Exigências climáticas do coqueiro
Como as demais palmáceas, o coqueiro (Cocos nucifera L.) é uma planta essencialmente tropical, encontrando condições climáticas favoráveis entre as latitudes 20° N e 20° S.
Temperatura
O coqueiro requer um clima quente, sem grandes variações de temperatura, com média anual em torno de 27 °C e oscilações diárias de 5 ºC a 7 °C, consideradas ótimas para o crescimento e produção. Mínimas diárias inferiores a 15 °C modificam a morfologia do coqueiro e, mesmo que de pequena duração, provocam desordens fisiológicas, tais como a parada do crescimento e o abortamento de flores.
Temperaturas mais elevadas que a ótima são toleradas, tornando-se prejudiciais apenas quando coincidem com baixa umidade atmosférica, agravada pelo ventos quentes e secos, provocando alta taxa de transpiração foliar, que não pode ser compensada pela absorção de água através das raízes. A temperatura determina também, a altitude em que o coqueiro pode ser cultivado. No Sri Lanka, situado a 8° N de latitude, são encontrados coqueiros a 750 m acima do nível do mar, enquanto na Jamaica, a 18° N, coqueiros acima de 150 m não são comercialmente cultivados. À medida que se distancia da linha do equador, o limite máximo de altitude torna-se mais baixo.
Umidade atmosférica
Pela distribuição geográfica da cultura do coqueiro, pode-se concluir que os climas quentes e úmidos são os mais favoráveis ao desenvolvimento dessa planta. Umidade relativa do ar inferior a 60% é prejudicial ao crescimento dessa espécie. Em regiões onde o lençol freático é pouco profundo (1 a 4 m), o aumento da transpiração foliar, provocado pela redução da umidade atmosférica, induz um aumento na absorção de água e, consequentemente, de nutrientes pelas raízes. Por outro lado, quando a umidade é muito elevada, verifica-se uma redução da absorção de nutrientes, devido à redução da transpiração, com queda prematura dos frutos, favorecendo a propagação de doenças fúngicas.
Pluviosidade
A distribuição das chuvas é o fator que mais influi no desenvolvimento do coqueiro. Tem-se observado que o crescimento e produção não dependem apenas da pluviosidade total, mas também da distribuição anual das chuvas. O regime pluviométrico ideal é caracterizado por uma precipitação anual de 1.500 mm, com pluviosidades mensais nunca inferiores a 130 mm. Um período de três meses, com menos de 50 mm de precipitação por mês, é considerado prejudicial ao coqueiro. Essa situação é amenizada em ambiente onde o lençol freático é pouco profundo (1 m a 4 m), ou quando o fornecimento de água é possível através da irrigação.
Tem-se observado que o número de frutos por planta, o tamanho da noz e a quantidade de copra por noz são consideravelmente afetados 30 meses após um prolongado período de seca, sendo a produção recuperada somente dois anos após o fim desse período. Contudo, uma excessiva quantidade de chuva, por um longo período, pode ser prejudicial, causando as seguintes consequências: redução da insolação; possível falta de aeração do solo; lixiviação dos elementos minerais; e, ainda, dificuldade de ocorrer uma boa fecundação.
Intensidade luminosa – radiação solar
O coqueiro é uma planta altamente exigente em luz e não se desenvolve bem sob condições de baixa luminosidade. O aspecto estiolado de coqueiros que crescem sob o sombreamento de coqueiros adultos é bem conhecido. Uma insolação de 2.000 horas anuais, com no mínimo 120 horas por mês, é considerada ideal. No entanto, a insolação não é um bom método para avaliar a incidência de energia luminosa, devendo-se considerar principalmente a radiação solar.
Vento
Os ventos fracos e moderados favorecem o desenvolvimento do coqueiro por aumentarem sua transpiração e, consequentemente, a absorção de água e nutrientes pelas raízes. Todavia, sob condições de deficiência de água no solo, principalmente na zona de maior atuação das raízes, os ventos tornam-se prejudiciais por agravarem os efeitos da seca. Apesar do sistema radicular do coqueiro ser muito resistente, os ventos fortes podem derrubar coqueiros muito altos, principalmente quando seu estipe está danificado pela ação das coleobrocas, como acontece na região litorânea do Nordeste do Brasil. O vento tem papel importante na disseminação do pólen e na fecundação das flores femininas. Essa importância é maior na variedade Gigante por ser alógama, sendo menos importante nas variedades Anãs por serem predominantemente autógamas.
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