Bacupari
Planta
Bacupari Sinonímia: Bacopari, Baacuri-mirim, Bacoparé, Bacopari-miúdo, Bacuri-miúdo, Escropari, Limãozinho, Mangostão-amarelo, Remelento Sinonímia botânica: Calophyllum madruno Kunth, Garcinia madruno Hammel, Rheedia acuminata Planch. Wikipédia
Nome científico: Garcinia gardneriana
Classificação: Espécie
Classificação superior: Garcinia
Nome da fruta: Bacupari
Nome científico: Rheedia gardneriana Planch. & Triana
Família botânica: Clusiaceae (Guttiferae)
Categoria:
Origem: Brasil – floresta pluvial atlântica
Características da planta: Árvore geralmente com 6 metros de altura, tronco reto com casca amarelo-esverdeada, estriada e copa piramidal. Folhas rígidas, verdes e brilhantes. Flores pequenas, esverdeadas, reunidas em inflorescências.
Fruto: Tipo baga de forma elíptica, amarelo-alaranjado quando maduro. Polpa comestível, mucilaginosa, alva, de sabor adocicado.
Frutificação: Janeiro a março
Propagação: Semente
Sempre à sombra de árvores mais frondosas, recebendo humildemente apenas a luz que atravessa as copas dos estratos superiores da mata, de norte a sul deste país-continente, esconde-se discretamente o bacupari. Ou melhor, escondia-se quando a costa era recoberta pela Mata Atlântica.
Trata-se de uma árvore baixa, em geral com pouco mais de 5 metros de altura. Suas folhas e suas flores miúdas, branco-esverdeadas, fazem brilhar um verde diferente dos outros verdes da mata. O fruto, no entanto, é o que o bacupari tem de mais distinto.
Sustentada com igual discrição por um longo e fino pedicelo, a fruta apresenta uma casca de cor laranja manchada por marcas cinzentas e amarronzadas que salta aos olhos, envolvendo uma polpa esbranquiçada saborosamente doce. Refrescante e de sabor suave, essa polpa, que envolve duas grandes sementes, pode ser consumida ao natural e também produzir deliciosos preparados, na forma de sucos, sorvetes e doces.
O bacupari, entretanto, não é muito aproveitado, não sendo encontrado em feiras. Diferentemente do bacuri, seu parente próximo mais famoso, o aproveitamento comercial do bacupari é insignificante. Já teve maior importância, sendo ainda abundante no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina e muito mencionado pelos que estudam as plantas nesses estados.
Essa planta, cuja fruta é também conhecido como mangostão-amarelo e sacopari, pertence à família das Gutíferas e tem seu nome frequentemente confundido com o de seus parentes bacuri e bacuripari, mesmo em livros especializados.
Quanto à árvore, de porte elegante, sobretudo quando carregada de frutas, é de fácil adaptação a ambientes sobrios, fazendo com que tenha grande potencial para ser utilizada na ornamentação urbana.
O bacupari foi uma das tantas vítimas da destruição da Mata Atlântica. Atualmente, é cada vez maior a dificuldade de encontrá-lo, apesar dos esforços dos seus apreciadores, que o têm plantado em quintais e jardins públicos. Plantam-no à beira de rios ou lagos pois, embora prescinda do sol direto, o bacupari exige solo úmido. Em tempos menos poluídos, inclusive, povoou com destaque as margens do rio Tietê, que corta as terras paulistas rumo oeste.
NOME INDIGENA: BACUPARÍ vem do tupi guarani e significa “fruta de cerca” por causa dos ramos ascendentes que crescem na horizontal quando a planta nasce em áreas abertas ou ainda porque os índios cultivavam para cercar suas roças. Também recebe o nome de Uvacupari, Bacoparí e Laranjinha.
Origem: Encontrado em todo o Brasil, na floresta Amazônica aparece nas florestas de terra firme, no cerrado surgem nas matas de galeria próximos a rios que descem das montanhas da mata atlântica e nesse ambiente está bem distribuída em formações primarias, em clareiras e nas restingas litorâneas desde o estado da Bahia até o Rio Grande do Sul. Na região sudeste a planta avança pelo interior e chega ao Pantanal onde aparece com freqüência nas bordas de matas.
Observações: Com respeito a classificação cientifica, faltam estudos para uma melhor definição de espécies e suas respectivas variedades, pois na minha opinião a G, gardneriana é apenas uma variedade da espécie tipo G. brasiliensis e por isso considero essas duas espécies num único contesto. A única diferença aparente entre G. gardneriana e G. brasiliensis é que a primeira tem ramos jovens lisos e flores não perfumadas e a segunda tem ramos jovens ligeiramente ásperos e finamente papiloso (com laminas como papel) e flores perfumadas. Para alguns taxonomistas (que estudam a classificação) o rostro ou ponta presente nos frutos de G. bardineriana diferem-na de G. brasiliensis que tem fruto completamente redondo.
Características: arbusto de 2 a 4 m de altura quando em pleno sol; mais no interior da mata se torna uma arvore com 6 a 20 m de altura. A copa em pleno sol se torna densa, globosa. O tronco é ereto, verde esbranquiçado quando jovem, passando a ficar castanho pardacento quando envelhece, este tem 10 a 30 cm de diâmetro, sua casca é fina e quando ferida exsuda látex amarelo, abundante. As folhas são opostas, simples, cartáceas ou coriaceas (de textura grossa), lanceolada (com forma de lança) ou oblonga (mais longa que larga) presa ao caule sob pecíolo (haste ou suporte) de 6 a 15 mm de comprimento e canaliculado (semelhante a calha). A lamina mede de 7 a 16 cm de comprimento por 2 a 6 cm de largura, a base é atenuada (que se afina gradativamente) e o ápice é acuminado (com ponta comprida) ou aguda (terminando em ponta fina). As flores surgem em fascículos (pequeno feixe) ou isolada na axila das folhas ou entrenós, sob pedicelo (haste de suporte) de 1,5 a 3,5 cm de comprimento. Cada flor mede 1 cm de diâmetro quando aberta, contem cálice (invólucro externo) reduzido a 2 sépalas membranáceas de 2 a 3 mm de comprimento, ás vezes com canais marrons e corola (invólucro interno) com 4 a 5 pétalas livres, creme esbranquiçadas, reflexas (voltadas para a base) de 6 a 7 mm de comprimento por 3 a 5 mm de largura. Os frutos são bagas de 3 a 5 cm de comprimento por 2,5 a 3,5 cm de largura, arredondado ou oblongo (Mais longo que largo, de casca lisa.
Dicas para cultivo: É de fácil adaptação aos mais variados tipos de solo e climas, e por isso pode ser cultivado em todo o território brasileiro. Aprecia temperaturas medias de 12 a 28 graus para uma boa safra de frutos, embora seja resistente a quedas bruscas de temperatura de até -3 graus no Rio Grande do Sul, sendo indiferente a máximas de 43 graus quando cultivada no Nordeste e na Amazônia. Pode ser cultivado em solos argilosos de áreas inundáveis (plintossolo), em terra roxa ou vermelha de alta fertilidade (nitossolo ou latossolo) e solos brancos ou arenosos de rápida drenagem (argissolo); estes devem ter pH entre 4,5 a 7,0, sendo o nível de 6,0 ideal para cultura comercial e produção de frutos mais doces. As chuvas devem ser bem distribuídas e com uma estação seca de pelo menos 90 dias. Começa a frutificar com 4 a 5 anos após o plantio.
Mudas: As sementes são alongadas e recalcitrantes (perdem o poder germinativo rapidamente), por isso devem ser plantadas (escolher sempre as maiores) logo que retiradas da polpa. O substrato de germinação deve conter 300 gramas de calcário para 100 litros de terra de superfície + 50 % de matéria orgânica bem curtida. As sementes germinam com 25 a 60 dias, com índice de germinação de 80%. As mudinhas podem ser transplantadas com 10 cm ou 6 folhas definitivas, em sacos de 30 cm de altura e 15 cm de largura contendo substrato isento de calcário e enriquecido com 40% de matéria orgânica bem curtida, pois o calcário só favorece a germinação, mais inibe o crescimento da muda. Após o transplante as mudas devem ficar em sombreamento de 50% até atingirem 35 cm, quando devem ser transferidas para o sol pleno. As mudas crescem lentamente, ficando com 40 cm aos 15 meses de vida, quando já podem ser plantadas no local definitivo.
Plantando: O espaçamento em pleno sol ou na sombra deve ser de no mínimo 5 x 5 m entre plantas. As covas devem ter 50 cm nas 3 dimensões e ser preparadas com 3 meses de antecedência, adicionando aos 30 cm da terra da superfície 4 kg de composto orgânico bem curtido, 50g de farinha de osso e 1 kg de cinzas de madeira que tem potássio e beneficiará o crescimento. O plantio deve ser feito no inicio das chuvas em setembro e outubro. Nos primeiros 3 meses convém fazer uma irrigação com 10 l de água a cada 15 dias.
Cultivando: Não é exigente a irrigações freqüentes, mais requer que a coroa de onde foi plantada tenha cerca de 10 cm de cobertura morta (capim seco) para manter a umidade. Fazer podas de limpeza e formação no inverno eliminando os ramos que brotarem na base do tronco e os galhos cruzados ou voltados para o interior da copa. A adubação é feita com 500 g de cinza ou 150 g de cloreto de potássio no inicio da floração beneficia a circulação da seiva da planta e evita as pipocas ou bolhas na casca do fruto. Nos meses de novembro faz-se a adubação orgânica de 6 kg de composto orgânico bem curtido, abrindo-se valas de 06 cm de largura, 30 cm de profundidade e 1 m de comprimento na projeção da copa.
Usos: Frutifica nos meses de Dezembro a abril. Os frutos são adocicados, adstringentes e refrescantes, próprios para consumo in-natura. Até a casca pode ser consumida. A árvore é de belo efeito ornamental e não podem faltar no pomar de sua chácara ou fazenda e também estar presente em projetos de revegetação permanente.
Plantas Curam
Bacupari é a grande esperança nas pesquisas contra o câncer
A fruta da região amazônica apresenta potencial três vezes maior do que o blueberry, fruta americana conhecida por ter um alto potencial antioxidante.
A pesquisadora Maria das Graças, da Universidade Federal de Minas, buscou nos livros de história o mapa para encontrar as frutas nativas do Brasil! Tesouros que brotam no mato.
O bacupari é uma grande esperança nas pesquisas contra o câncer. Essa fruta da região amazônia apresenta um potencial três vezes maior do que o blueberry, fruta americana conhecida por pesquisadores como tendo um alto potencial antioxidante.
Do mato para o laboratório: é esse o caminho para descobrir o poder das frutas nativas. E tem gente com essas preciosidades no quintal de casa.
Uma outra fruta é quente: pimenta de macaco. Para quem é do Cerrado o uso há gerações vem comprovando os benefícios da pimenta de macaco.
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