domingo, 26 de julho de 2015

Cultura do Baru



Baru

Planta do cerrado, do barueiro aproveita-se o fruto, amêndoa (castanha), óleo e madeira de boa qualidade


Nome popular da fruta: Baru (cumbaru, barujo, coco-feijão e cumarurana) 
Nome científico: Dypterix alata Vog
Origem: Brasil (Cerrado) 
Fruto: O barueiro produz de 500 a 3.000 frutos por planta, com tamanho variando de 5 a 7 cm de comprimento por 3 a 5 cm de diâmetro. A cor da casca, quando maduro, é amarronzada, assim como a polpa. O peso varia de 26 a 40 g. 
Cada fruto possui uma semente (amêndoa) de cor marrom-claro ou marrom-escuro. O peso de 100 amêndoas atinge cerca de 150 g. A amêndoa é rica em calorias e proteínas. A polpa é rica em proteína, aromática, muito consumida pelo gado e animais silvestres. 
Planta: O baru tem porte arbóreo, atingindo de 6 a 8 metros de altura por 6 a 8 metros de diâmetro de copa. A planta frutifica em um período muito curto do ano, nos meses de setembro e outubro. Ocorre nas formações de mata seca, cerradão ou cerrado. É exigente em fertilidade, ocorrendo em áreas de solos mais férteis. 
Cultivo: O plantio de fruteiras do cerrado reduz a pressão da coleta extrativa e predatória dos frutos. O barueiro pode ser utilizado na recomposição ambiental (recuperação de áreas desmatadas), em reflorestamento, para proteção de nascentes, margens de rios e lagos, no sombreamento de pastagens, etc. 
Como não há disponibilidade de sementes selecionadas comerciais, o produtor deverá iniciar o plantio a partir da coleta de frutos no campo. As plantas fornecedoras (matrizes) deverão ser selecionadas criteriosamente, observando seu vigor, produtividade, qualidade dos frutos e ausência de pragas. Essas plantas devem ser identificadas e preservadas, para futuras coletas. 
Extraída a polpa, as sementes são lavadas e postas para secar em local ventilado e seco. As sementes devem ser selecionadas, procurando-se uniformizar os lotes por tamanho, cor e forma, eliminando-se sementes deformadas, sem amêndoa ou com sintomas de ataque de pragas. 
O viveiro de mudas deverá ser preparado para semeadura o mais breve possível após a coleta das sementes. Essa área deve ser isolada e protegida da entrada de animais e pessoas que possam comprometer as mudas. Antes do plantio, as sementes do baru devem ser escarificadas (passadas em superfície áspera para promover sulcos em sua pele) e imersas em água por 24 horas. As mudas de baru devem ser produzidas em sacos de polietileno colocando-se 1 ou 2 sementes por saco, enterradas a profundidade de 1 cm. A percentagem de germinação alcança 95% e o período de germinação é de 15 a 25 dias. O plantio das mudas no campo pode ser feito com espaçamento de 8 x 8 metros. 
Para exploração comercial das plantas do cerrado, o produtor deve realizar previamente uma pesquisa de demanda no mercado, identificando potenciais compradores e sua real necessidade de produto. Pode realizar algum beneficiamento ou a industrialização, desde que identifique claramente canais de distribuição para seus produtos. 
Usos: A polpa do baru é consumida fresca ou em forma de doces, geléias e licores, podendo ser utilizada para sorvetes. A amêndoa é consumida torrada ou em forma de doces e paçoca. O óleo, obtido por meio do processamento das amêndoas, é utilizado na alimentação humana de maneira variada. Sua madeira apresenta alta durabilidade e pode ser utilizada para confecção de mourões. 
A castanha do baru possui grande riqueza energética, além de vitaminas, sais minerais e gordura vegetal. São ricas em fibras, potássio, proteína, lipídio, fósforo, magnésio, vitamina C e cálcio.


Nome Popular: cumbaru; cumaru; coco-feijão 
Nome Científico: Dipteryx alata Vog.
Família Botânica: Leguminosae – Papilionoideae 
Origem: Matas e Cerrados do Brasil Central. 
Características da Planta: Árvore de até 25 m de altura com tronco podendo atingir 70 cm de diâmetro. Copa densa e arredondada. Folhas compostas por 6 a 12 folíolos de coloração verde-intensa. Flores pequenas, de coloração esverdeada que surgem de outubro a janeiro. 
Fruto: Fruto castanho com amêndoa e polpa comestíveis que amadurecem de setembro a outubro. 
Cultivo: Planta característica de cerrados e matas em terrenos secos. De crescimento rápido, cultiva-se por sementes. Um quilograma de frutos contém cerca de 30 sementes. 
O baru, cumbaru ou cumaru, árvore fruteira nativa do planalto central do Brasil, na região dos cerrados do centro-oeste, está ameaçada de extinção.


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CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DE AMÊNDOAS DE BARUEIROS (DIPTERYX ALATA VOG.) DE OCORRÊNCIA NATURAL NO CERRADO DO ESTADO DE GOIÁS, BRASIL



Visando a ampliar os conhecimentos sobre os teores nutricionais de frutos de barueiro, planta nativa do Cerrado, com a finalidade de subsidiar o manejo econômico da cultura, determinaram-se as características químicas de amêndoas de barueiros provenientes de diferentes regiões geográficas do Cerrado goiano. Onze regiões do Estado de Goiás com elevada ocorrência natural de barueiro foram selecionadas e em cada região foram escolhidas, aleatoriamente, doze plantas em plena produção. Coletaram-se aproximadamente 60 frutos e, após seleção, amostraram-se 20 frutos por árvore. As amêndoas foram retiradas dos frutos e, trituradas, constituindo uma amostra composta. Determinaram-se: umidade, proteína, extrato etéreo, minerais e perfil de ácidos graxos. Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias foram comparadas pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade. Os teores médios de umidade das amêndoas de baru variaram nas regiões estudadas entre 2,93-5,07 g (100 g)-1, a proteína entre 25,16-27,69 g (100 g) -1 e o teor de extrato etéreo de 32,42-37,36 g (100 g) -1. Os teores médios de ácidos graxos saturados variaram de 19,93-25,74 g (100 g) -1 e deácidos graxos insaturados de 73,47-79,19 g (100 g) -1. Os ácidos graxos de maior ocorrência foram oleico e linoleico, seguidos pelos ácidos palmítico, lignocérico, esteárico, behênico, gadoleico e araquítico. Os macronutrientes minerais que apresentaram maiores teores, foram potássio, fósforo e enxofre. Com relação aos micronutrientes minerais, o ferro apresentou maior concentração. 
Termos para indexação: Frutíferas nativas, baru, composição química. 

INTRODUÇÃO 



Considerado um dos hotspots do mundo, o Cerrado apresenta rica biodiversidade com grande número de espécies animais e vegetais (Mitermeier et al., 1999). Nos últimos 30 anos, a pecuária extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do Cerrado (Queiroz, 2004). Segundo o IBAMA (2007), restam somente 20% da área do Cerrado sem grandes alterações. 
Estudos que ampliem o conhecimento das espécies do Cerrado podem ajudar na preservação do Bioma, tanto na disponibilização de alternativas de renda pela utilização dos recursos naturais disponíveis, através do manejo econômico sustentável das áreas de Cerrado, quanto na demonstração dos benefícios nutricionais do fruto, o que justificaria o melhoramento genético das espécies e posteriores cultivos econômicos. 
O barueiro (Dipteryx alata Vog.) é uma árvore nativa do Cerrado com intensa frutificação na fase adulta (Sano et al., 2006). Apresenta frutos do tipo drupa, ovoides, levemente achatados e de coloração marrom, com uma única semente (amêndoa) comestível e comercializada em empórios nos grandes centros, bastante apreciada pela população local. Este trabalho objetiva avaliar características químicas das amêndoas do baru, produzidas por árvores em diferentes regiões geográficas do Cerrado goiano, visando a ampliar os conhecimentos sobre os teores nutricionais das amêndoas dos frutos desta espécie, para subsidiar futuros programas de seleção, melhoramento genético, produção de mudas, bem como de processamento.





MATERIAL E MÉTODOS


Foram selecionadas onze áreas do Estado de Goiás. Os critérios adotados para a escolha das regiões de coleta de baru foram: a alta ocorrência natural da espécie, boa produção de frutos maduros, acessibilidade e maior distribuição no Estado. Em cada região, foram escolhidas ao acaso doze árvores para a coleta dos frutos, sendo determinadas coordenadas geográficas (latitude e longitude) e altitudes em relação ao nível do mar de cada planta, com auxílio de GPS (Global Positioning System) (Figura 1). 
As coletas foram realizadas entre os dias 16 e 25 do mês de agosto de 2005. Coletaram-se ao acaso 60 frutos de cada árvore selecionada. Estes foram pegos no chão, considerando-se o aspecto externo (inteiros, sem muita sujidade e sadios) para selecionar os frutos recém-caídos. Para a amostragem das amêndoas, foram selecionados vinte frutos de cada árvore, que foram abertos com auxílio de martelo e alicate, tomando-se cuidado para evitar danos às amêndoas. Vinte amêndoas de cada árvore foram utilizadas para a formação da amostra composta. As amêndoas foram trituradas em multiprocessador Wallita até a obtenção da farinha. 
Os teores de umidade, extrato etéreo, proteína bruta e minerais foram quantificados, seguindo-se metodologia descrita pelo Instituto Adolf Lutz (2005). Para a determinação do perfil de ácidos graxos, utilizou-se o procedimento analítico conhecido como Análise FAME (Fatty Acid Methyl Esters), conforme descrito por Oliveira (2003). 
O desenho corresponde a um esquema inteiramente casualizado, com onze tratamentos (regiões) e doze repetições (árvores). Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias, para cada variável nas onze regiões estudadas, foram comparadas entre si, pelo teste Tukey, a 5% de probabilidade.




RESULTADOS E DISCUSSÃO


Os teores médios de umidade das amêndoas de baru nas regiões estudadas apresentaram valores entre 2,93-5,07 g (100 g)-1 (Tabela 1). Vallilo et al. (1990) relataram teor médio de umidade nas amêndoas de baru provenientes de São Paulo de 5,80 g (100 g)-1; Filgueiras & Silva (1975) reportaram teor médio de umidade de 6,45 g (100 g)-1 para frutos oriundos dos municípios de Bela Vista de Goiás, Paraúna e Goiânia. Takemoto et al. (2001) encontraram teores de umidade variando de 5,9-6,3 g (100 g)-1 para frutos de baru da região de Pirenópolis, e Melhem (1972) observou teor médio de umidade para amêndoas da região do Estado de Minas Gerais de 10,7 g (100 g)-1, valores superiores aos obtidos neste trabalho, corroborando Botezelli et al. (2000), que observaram teores de umidade para amêndoas do Município de Curvelo de 7,74-8,72 g (100 g)-1 e do Município de Capinópolis de 5,54-6,74 g (100 g)-1. A diferença entre os valores encontrados pode ser devida a diversos fatores, tais como: variações genéticas e ambientais, merecendo maiores estudos para seu devido esclarecimento. 
Os teores médios de extrato etéreo nas amêndoas de baru, nas onze regiões estudadas, não diferiram entre si (Tabela 1), sendo bastante elevados em todas as regiões estudadas. Filgueiras & Silva (1975) relatam valor próximo, 31,97 g (100g)1, ao menor relatado neste trabalho, enquanto Vallilo et al. (1990), Togashi & Sgarbieri (1994) e Takemoto et al. (2001) relatam valores superiores ao máximo. Os teores médios de óleo das amêndoas do baru para as diferentes regiões estudadas neste trabalho foram inferiores aos observados para amendoim, nozes, amêndoa-doce, avelãs (Franco, 2002; Lima et al., 2004; Silva et al., 2005) e mais que pequi (Rodrigues et al., 2004). Menor teor de óleo torna o produto menos calórico. 
Para proteínas, os teores médios das amêndoas de baru variaram entre 25,16-27,69 g (100 g)-1. Filgueiras & Silva (1975), Vallilo et al. (1990) e Takemoto et al. (2001) encontraram teores menores, enquanto teores superiores de proteína foram encontrados por Togashi & Sgarbieri (1994, 1995). Uma porção de 20 g de amêndoas de baru pode suprir de 26,48 a 29,12% das necessidades diárias em proteínas de uma criança de 4 a 6 anos (Brasil, 1998). 
O baru apresenta teores médios de proteína da amêndoa semelhantes aos do amendoim, inferiores aos da castanha de caju, das amêndoas de pequi e da amêndoa-doce, e superiores aos da avelã (Fernandez & Rosolem, 1998; Melo et al., 1998; Rodrigues et al., 2004; Mendez et al., 1995; Silva et al., 2005). 
Os ácidos graxos de maior ocorrência foram o oleico (ômega 9) e o linoleico (ômega 6), seguidos pelo ácido palmítico (Tabela 2, 3 e 4). Takemoto et al. (2001) relatam teor superior de ácidos graxos insaturados de 81,20 g (100 g)-1 para amêndoas de baru. Tanto a castanha de caju como, especialmente, a de avelã possuem proporções maiores de insaturados (Lima et al., 2004; Silva et al., 2005). Isto é importante para a saúde humana, pois os ácidos graxos monoinsaturados (MUFAs - Monounsaturated Fatty Acids), como, por exemplo, o ácido oleico, não influem nos níveis de colesterol, mas, por sua vez, os poliinsaturados (PUFAs - Polyunsaturated Fatty Acids), como o ácido linoleico (C18:2), reduzem os níveis séricos de LDL colesterol (Fuentes, 1998). 
Os ácidos graxos saturados, que apresentaram maiores concentrações no óleo das amêndoas de baru neste estudo, foram o palmítico, o esteárico, o lignocérico e o behênico. 
Em linhas gerais (Tabelas 5 e 6), a ingestão de 20 g de óleo de baru pode suprir de 45,66 a 59,41% das necessidades diárias de ingestão de ácido linoleico de uma criança de 4 a 8 anos de idade. A ingestão de 20 g de óleo de baru pode suprir de 2,24 a 3,73% das necessidades diárias de ingestão de ácido linolênico de uma criança de 4 a 8 anos de idade (IOM, 2001c). 
Com base nos resultados obtidos, observase que a ingestão de 20 g de amêndoas de baru supre 24,28-35,20% das necessidades diárias de fósforo (IDR) de uma criança de 4 a 6 anos, 41,10-52,60% das necessidades diárias de magnésio e 53,07-79,11% da necessidade de ferro (IOM, 2001a; IOM, 2001b). 
Os sais minerais devem ser supridos aos seres humanos para o correto funcionamento de seu organismo, pois fazem parte de compostos como proteínas, lipídios, vitaminas, hormônios, que constituem os tecidos, regulam o equilíbrio hidrolítico e ácido-básico, entre outras funções essenciais (Madrid et al., 1995).


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CONCLUSÕES

Os resultados obtidos permitem concluir que:

1- As amêndoas de baru apresentam baixo teor de umidade. 
2- Os teores de proteínas e de lipídios das amêndoas de baru são elevados. 
3- Amêndoas de baru apresentam maior concentração de ácidos graxos insaturados. 
4- Os ácidos graxos de maior ocorrência nas amêndoas de baru são o oleico e o linoleico. 
5- Os macronutrientes minerais que apresentam maiores teores, são: potássio, fósforo e enxofre, e o micronutriente mineral de maior concentração é o ferro. 
6- A amêndoa de baru pode ser uma importante fonte alimentar. 
7- A amêndoa de baru possui mercado expressivo no Estado de Goiás, apresenta elevado valor nutritivo e grande potencial produtivo no Cerrado.


Baru - a castanha do Cerrado





2 comentários:

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