terça-feira, 12 de maio de 2020

Controle de Invasoras na Goiabeira


Controle de Invasoras

As plantas invasoras, também conhecidas por plantas daninhas ou mato, mas hoje chamadas de plantas espontâneas, competem com a goiabeira, principalmente por água
e nutrientes, podendo prejudicar de maneira significativa o desenvolvimento das plantas (PATHAK et al., 2007). Além disso, as plantas invasoras podem ser hospedeiras
de pragas, doenças e nematoides. Por exemplo, maxixe (Cucumis anguria), apaga-fogo
(Alternanthera tenella), jitirana-cabeluda (Merremia aegyptia) e meloso-da-flor-roxa
(Marsypianthes chamaedrys) são plantas hospedeiras do nematoide-das-galhas (CASTRO
et al., 2007). A jurema-preta (Mimosa tenuiflora) é hospedeira de duas ervas-depassarinho
(Struthanthus vulgaris e Phoradendron sp.), que podem infestar goiabeiras, causando redução no desenvolvimento e na produtividade. Essas e outras invasoras podem dificultar as operações de poda, desbaste e colheita. A corda-de-viola (Ipomoea sp.) e o melão-de-são-caetano (Momordica charantia) também são espécies invasoras, cujos ramos tendem a enrolar-se na goiabeira, deformando a planta e dificultando as operações de adubação, poda de formação e uniformidade de distribuição da água de irrigação, caso o sistema adotado seja o de microaspersão.
No manejo integrado de plantas daninhas, é recomendável recorrer a várias estratégias de controle (manual, mecânico e químico). 
A capina ou roçagem manual é indicada para áreas pequenas, enquanto a roçagem mecanizada por meio de roçadeiras portáteis ou mesmo tratorizada é indicada para grandes áreas. 
Nos primeiros meses depois do transplantio das mudas, quando as plantas ainda estão em fase de pegamento e as raízes podem ser danificadas, recomendase fazer um coroamento manual ao redor das plantas, utilizando-se, para isso, de uma enxada. 
A capina mecanizada pode ser realizada com tração animal ou tratorizada nas entrelinhas da cultura, impedindo que as plantas invasoras se desenvolvam e produzam sementes (COSTA; COSTA, 2003).
A capina química, ou seja, pela utilização de herbicidas, também pode ser feita na cultura da goiaba; no entanto, alguns cuidados são necessários. Recomenda-se que o agricultor procure a assistência técnica, pois a escolha do produto a ser aplicado deve levar em consideração as plantas invasoras presentes na área e o seu nível de infestação.
No início do desenvolvimento das plantas de goiaba, o controle químico deve ser evitado, pois as goiabeiras podem sofrer danos. Por isso, nos primeiros meses, é recomendável que esse tipo de controle seja restrito às entrelinhas.
Utilizar equipamentos adequados é uma garantia de eficiência da aplicação, assim como o de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), evitando, assim, a exposição dos aplicadores aos herbicidas (TÁCIO et al., 2008).
Decorridos aproximadamente 4 anos, o pomar já estará formado e a infestação de plantas invasoras tenderá a ser menor, pois as plantas já conseguirão vencer a competição por água, nutrientes, espaço e luz.
Além disso, o sombreamento causado pelo desenvolvimento das plantas, bem como a deposição de folhas secas sobre o solo reduz a germinação e o desenvolvimento de plantas invasoras.
A fim de evitar que sementes ou outros propágulos de plantas daninhas sejam transportados para áreas novas, recomenda-se, como medidas preventivas, a limpeza de equipamentos – como implementos agrícolas, rodas de tratores e roupas dos operários, se tiverem entrado em áreas infestadas
(CONSTANTIN, 2001).
É importante lembrar que, embora as plantas invasoras possam concorrer por água, nutrientes, espaço e luz, possam també ser reservatórios de pragas e/ou doenças,
elas apresentam alguns benefícios, como: redução da erosão e das perdas de água,
preservação da estrutura do solo, incremento de matéria orgânica e redução da lixiviação e da volatilização dos adubos (MANICA, 2000). Ademais, conforme lembram Altieri et al. (2003), a presença de plantas daninhas no pomar favorece o aumento do número de predadores e parasitoides dos insetos-praga, em decorrência de maior disponibilidade de presas e por serem fontes de néctar e pólen para os inimigos naturais.



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