terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Produção de Mudas de Abacaxi


Produção de Mudas

Para aumentar as chances de êxito na exploração comercial de abacaxi é fundamental o uso de material propagativo de alta qualidade. Para se obter mudas de boa qualidade, estas devem ser retiradas de plantas sadias, livres de ataques de pragas e doenças, vigorosas, devendo-se descartar rigorosamente, aquelas que apresentarem sinais de goma ou resina.

 Para implantação da cultura pode-se utilizar vários tipos de mudas (figura 1).




Figura 1. Tipos de mudas do abacaxizeiro: A) Muda de secção de talo; B) Coroa; C) Filhote; e D) Rebentão

O abacaxizeiro é propagado por meio de mudas convencionais como os rebentões, os filhotes e as coroas. Mudas não convencionais, obtidas a partir de secções de talos (Figura 1), também podem ser utilizadas para plantio. A escolha do material de plantio é uma etapa altamente importante na implantação do abacaxizal, portanto, as mudas devem ser sadias e vigorosas, obtidas de plantas que produziram frutos sadios e em plantios em que a incidência de pragas e doenças como a fusariose e a murcha associada à cochonilha tenha sido baixa ou nula. As mudas não convencionais, oriundas de secção de caule, por serem produzidas sob condições controladas, são livres de pragas e doenças.
Mudas do tipo filhote, as mais utilizadas como material de plantio no Tocantins, devem passar por um período de crescimento, ainda aderidas à planta-mãe, processo este denominado de “ceva”. Quando colhidas em período chuvoso, as mudas devem passar pelo processo de “cura”, que consiste na sua exposição ao sol, com a base voltada para cima, por um período que varia de alguns dias a semanas, dependendo das condições ambientais. A cura não é necessária, quando as mudas já passaram por período prolongado de deficiência hídrica, evitando-se a sua desidratação excessiva.

As mudas devem ser selecionadas por tamanho, de 30 cm a 40 cm, 40 cm a 50 cm, e mais de 50 cm, de maneira a permitir o estabelecimento dos plantios em talhões mais uniformes, facilitando assim os tratos culturais e permitindo tanto uniformidade quanto escalonamento da produção.

A – Coroa. Muda pouco utilizada, pois, permanece no fruto, quando vendido nos mercados de frutas frescas. É menos vigorosa, apresenta ciclo mais longo (em comparação às mudas do tipo rebentão e filhote). Plantios com este tipo de muda, originam plantas de porte e desenvolvimento mais uniformes.

B – Filhote. Muda de vigor e ciclo intermediários, menos uniformes que as coroas e mais que os rebentões, de fácil colheita e abundante na variedade Pérola.

C – Rebentão. Muda de maior vigor, ciclo mais curto, de colheita mais difícil, origina lavouras com menor uniformidade em tamanho e peso. Tem baixa disponibilidade na variedade Pérola e grande na variedade Smooth Cayenne.

D – Filhote-rebentão. Muda muito pouco utilizada, pois, é de difícil produção. Apresenta características intermediárias entre filhote e rebentão.

Além destes tipos citados existem outras formas de se produzir mudas de abacaxi, como as mudas produzidas por seccionamento do caule e as produzidas in vitro. Porém estes tipos são geralmente mais caros e dependem da existência de produtores de mudas especializados na região, sendo portanto recomendados em plantios com alto nível tecnológico. No Brasil os tipos mais utilizados são filhotes e rebentões. Em Rondônia o tipo de muda mais utilizado é o filhote.

MANEJO CONVENCIONAL DAS MUDAS

Compreende as etapas de ceva, colheita, cura, seleção e tratamento fitossanitário.

A – Ceva. Após a colheita dos frutos deve-se manter as mudas ligadas à planta mãe até que estas alcancem o tamanho adequado para o plantio, ou seja de 30 a 45 cm. Este período varia de 1 a 6 meses, sendo menor nos filhotes e maior nos rebentões. Neste período, visando melhorar o vigor e o estado fitossanitário das mudas, pode-se continuar usando a irrigação, pulverização para controle de ácaros e cochonilhas e adubação suplementar, via pulverização foliar, com uréia a 3% e cloreto de potássio a 2%.

B – Colheita. É feita quando a maioria das mudas atingirem o porte satisfatório. Nesta operação é recomendado se descartar as mudas com sintomas de ataque de pragas e doenças e eliminar o fruto pequeno, frequente na base dos filhotes.

C – Cura. Consiste na exposição das mudas ao sol, com a base virada para cima, sobre as próprias plantas-mãe ou espalhando-as sobre o solo em local próximo ao do plantio, entretanto as mudas nunca devem ser amontoadas. Esta prática é recomendada visando acelerar a cicatrização da lesão oriunda da colheita, reduzir a população de cochonilhas e eliminar o excesso de umidade da muda.

D – Seleção. Nesta fase deve-se eliminar todas as mudas com sintomas de doenças, danos mecânicos e ataque de pragas. Deve-se ainda padronizar as mudas em função do tipo (filhotes e rebentões) e tamanho (30 a 40cm, 40 a 50 cm e maiores que 50cm).

E – Tratamento fitossanitário. Caso as mudas tenham alta infestação de cochonilhas estas devem ser mergulhadas em uma solução acaricida-inseticida (Paration metílico ou Etion) por 3 a 6 minutos. Após este período as mudas são esplalhadas e mantidas à sombra por 10 dias, quando é feita outra seleção às vésperas do plantio.






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