Com o expressivo acirramento da competitividade no mercado de
frutas, tanto no âmbito internacional como no doméstico, a profissionalização
do fruticultor é condição necessária para o adequado funcionamento das unidades
produtivas independente do porte das mesmas. Nesse aperfeiçoamento
profissional, que engloba tanto a área de produção como a área de gestão, a
caracterização da composição dos custos e a determinação da viabilidade das
explorações são itens imprescindíveis no processo de gerenciamento das
propriedades.
Custos de
instalação e manutenção
Na Tabela 1 são apresentados os custos de instalação no primeiro
ano e de manutenção nos segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto anos, de um
hectare de manga da variedade Tommy Atkins, irrigado por meio de um sistema de
micro aspersão, com o espaçamento de 8 m x 5 m, que é o sistema de produção de
manga típico da região do Submédio do Vale do São Francisco.
Tabela 1. Custo de
implantação e manutenção de 1 hectare de mangueira (Mangifera indica L.), na região do
Vale do Submédio São Francisco (anos 0 a 2).
Discriminação
|
Unid.
|
Preço
unitário
|
Ano 0
|
Ano 1
|
Ano 2
|
|||
Quant.
|
Valor
|
Quant.
|
Valor
|
Quant.
|
Valor
|
|||
1 . Insumos
|
||||||||
Calcário
|
Kg
|
0,12
|
500
|
60,00
|
500
|
60,00
|
500
|
60,00
|
Adubo orgânico
|
m3
|
60,00
|
15
|
900,00
|
15
|
900,00
|
15
|
900,00
|
Adubo químico
|
Kg
|
0,88
|
600
|
528,00
|
560
|
492,00
|
580
|
510,40
|
Adubo foliar
|
L
|
8,50
|
4
|
34,00
|
8
|
68,00
|
10
|
85,00
|
Mudas
|
Un
|
2,50
|
275
|
687,50
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Tutores
|
Un
|
0,20
|
250
|
50,00
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Espalhante adesivo
|
L
|
7,00
|
1,5
|
10,50
|
2,50
|
17,50
|
3,5
|
24,50
|
Fungicidas
|
Kg
|
25,00
|
10
|
250,00
|
14,50
|
362,00
|
20
|
500,00
|
Inseticida
|
L
|
70,00
|
3,5
|
245,00
|
6
|
420,00
|
7
|
490,00
|
Formicida
|
Kg
|
7,5
|
2,0
|
15,00
|
2
|
15,00
|
2
|
15,00
|
Regulador vegetal
|
L
|
260,00
|
||||||
Indutor de brotação
|
Kg
|
1,90
|
||||||
Água
|
Mil m3
|
90,00
|
4
|
360,00
|
7
|
630,00
|
10
|
900,00
|
Sub Total
|
3.140,00
|
2.955,80
|
3.484,90
|
|||||
Participação %
|
||||||||
2. Serviços
|
||||||||
Aração e Gradagem
|
HM
|
80,00
|
4,5
|
360,00
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Distribuição de Calcário
|
HM
|
80,00
|
2,0
|
160,00
|
2,0
|
160,00
|
2,0
|
160,00
|
Marcação de Covas
|
DH
|
35,00
|
2,0
|
70,00
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Coveamento
|
DH
|
35,00
|
10,0
|
350,00
|
||||
Adubação de Plantio
|
DH
|
35,00
|
4,0
|
140,00
|
||||
Plantio e Replantio
|
DH
|
35,00
|
4,0
|
140,00
|
||||
Roçagem
|
HM
|
80,00
|
3,0
|
240,00
|
3,0
|
240,00
|
4,0
|
320,00
|
Capina Manual
|
DM
|
35,00
|
8,0
|
280,00
|
8,0
|
280,00
|
10,0
|
350,00
|
Pulverização Mecânica
|
HM
|
80,00
|
3
|
240,00
|
4,0
|
320,00
|
5
|
400,00
|
Aplicação formicida
|
DH
|
35,00
|
1
|
35,00
|
1
|
35,00
|
1
|
35,00
|
Adubação de Cobertura
|
DH
|
35,00
|
3
|
105,00
|
6,0
|
210,00
|
8,0
|
280,00
|
Poda de Formação
|
DH
|
35,00
|
5,0
|
175,00
|
10,0
|
350,00
|
10,0
|
350,00
|
Poda de Frutificação
|
DH
|
35,00
|
||||||
Limpeza de Panículas
|
DH
|
35,00
|
||||||
Indução Floral
|
DH
|
35,00
|
||||||
Proteção do Fruto
|
DH
|
35,00
|
||||||
Reguladores Vegetais
|
DH
|
35,00
|
||||||
Irrigação
|
DH
|
35,00
|
4,0
|
140,00
|
4,0
|
140,00
|
4,0
|
140,00
|
Colheita
|
DH
|
35,00
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
|
Transporte de Insumos
|
HM
|
80,00
|
3,0
|
240,00
|
3,0
|
240,00
|
3,0
|
240,00
|
Transporte da produção
|
HM
|
60,00
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
-
|
Sub Total
|
2.675,00
|
1.975,00
|
2.275,00
|
|||||
Custo
Operacional
|
5.815,00
|
4.940,80
|
5.759,90
|
|||||
Custos
Indiretos
|
1.163,00
|
988,00
|
1.152,00
|
|||||
Custo Total
|
6.978,50
|
5.928,00
|
6.911,00
|
Continuação da tabela 1, para os anos de 3 a 5
Discriminação
|
Unid.
|
Preço
unitário
|
Ano 3
|
Ano 4
|
Ano 5
|
|||
Quant.
|
Valor
|
Quant.
|
Valor
|
Quant.
|
Valor
|
|||
1 . Insumos
|
||||||||
Calcário
|
Kg
|
0,12
|
500
|
60,00
|
500
|
60,00
|
500
|
60,00
|
Adubo orgânico
|
m3
|
60,00
|
15
|
900,00
|
15
|
900,00
|
15
|
900,00
|
Adubo químico
|
Kg
|
0,88
|
600
|
528,00
|
650
|
572,00
|
650
|
572,00
|
Adubo foliar
|
L
|
8,50
|
12
|
102,00
|
16
|
136,00
|
18
|
153,00
|
Espalhante adesivo
|
L
|
7,00
|
4,5
|
31,50
|
5,0
|
35,00
|
5
|
35,00
|
Fungicidas
|
Kg
|
25,00
|
22
|
550,00
|
24,0
|
600,00
|
25
|
625,00
|
Inseticidas
|
L
|
70,00
|
4,0
|
280,00
|
5
|
350,00
|
6
|
420,00
|
Formicida
|
Kg
|
7,5
|
2,0
|
15,0
|
2,0
|
15,00
|
2,0
|
15,00
|
Reguladores Vegetais
|
L
|
260,00
|
2,5
|
650,00
|
2,5
|
650,00
|
2,5
|
650,00
|
Indutor de brotação
|
Kg
|
1,90
|
120,0
|
228,00
|
170,0
|
323,00
|
240
|
456,00
|
Água
|
Mil m3
|
90,00
|
12
|
1.080,00
|
14
|
1.260,00
|
14
|
1.260,00
|
Sub
Total
|
4.424,50
|
4.901,00
|
5.146,00
|
|||||
Participação
Percentual
|
||||||||
2.
Serviços
|
||||||||
Distribuição de Calcário
|
HM
|
80,00
|
2,0
|
160,00
|
2,0
|
160,00
|
2,0
|
160,00
|
Capina Mecânica
|
HM
|
80,00
|
4,0
|
320,00
|
4,0
|
320,00
|
4,0
|
320,00
|
Capina Manual
|
DH
|
35,00
|
12,0
|
420,00
|
14,0
|
490,00
|
14,0
|
490,00
|
Pulverização Mecânica
|
HM
|
80,00
|
6,0
|
360,00
|
7,0
|
245,00
|
8,0
|
280,00
|
Aplicação de Formicida
|
DH
|
35,00
|
1,0
|
35,00
|
1,0
|
35,00
|
1,0
|
35,00
|
Adubação de cobertura
|
DH
|
35,00
|
10
|
350,00
|
10
|
350,00
|
10
|
350,00
|
Poda de Formação
|
DH
|
35,00
|
5,0
|
175,00
|
4,0
|
140,00
|
3,0
|
105,00
|
Poda de Frutificação
|
DH
|
35,00
|
2,0
|
70,00
|
3
|
105,00
|
4,0
|
140,00
|
Limpeza de Panículas
|
DH
|
35,00
|
2,0
|
70,00
|
3
|
105,00
|
4,0
|
140,00
|
Indução Floral
|
DH
|
35,00
|
2,0
|
70,00
|
2,0
|
70,00
|
2,0
|
70,00
|
Proteção do fruto
|
DH
|
35,00
|
3,0
|
105,00
|
4,0
|
140,00
|
6,0
|
210,00
|
Reguladores Vegetais
|
DH
|
35,00
|
3,0
|
105,00
|
3,0
|
105,00
|
3,0
|
105,00
|
Irrigação
|
DH
|
35,00
|
4,0
|
140,00
|
4,0
|
140,00
|
4,0
|
140,00
|
Colheita
|
DH
|
35,00
|
12
|
420,00
|
15,0
|
525,00
|
17,0
|
595,00
|
Transporte de Insumos
|
HM
|
80,00
|
3,0
|
240,00
|
3,0
|
240,00
|
3,0
|
240,00
|
Transporte de Produção
|
HM
|
80,00
|
3,0
|
240,00
|
3,5
|
280,00
|
4,0
|
320,00
|
Sub
Total
|
3.280,00
|
3.450,00
|
3.700,00
|
|||||
Custo
Operacional
|
7.704,50
|
8.351,00
|
8846,00
|
|||||
Custos
Indiretos
|
1540,90
|
1.670,20
|
1769,20
|
|||||
Custo
Total
|
9245,40
|
10.021,20
|
10.615,20
|
Fonte:
Dados coletados nas áreas de produção do Projeto de Irrigação Senador Nilo
Coelho, Petrolina, PE.
Nota:
Espaçamento: 8 m x 5 m. Sistema de irrigação localizada; produtividade plena é
alcançada a partir do sexto ano e está em torno de 25 t/ha; entretanto a partir
do quarto e quinto ano já se registram produtividades significativas, com 15
t/ha e 20 t/ha, respectivamente.
No ano 0, que corresponde ao período de implantação do cultivo,
os gastos na compra dos insumos correspondem a 53,22% do custo operacional
total do período. Os adubos (orgânicos, químicos e foliares) correspondem a
48,41% dos custos e se constituem nos gastos mais representativos desse
segmento, seguido pelas mudas, que correspondem a 22,75% das despesas com
insumos nesse primeiro ano. No tocante ao segmento serviços, as operações de
capina (manual e mecânica), que no conjunto respondem por 19,44% do custo dos
serviços, compõem o item mais representativo dos gastos nesse ano de
implantação da cultura (Tabela 1).
No ano 1, a participação percentual nos custos de produção é
distribuída entre insumos (59,43%) e serviços (40,57%), com os adubos
(orgânico, químico e foliar) continuando a ser o item mais caro dos insumos e
as operações de capinas (mecânica e manual) compondo o item que mais onera
o segmento dos serviços. No ano 2, observa-se o mesmo comportamento dos anos
anteriores, tanto no segmento dos insumos, quanto no de serviços (Tabela
1).
No ano 3, 4 e também no ano 5, que é o ano em que o cultivo em
análise alcança a produção plena, essa tendência dos gastos com insumos supera
as despesas com serviços se consolida. Entretanto, na composição dos custos
desses segmentos começam a haver modificações significativas, com um
crescimento expressivo na despesa com agroquímicos e com a colheita passando a
se constituir em um gasto considerável na exploração da manga (Tabela 1).
Rentabilidade
A determinação do desempenho econômico de uma atividade agrícola
por meio da análise de seu custo de produção, sempre foi uma importante
ferramenta de gestão das unidades produtivas. Entretanto, com o aumento
expressivo da competitividade entre os países produtores e exportadores de
frutas, a necessidade de se obter informações mais concretas sobre os gastos empregados
na elaboração dos produtos, passa a ser uma prática imprescindível no processo
de análise do desempenho econômico das unidades
produtivas.
De acordo com estudos realizados pela Embrapa Semiárido, na
caracterização do sistema de produção da mangueira no Submédio do Vale do São
Francisco, a produtividade média, já estabilizada, é de 25 t/ha (do 6° ao 27°
ano de cultivo). Considerando-se que o preço médio anual de comercialização da
manga em 2013, no polo de produção em análise, foi de R$ 0,70/kg, pode-se
considerar que o valor bruto médio da produção em um hectare em plena produção
é de R$ 17.500,00.
Em uma análise mais precisa da rentabilidade econômica da
exploração da mangueira no Submédio do Vale do São Francisco, pode-se adicionar
o custo indireto da manutenção de um hectare de manga, ao total dos insumos e
serviços de 1 ano em plena produção (ano 5 da Tabela 1). Esse custo, que
corresponde ao valor de 20% do total do custo operacional, cobre os gastos com administração,
manutenção e depreciação dos equipamentos utilizados, impostos e outras taxas.
Com a incorporação deste novo item, o custo total aproximado de um hectare de
manga, em produção plena, no Submédio do Vale do São Francisco, fica ao redor
de R$ 10.615,20.
Considerando-se o valor bruto médio da produção comercial de
manga, em um hectare (receita bruta total), e os custos totais de manutenção do
mesmo, constata-se que a exploração da manga na região do Submédio do Vale do
São Francisco apresenta resultados economicamente satisfatórios em diversos
índices de eficiência econômica (Tabela 2). A taxa de retorno do empreendedor é
de 0,65%, o que indica que para cada R$ 1,00 empregado no custo total de
manutenção de um hectare de mangueira, tem-se um retorno de R$ 1,65. O ponto de
nivelamento também confirma o razoável desempenho econômico da cultura
analisada, pois será necessária uma produtividade de 15.165 kg/ha para a
receita se igualar aos custos. Este mesmo desempenho pode ser observado no
resultado da margem de segurança, que corresponde a -0,37, condição que
revela que para a receita se igualar à despesa, a quantidade produzida ou o
preço de venda do produto pode cair em 37%.
Tabela 2. Avaliação
econômica do cultivo da mangueira (Mangifera
indica L.) manga na região do Submédio São Francisco, em 1 ano
de produção plena.
Produtividade kg/ha/ano
(A)
|
Valor da produção. R$/ha
(B)
|
Custo total R$/ha
(C)
|
Relação Benefício/ custo (R$/ha)
(B/C)
|
Ponto de nivelamento
(C/P)
|
Margem de segurança %
(C-B/B)
|
25.000
|
17.500,00
|
10.615,20
|
1,65
|
15.165 kg
|
- 0,37
|
Notas: (A) Produtividade média anual de um hectare de manga em plena
produção; (B) Valor bruto da produção, que é Preço x Quantidade comercial
produzida; (C) Custos totais efetuados para a obtenção da produção; (P) Preço
médio anual da manga de mesa no mercado interno, R$ 0,70/kg.
Esta análise revela a rentabilidade de 1 ano de cultivo, em
plena produção. Entretanto, por se tratar de uma cultura perene, com vida útil
prevista de 30 anos, é importante considerar todo o período da exploração para
se obter um resultado preciso da rentabilidade do empreendimento.
Para a determinação do desempenho econômico do empreendimento
correspondente à exploração de um hectare de manga, deve-se analisar os
seguintes índices de eficiência econômica: renda líquida (RL), produtividade
total dos fatores (PTF) e taxa de retorno do empreendedor (TRE). A RL
corresponde à receita total obtida com a venda dos produtos gerados no
empreendimento menos a soma de todos os dispêndios incorridos para a produção
dos mesmos. A PTF é medida pela razão entre receita total e custo total. Este
índice deve ser no mínimo igual a 1 para que o sistema de produção se sustente.
A TRE é medida pela razão entre renda líquida e custo total. Esse índice aponta
a proporção em que cada unidade gasta no empreendimento resulta em renda
líquida ao empreendedor.
Para a análise da rentabilidade de todo o empreendimento da
exploração da manga foram empregados os seguintes indicadores de eficiência
financeira: valor presente líquido (VPL), que corresponde ao somatório dos
fluxos de rendimentos esperados em cada período trazidos a valores do período
zero a uma taxa de desconto equivalente à taxa mínima de atratividade do
mercado, subtraído do valor do investimento inicial realizado no período 0;
taxa interna de retorno (TIR), que corresponde à taxa de desconto que iguala a
soma dos fluxos de caixa ao valor do investimento; taxa interna de retorno
modificada (TIRM), que difere da TIR tradicional por apresentar um fluxo
de caixa mais realista, já que as taxas de financiamento e reinvestimentos são
compatíveis com os juros de mercado; índice de lucratividade (IL), que indica o
retorno apurado para cada unidade monetária investida e é dado pela
relação entre o valor presente líquido dos fluxos de caixa positivos (entradas)
e o valor presente líquido dos fluxos de caixa negativos (saídas), usando-se
como taxa de desconto a taxa mínima de atratividade do projeto; taxa de
rentabilidade (TR), que é determinada a partir da razão entre o VPL dos fluxos
de caixa positivos e o VPL dos fluxos de caixas negativo menos 1; valor
presente líquido anualizado (VPLA), que consiste em distribuir o VPL ao longo
da vida útil do projeto, utilizando-se uma taxa de juros correspondente ao
custo de oportunidade do capital; payback descontado, que é o período de tempo
necessário para a recuperação de um investimento.
Levando-se em consideração que o valor médio anual de
comercialização da manga no Submédio do Vale do São Francisco, em 2013, foi de
R$ 0,70/kg, livre ao produtor, e a produtividade média da manga comercializável
em 1 ano de produção plena, situação que ocorre a partir do ano 5 e perdura até
o ano 27, é de 25.000 kg/ha, pode-se considerar que o valor bruto médio da
produção anual em um hectare nos anos compreendidos nesse intervalo de tempo,
foi de R$ 17.500,00. Comparando-se esse valor, que corresponde à receita bruta
total, com os custos totais de produção por hectare, constata-se que o lucro ou
a margem líquida da exploração da manga no Submédio do Vale do São Francisco é
de R$ 6.884,80 por hectare/ano no período de produção plena do cultivo (Tabela
3).
Ao se fazer uma análise de todo o investimento, que tem a vida
útil de 30 anos, constata-se que a receita total é de R$ 454.300,00, enquanto o
custo total do empreendimento é de R$ 304.465,00. A renda líquida do
investimento é de R$ 149.834,47, e a produtividade total dos fatores ou relação
benefício/custo é de R$ 1,49, valor que revela que para cada R$ 1,00 empregado
na atividade houve um retorno de R$ 1,49. A taxa de retorno do empreendedor que
registrou a cifra de R$ 0,49 revela que o empreendimento proporcionou um
retorno de 49% (Tabela 3).
Tabela 3. Fluxo de caixa e
indicadores de desempenho econômico da exploração de um hectare de mangueira (Mangifera indica L.), na
região do Submédio do Vale do São Francisco.
Ano
|
Custo
|
Receita
|
Resultado
|
0
|
6.978,00
|
0
|
-6.978,00
|
1
|
5.928,80
|
0
|
-5.928,80
|
2
|
6.911,90
|
0
|
-6.911,90
|
Investimento
|
-19.818,70
|
||
3
|
9.245,40
|
10.500,00
|
1.254,60
|
4
|
10.021,20
|
14.000,00
|
3.978,80
|
5
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
6
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
7
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
8
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
9
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
10
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
11
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
12
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
13
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
14
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
15
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
16
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
17
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
18
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
19
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
20
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
21
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
22
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
23
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
24
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
25
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
26
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
27
|
10.615,20
|
17.500,00
|
6.884,80
|
28
|
10.615,20
|
14.700,00
|
4.084,80
|
29
|
10.615,20
|
12.600,00
|
1.984,80
|
Total
|
|||
CT (R$)
|
304.465,30
(a)
|
||
RT (R$)
|
454.300,00
(b)
|
||
RL (R$)
|
149.834,47
(c)
|
||
PFT (R$)
|
1,49
(b/a)
|
||
TRE (R$)
|
0,49
(c/a)
|
Fonte:
Elaborado pela Embrapa Semiárido.
Notas: CT = custo total; RT= receita total; RL = renda líquida; PTF=
produtividade total dos fatores; TRE = taxa de retorno do empreendedor.
No tocante à análise financeira do sistema de produção da manga
cultivada no Submédio do Vale do São Francisco, o estudo revela que se trata de
um empreendimento viável. Visto que, o VPL é positivo, indicando que além de
remunerar o capital investido à taxa de 6% ao ano, o investimento ainda
proporciona um excedente bastante expressivo ao produtor. A TIR normal e também
a TIRM superam a taxa média de atratividade (6%), o que indica a viabilidade
econômica do investimento. Os demais indicadores confirmam esse resultado, já
que o IL é superior a 1 e a TR é superior a 0, o valor presente líquido
anualizado é também expressivo e a análise do payback descontado aponta
que com 7 anos e 2 meses o investimento se paga (Tabela 4).
Tabela
4. Indicadores de eficiência financeira do investimento
correspondente a exploração de um hectare da manga na região do Submédio do
Vale do São Francisco
Indicadores
|
|
Valor presente líquido (R$/ha)
|
51.204,87
|
Taxa Interna de
retorno (%)
|
26
|
Taxa interna de retorno modificada (%)
|
12
|
Indice de lucratividade (%)
|
4,11
|
Taxa de rentabilidade (%)
|
3,11
|
Valor presente líquido anualizado (R$/ha)
|
3.814,57
|
Payback descontado (anos)
|
7,2
|
Fonte:
Elaborado pela Embrapa Semiárido.
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