sexta-feira, 3 de abril de 2020

Consorciação na Cultura da Goiaba



A consorciação da goiabeira com culturas de ciclo curto deve ser incentivada durante o período de formação do pomar, como medida para amortizar parte dos investimentos, ou mesmo para cobrir os custos durante o período em que as plantas estiverem sendo formadas.
A compatibilidade da consorciação da goiabeira com outras culturas está relacionada ao sistema de irrigação adotado. 
Quando o sistema concebido for do tipo aspersão ou sulco, será possível a consorciação de uma
grande diversidade de culturas.
 Porém, esses métodos dificultam a utilização de práticas culturais que possam reduzir o custo de produção da goiabeira. 
No caso do uso de sistemas de irrigação localizada, a consorciação só será viável se o plantio dessas culturas for realizado em linhas paralelas às do cultivo da goiabeira, e desde que a competição por água, nutrientes e energia solar seja mínima entre as culturas.
Entre as culturas que podem ser utilizadas em consórcio com a goiabeira, destacam-se: feijão, tomate para a indústria, cebola, melancia
e melão. 
Entretanto, deve ser evitado o consórcio com culturas que sejam suscetíveis aos patógenos que atacam a goiabeira, principalmente ao nematoide M. mayaguensis, que, atualmente, é um dos principais problemas da cultura, não existindo aindamétodos eficientes para seu controle. 
Em regiões de ocorrência desse patógeno, devese evitar, então, a consorciação com feijoeiro, tomateiro, melancieiro e meloeiro, por serem culturas suscetíveis ao nematoide.
A prática de intercalar culturas em pomares de goiabeira orientados para a exportação de frutas poderá ser adotada, embora apresente algumas restrições.  A principal condição restritiva diz respeito ao método de irrigação empregado: a consorciação só é possível quando se adota a irrigação por aspersão, que é o sistema menos aconselhável para o cultivo da goiabeira cujos frutos se destinem à exportação. Restará, pois, a consorciação no período das chuvas, uma atividade pouco atraente, dada a irregularidade temporal e espacial das precipitações no Nordeste.
Entre as culturas que podem ser consorciadas com a goiabeira, desde que se use irrigação por aspersão, incluem-se o caupi, o milho, o tomate industrial e a melancia, entre outras.
É importante frisar, entretanto, que em virtude do alto padrão de qualidade exigido pelo mercado importador de frutas frescas, não se aconselha a prática da consorciação nos pomares destinados a produzir goiabas de exportação. Neste caso, os produtores deverão dedicar o máximo de atenção possível ao seu principal empreendimento, a fim de obter frutas dentro dos padrões internacionais exigidos, ou correrão o risco de não alcançar a capacidade necessária para competir em um mercado cada vez mais exigente, do qual são automaticamente excluídos os fruticultores que não apresentarem produtos com as devidas qualificações.
A consorciação poderá e deverá ser incentivada apenas na fase de formação do goiabal, até mesmo como um possível meio de amortizar parte do investimento financeiro realizado ou de agilizar o seu retorno.

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