quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Tutoramento das Pitayas


 Tutoramento das mudas 

Mouco ([200-?]) define o tutoramento como a condução do caule da planta para um crescimento vertical, de forma a evitar a ação danosa dos ventos na instalação da mudas. Segundo Bacher (2010), no caso das pitaias, o procedimento pode ser realizado com mourões de madeira tratada, postes de concreto e até caules de frutíferas (ex. tangerineiras, laranjeiras, etc.) que depois de serem podados podem ser usados para tutoramento. 

Pode ser utilizado um tutor para cada 1 ou 2 mudas, espaçadas 3 metros entre elas e 4 metros as ruas. Quando plantada para fins domésticos, a pitaia pode ser plantada em caules de árvores, de preferência de porte baixo para não dificultar na hora da colheita. Alguns produtores utilizam quadros de madeira fixados no ápice dos mourões para um melhor tutoramento. Apesar de aumentar um pouco mais o trabalho, apresenta melhores resultados (BACHER, 2010). 

Por sem uma planta trepadeira, Moreira et al. (2012) explica que o tutoramento da muda da pitaia deve ser feito com um mourão de aproximadamente 1,80 m de altura. Além disso, é recomendável que na extremidade desse mourão coloque-se uma trave ou qualquer outro tipo de suporte para sustentação das brotações produtivas. Para facilitar o crescimento da planta, e o sentido do mourão, é recomendado fazer a amarração com barbante no mourão. 


No Brasil, os usos mais comuns são de mourões de madeira (Figura 4) ou concreto.

A pitaia é encontrada em florestas tropicais da América Latina em condições de “meia sombra”, ou seja, em condições de sub-bosque. Alguns autores (CAVALCANTE, 2008; MORITZ, 2012; SILVA, 2014) apontam que o sombreamento é necessário para evitar que os ramos sofram danos causados pela insolação direta e para proporcionar uma maior taxa de frutificação. Essa recomendação para a região Sul do Brasil é bastante incipiente e deve ser melhor estudada, especialmente por estar localizada distante da Linha do Equador.

Apesar disso, a necessidade de tutoramento, aliada ao possível sombreamento parcial, apresenta potencialidades no cultivo da pitaia, como em sistemas agroflorestais (SAFs) com tutores vivos. 

Cultivo da pitaia em tutores vivos


O manejo da copa das plantas que podem servir de tutoramento propicia a abertura dos galhos e uma maior incidência de radiação solar, sendo possível utilizar os resíduos das podas como adubação ao redor das plantas de pitaia. Isso garante uma boa cobertura do solo, a decomposição e a incorporação de matéria orgânica e um favorecimento aos microrganismos edáficos, promovendo assim uma ciclagem de nutrientes em um sistema que pode ser considerado sustentável.

É recomendada a condução das mudas de pitaia em haste única, o que contribui para o seu rápido desenvolvimento (MARQUES, 2008). Essa forma de condução pode ser feita eliminando-se as brotações laterais por meio de podas,

deixando-se apenas as brotações mais bem localizadas no sentido vertical. Esses ramos podados podem ser utilizados para propagação de novas mudas.

Após atingirem a altura para abertura da copa, previamente definido de acordo com o tutoramento e a condução (Figura 4), deve-se favorecer o surgimento das brotações laterais, as quais originarão os frutos, pelo arqueamento dos ramos.

Figura 4. Tutoramento de pitaia com mourões de madeira.





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