terça-feira, 28 de julho de 2020

Importância da irrigação para a cultura da goiabeira


1. Introdução:
A agricultura irrigada tem sido uma importante estratégia para otimização da produção mundial de alimentos, gerando desenvolvimento sustentável no campo, com geração de empregos e renda de forma estável. Atualmente, mais da metade da população mundial depende de alimentos produzidos em áreas irrigadas.
A irrigação não deve ser considerada isoladamente, mas sim como parte de um conjunto de técnicas utilizadas para garantir a produção econômica de uma determinada cultura, com adequados manejos dos recursos naturais, devendo ser levado em conta os aspectos de sistemas de plantios, de possibilidades de rotação de culturas, de proteção dos solos com culturas de cobertura, de fertilidade do solo, de manejo integrado de pragas e doenças, mecanização, etc., perseguindo-se a produção integrada e a melhor inserção nos mercados.
No conceito antigo, a irrigação era vista como uma técnica que visava basicamente a luta contra a seca. Em uma visão mais atual, dentro de um foco empresarial do agronegócio, a irrigação é uma estratégia para aumento da rentabilidade da propriedade agrícola pelo aumento da produção e da produtividade, de forma sustentável, preservando o meio ambiente e com maior geração de emprego e renda, dando enfoque para as cadeias produtivas.
Sem dúvida, esse conceito de irrigação necessita de um programa muito bem elaborado de pesquisa e desenvolvimento para o seu estabelecimento e durabilidade. Assim, o futuro da irrigação envolve produtividade e rentabilidade com eficiência no uso da água, da energia e dos insumos, bem como com respeito ao meio ambiente.
A importância da irrigação pode, portanto, ser sintetizada nas seguintes vantagens:
- Seguro contra secas que ciclicamente ocorrem estiagens mais prolongadas em regiões, sejam elas de clima árido, semi-árido ou úmido. A irrigação permite segurança na safra,
independentemente desse problema.
- Melhor produtividade das culturas, aumentando o rendimento da área cultivada e propiciando condições para mais de uma colheita numa mesma área, ou seja, uso intensivo do solo.
- Melhor qualidade de o produto, em virtude do metabolismo vegetal ocorrer em condições mais favoráveis.
- Possibilidade de fazer um programa de cultivo com colheitas fora da época normal. Com o auxílio da irrigação, pode-se antecipar ou atrasar a safra de certas culturas, o que proporciona melhores cotações no mercado.
- Maior eficiência no uso de fertilizantes.
- Introdução de culturas caras, minimizando o risco do investimento.

De forma geral, a busca desses resultados positivos tem sido importante, mas limitada, pois tem sido focada no ponto de vista da Engenharia, negligenciando o Manejo. Mesmo considerando a melhoria dos sistemas modernos de irrigação, com maior eficiência de distribuição da água nas mais diversas situações, a falta de um programa de manejo pode levar tudo a perder: seja pela aplicação em excesso (mais comum) ou em falta, antes ou depois do momento adequado para cada fase da cultura e situações vigentes.

1.1. Importância da irrigação para a cultura da goiabeira
O Brasil, por sua grande diversidade edafoclimática, apresenta condições ideais para a agricultura e, em particular, para a fruticultura, com potencial para atender aos mercados interno e externo. Nos últimos anos, tem havido considerável expansão da fruticultura irrigada, em pólos regionais como Juazeiro (BA), Petrolina (PE), Janaúba e Jaíba (MG), além de outros locais sem tradição anterior no cultivo de fruteiras.
No mundo inteiro, a agricultura irrigada está se profissionalizando em níveis nunca vistos. A fruticultura vem, cada vez mais, ocupando lugar de destaque no complexo agroindustrial, seja pelo aumento do consumo interno e das exportações, seja por sua importância social na geração de empregos, ou ainda, pelo crescimento da rentabilidade dos pequenos e médios produtores.
O desafio é produzir mais, melhor e com menores custos, oferecendo aos clientes e consumidores, produtos de qualidade a preços competitivos. Portanto, o irrigante que desejar ter sucesso precisa assumir o papel de empresário rural, atuando profissionalmente em toda a cadeia produtiva do agronegócio, desde a aquisição de insumos, produção, pós-colheita, beneficiamento e processamento até a distribuição, seja de forma isolada ou através de cooperativas.
Existem no Brasil cerca de 2,5 milhões de hectares ocupados com produção de frutas, com uma produção acima de 30 milhões de toneladas. A fruticultura, considerada importante fator de desenvolvimento econômico e social, gera, direta e indiretamente, milhares de empregos.
Vale ainda ressaltar que a fruticultura brasileira é uma das mais importantes do mundo.
Além de ser o maior produtor de frutas cítricas, o país ocupa posição destacada como produtor de frutas tropicais, como banana, manga, mamão, abacaxi, caju, maracujá e goiaba, que é o foco deste trabalho.
Só na região Nordeste há mais de 5000 ha cultivados com goiaba, com uma tendência de crescimento, principalmente nos pólos de agricultura irrigada, como Petrolina e Juazeiro. A expansão se deu devido a vários aspectos, destacando-se: substituição do cultivo da bananeira (doenças e outros problemas), rapidez do retorno dos investimentos aplicados e possibilidade de várias formas de aproveitamento dos frutos como doces, sucos, polpas e consumo da fruta in natura.
A goiabeira cultivada com irrigação e com poda, além de apresentar níveis de produtividade elevados (40 a 50 t/ha/ano), produz durante todo o ano. Essa característica possibilita ao produtor não só comercializar sua produção como fruta fresca nos grandes centros consumidores locais, como também permite buscar mercados mais distantes, inclusive o mercado de exportação. Para a exportação, assim como para um mercado interno cada vez mais exigente, exige-se um padrão de qualidade muito superior ao padrão da fruta destinada ao mercado local e à indústria, só alcançado em culturas tecnificadas e formadas com variedades
selecionadas, de acordo com o mercado que se deseja atingir (Gonzaga Neto, 1990).
A fruticultura, como no caso da cultura da goiabeira, tem sido uma das atividades agrícolas que mais tem demandado conhecimentos relativos à irrigação, principalmente devido à utilização de fruteiras de alto valor econômico. A utilização de irrigação também é uma estratégia dos fruticultores para reduzir os riscos associados à atividade.
O conhecimento das necessidades hídricas e nutricionais de máxima eficiência econômica para as culturas é indispensável para a obtenção de sucesso no empreendimento frutícola, pois a água e os nutrientes são os fatores que mais limitam o rendimento da planta (Ruggiero et al., 1996). Neste contexto, sanar tais problemas significa possibilitar o aumento da produtividade, da qualidade dos frutos, da margem de lucro do produtor e da competitividade nos mercados nacionais e internacionais.
Entretanto, para que as técnicas de irrigação e fertilização sejam bem sucedidas, é desuma importância, o seu manejo adequado, visando maior competitividade econômica e sustentabilidade ambiental, exigidas por um mercado globalizado e consciente da necessidade de preservação do meio ambiente, idéias em sintonia com o lema da tecnologia: produzir o máximo e com qualidade, no menor intervalo de tempo, com menor investimento possível e com o mínimo impacto ambiental.





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