralmente 5% etileno), por reduzir consideravelmente os riscos de explosão. Alternativamente existem geradores de etileno que podem ser utilizados com segurança. Este tratamento deve ser realizado em uma câmara refrigerada e hermeticamente fechada para evitar o escape do gás.

A quantidade a ser utilizada depende do tamanho da câmara, da cultivar de banana e da temperatura de climatização. Bananas do tipo Cavendish necessitam de mais etileno (maior concentração e por mais tempo) que bananas do tipo Prata. A temperatura deve ficar entre 14 °C e 20 °C, sendo recomendável 18 °C para o subgrupo Cavendish e 16 °C para o subgrupo Prata. Esta temperatura pode ser ajustada de acordo com a velocidade de maturação que se deseja, reduzindo-se a temperatura a cada dia para um amadurecimento mais lento, ou mantendo-a mais alta para maior rapidez no processo.

Não se recomenda o uso de carbureto de cálcio para induzir o amadurecimento das bananas, por ser um produto de baixa eficiência e prejudicial à saúde dos aplicadores, principalmente quando usado em condições mais precárias. Há também produtos elaborados com etefom, princípio ativo cuja eficiência é comprovada para uniformização da maturação de bananas, que não devem ser usados se não forem registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para este fim.





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