quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Plantio da Banana Irrigada



Tratos culturais inadequados podem provocar baixa produtividade e infestação por doenças e pragas que afetam o desenvolvimento das plantas. A baixa produtividade dos bananais também decorre da falta de planejamento. O produtor precisa saber o tempo certo de plantar, de adubar, fazer o desperfilamento e até mesmo o modo adequado de colher.

Planejamento do bananal

Nesta etapa, o produtor deve prever e analisar alguns aspectos relevantes à sua atividade, como o acesso à propriedade durante o ano todo, o rápido escoamento da produção, a topografia da área de produção, a eficiência dos sistemas de irrigação e/ou drenagem, a qualidade da água e a escolha de cultivares demandadas pelo mercado.
A construção de estradas e carreadores interligando as subáreas de produção possibilita o tráfego de veículos, máquinas e implementos agrícolas que facilitam operações rotineiras como o escoamento da produção, a aplicação de agrotóxicos, a distribuição de fertilizantes e a colheita.

Época de plantio

A importância da época de plantio, quando é conhecido o ciclo vegetativo da cultivar a ser plantada, permite condicionar a colheita para o período de melhor preço do produto no mercado. O ideal é a existência de um calendário que indique as melhores épocas de plantio da bananeira nas diferentes regiões homogêneas produtoras.
O plantio pode ser realizado em qualquer época do ano, uma vez que toda a região do Submédio São Francisco é irrigada. O plantio deve ser escalonado para que haja produção durante todo o ano.

Preparo do solo

O preparo adequado do solo é importante para o bom desenvolvimento das raízes da bananeira, o que facilita a absorção de água e nutrientes e melhora a produção.

Espaçamento e densidade de plantio

Os espaçamentos utilizados para o cultivo da bananeira estão relacionados com o clima, o porte da cultivar, as condições de luminosidade, a fertilidade do solo, a topografia do terreno e o nível tecnológico dos cultivos. Para as condições do Submédio São Francisco, são recomendados os espaçamentos em função da cultivar descritos na tabela 1.
Tabela 1. Espaçamentos e densidade de plantio das cultivares plantadas e recomendadas para a região do Submédio São Francisco.
Cultivar
Espaçamento (m)
Densidade (plantas por hectare)
Prata Anã (AAB) / Fhia-Maravilha / BRS Platina / BRS Princesa / Prata Graúda
Fileira dupla: 4 x 2 x 2 e 4 x 2 x 1,8.
Fileira simples: 3 x 2 e
3 x 1,8.
1.666 a 1851.
Pacovan / BRS Preciosa
Fileira dupla: 4 x 2 x 3 e 4 x 2 x 2,4.
Fileira simples: 3 x 3 e
3 x 2,4.
1.111 a 1.388.

Coveamento e sulcamento
Em áreas não mecanizáveis, as covas são abertas manualmente, com cavador e/ou enxadas, nas dimensões de 30 cm x 30 cm x 30 cm ou 40 cm x 40 cm x 40 cm, de acordo com o tamanho ou peso da muda e a classe do solo. As primeiras destinam-se às mudas cujo peso varia entre 0,5 e 1,0 kg. As últimas, às mudas de 1,0 a 1,5 kg, respectivamente. É muito importante que as mudas ou rizomas sejam uniformes em tamanho e peso.
Os sulcos de plantio podem ser de 30 cm de profundidade.

Plantio e replantio

As mudas micropropagadas, depois de climatizadas por um período de 45 a 60 dias, são levadas para o local de plantio, em época de alta umidade, a fim de facilitar o seu estabelecimento. Devem ser retiradas cuidadosamente do recipiente que as contém, para não danificar as raízes, e distribuídas no centro das covas, sobre a terra misturada, com adubo orgânico e fertilizante fosfatado, fechando-se a cova após o plantio.
O plantio de mudas procedentes de viveiros ou de bananal sadio é feito de acordo com os tipos (chifrinho, chifre e chifrão), e devem ser plantadas nesta ordem, colocando numa mesma área as mudas do mesmo tamanho. Qualquer tipo de muda a ser utilizada no plantio (chifrinho, chifre ou chifrão) deve ter rebaixada a sua parte aérea, deixando, aproximadamente 3 cm de pseudocaule, e, logo após o plantio, coloca-se 3 a 5 cm de terra solta sobre o mesmo, evitando-se que os tecidos sejam danificados pela exposição direta da luz solar.

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