Cultivares
A escolha da cultivar de bananeira depende da preferência do mercado consumidor e do destino da produção (indústria ou consumo in natura). Existem quatro padrões ou tipos principais de cultivares de bananeira: Prata, Maçã, Cavendish (Banana D’Água ou Caturra) e Terra. Dentro de cada tipo há uma ou mais cultivares.
Recentemente vem surgindo a necessidade de mudança nas cultivares tradicionalmente plantadas na região do Submédio do Vale do São Francisco devido aos prejuízos frequentes que muitos produtores têm tido com a cultivar ‘Pacovan’. Esta cultivar por ter porte alto fica extremamente vulnerável à queda provocada pelos fortes ventos que ocorrem normalmente na região entre os meses de novembro a março. Eventualmente, pode ocorrer queda fora desta época. As perdas ocorridas decorrentes do tombamento das plantas penalizam severamente os pequenos agricultores. Dessa forma, os produtores de banana vêm optando gradativamente por cultivares de porte baixo e médio. As cultivares do subgrupo Cavendish (Nanica, Nanicão e Grande Naine), Maçã e Prata-Anã e suas variações como Prata Rio e Prata Gorutuba vêm sendo plantadas em razão da maior segurança econômica de retorno de seus investimentos.
Recomenda-se introduzir cultivares novas com características de resistência a pragas e doenças como a ‘BRS Preciosa’, ‘BRS Princesa’, ‘BRS Platina’, ‘Fhia-Maravilha’ e a ‘Prata Graúda’, visando desenvolver novas opções de mercado.
cv. Pacovan
Resultante de uma mutação da Prata, pertence ao grupo AAB e é mais produtiva e vigorosa do que esta cultivar. Tem porte alto, superior ao da ‘Prata’. O pseudocaule é verde-claro, com poucas manchas escuras. O cacho é pouco cônico, as brácteas da ráquis floral masculina são limpas (sem restos florais), coração médio e frutos grandes, com quinas proeminentes mesmo quando maduros, ápices em forma de gargalo e sabor azedo-doce, mais ácido do que a ‘Prata’. A cultivar é suscetível às sigatokas amarela e negra e ao mal-do-panamá, todavia apresenta boa tolerância à broca-do-rizoma e aos nematoides. Tem boa aceitação pelos consumidores.
cv. Prata Anã
É uma cultivar do grupo AAB, com alta capacidade produtiva, pseudocaule muito vigoroso de cor verde-clara, brilhante, com poucas manchas escuras próximo à roseta foliar. O porte é médio a alto, cacho cônico, ráquis com brácteas persistentes, coração grande e frutos pequenos, com quinas, ápices em forma de gargalo e sabor acre-doce (azedo-doce). A cultivar é suscetível às sigatokas amarela e negra e ao mal-do-panamá, todavia apresenta boa tolerância à broca-do-rizoma e aos nematoides.
cv. BRS Preciosa
A banana ‘BRS Preciosa’, criada pela Embrapa e recomendada em 2003, é um híbrido tetraploide, do grupo AAAB, de porte alto, resultante do cruzamento da cultivar Pacovan com o híbrido diploide (AA) M53. A cultivar é rústica com frutos grandes que são mais doces e apresentam resistência ao despencamento semelhantes aos da Pacovan (Figura 1). Essa cultivar além de resistente à sigatoka-negra, apresenta também resistência à sigatoka-amarela e ao mal-do-panamá.
Em área de produção orgânica no Submédio São Francisco, no primeiro ciclo, a banana ‘ BRS Preciosa’ apresentou porte mais baixo e produtividade, número de frutos por cacho, peso e comprimento médio dos frutos iguais aos da ‘Pacovan’, podendo ser uma opção para o sistema orgânico na região.
Foto: Ana Lúcia Borges
Figura 1. Banana ‘BRS Preciosa’ (AAAB) cultivada em sistema orgânico.
cv. BRS Princesa
É um híbrido tetraploide do grupo AAAB, criado e lançado pela Embrapa em 2008, resultante do cruzamento da cultivar Yangambi nº 2 com o híbrido diploide (AA) M53. O porte é médio a alto, os frutos são parecidos externamente e têm sabor semelhante aos da cultivar Maçã (Figura 2). A ‘BRS Princesa’ além de resistente à sigatoka-amarela, é também tolerante ao mal-do-panamá. Todavia, não é resistente à sigatoka-negra.
Foto: Sebastião de Oliveira e Silva.
Figura 2. Cacho da bananeira ‘BRS Princesa’.
cv. BRS Platina
É um híbrido tetraploide (AAAB), criado e recomendado pela Embrapa em 2012, resultante do cruzamento entre ‘Prata Anã’ (AAB) e o diploide M53 (AA). Apresenta bom perfilhamento, porte médio, características, tanto de desenvolvimento quanto de rendimento, idênticas às da ‘Prata Anã’ (Figura 3). Os frutos também se assemelham aos dessa cultivar na forma, tamanho e sabor, porém, devem ser consumidos com a casca um pouco mais verde, à semelhança das cultivares do subgrupo Cavendish. Ela se diferencia da ‘Prata Anã’ por ser resistente à sigatoka-amarela e ao mal-do-panamá. Apresenta produtividade média de aproximadamente 20 t/ha/ano e sob condições de solo de boa fertilidade, apresenta rendimento médio de até 40 t/ha/ano.
Foto: Sergio Luiz Rodrigues Donato.
Figura 3. Planta e cacho da cultivar BRS Platina (AAAB).
cv. Fhia-Maravilha
A cultivar Fhia-Maravilha, também conhecida como Fhia-01, é um híbrido tetraploide (AAAB), resultante do cruzamento entre ‘Prata Anã’ (AAB) e o diploide SH3142 (AA). Introduzida de Honduras (América Central), foi avaliada em vários locais e recomendada pela Embrapa em 2003. Os frutos e a produção são maiores que os da ‘Prata Anã’. A polpa é mais ácida do que a dessa cultivar. Apresenta resistência às sigatokas negra e amarela e ao mal-do-panamá (Figura 4).
Foto: Sergio Luiz Rodrigues Donato.
Figura 4. Planta com cacho da cultivar Fhia-Maravilha (AAAB).
cv. Prata Graúda
A cultivar de bananeira Prata-Graúda é um híbrido tetraploide do grupo AAAB, de porte médio a alto, gerada em Honduras a partir do cruzamento da ‘Prata-Anã’ com o híbrido diploide SH 3393. A cultivar possui frutos e produção maiores que os da ‘Prata Anã’ e tem sido plantada comercialmente. No entanto, não apresenta resistência às sigatokas amarela e negra, mas é resistente ao mal-do-panamá (Figura 5).
Foto: Sergio Luiz Rodrigues Donato.
Figura 5. Planta com cacho da cultivar Prata Graúda (AAAB).
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