segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Melhoramento do Abacateiro




ABACATEIRO

Família: Lauraceae 

Espécie: Persea americana Mill 

Essa espécie se divide em três raças de origens diferentes (Tabela 01) : 
- Raça Mexicana – origina-se de regiões de maior altitude do centro do México. Folhas com cheiro de anis e toleram melhor temperaturas baixas. Os frutos têm teor de óleo maior que 30%. A casca do fruto é fina (< 0,6 mm). 
- Raça Antilhana – origina-se das regiões baixas da América Central e do norte da América do Sul. Possuem folhas verde-claras, se odor. São de clima tropical, de maturação no verão-outono. Os frutos possuem casca de 0,6 a 2,0 mm e teor de óleo menor que 3,5% 
- Raça Guatemalense – origina-se das regiões altas da América Central e regiões altas do Peru. As folhas não têm cheiro de anis, são grandes e verde-escuras. Os frutos possuem casca grossa (>2 mm) e ásperas por dentro (na endoderme). São de clima subtropical e não toleram extremos de temperatura (altas ou baixas). Se adaptam bem ao Brasil e a maioria de nossas plantas são Guatemalenses ou híbridos Guatemalenses. Os frutos possuem teor de óleo em torno de 18%. São ditos abacates da primavera. 
Os principais híbridos são: 
- Antilhana x Guatemalense - principais híbridos de interesse no Brasil. São ditos abacates de outono-inverno. 
- Guatemalense x Mexicano – principais híbridos do mercado mundial.


Os frutos que mais agradam ao consumidor brasileiro são o Fortuna, Quintal e Margarida. O Fortuna é considerado o fruto padrão, entretanto, como desvantagem, apresenta alternância de produção podendo ficar um ano sem produzir um único fruto. Essa alternância se deve à grande produtividade e ao fato do produtor manter o fruto o maior tempo possível na planta, sobrepondo a florada e com isso prejudicando muito a planta.


Os melhores preços são conseguidos pelos frutos mais tardios, que são os Guatemalenses. No restante do mundo, especialmente nos países exportadores, o Hass é o abacateiro mais plantado.
As inflorescências possuem de 200 a 300 flores, com uma gema vegetativa na extremidade e surgem de ramos de quatro a sete meses. Possuem seis sépalas, o ovário globoso súpero unicarpelar, com estilo muito pequeno. Os estames (12 à 3 estaminóides e 9 normais) são distribuídos ao seu redor. As anteras têm três aberturas.
O vingamento floral é baixo e isto dificulta a hibridação. Para fazer o cruzamento é necessário reduzir a inflorescência a 2 ou 3 flores para favorecer seu vigor e pegamento.
As flores são hermafroditas, contudo por possuírem dicogamia protogínica, isto é, a época de maturidade do pistilo não corresponder à da deiscência das anteras, necessita-se, para efeito de polinização, do pólen proveniente de outro indivíduo de comportamento floral diferente.
A hibridação normalmente não é utilizada como método de melhoramento devido a dificuldades como: tamanho reduzido da flor, o processo de dicogamia em certas situações exige armazenamento de pólen de um ano para outro, o tamanho da árvore, o tempo entre a obtenção da semente e a avaliação do resultado (resposta do híbrido) leva de 5 a 6 anos.
Como a dicogamia favorece o surgimento de híbridos naturais, no Brasil o melhoramento é feito basicamente pela seleção massal seguida de seleção clonal.

O companheirismo para o plantio e posterior polinização tem que ocorrer dentro do mesmo grupo. Caso isso não seja observado, as plantas novas podem produzir mas quando se tornarem adultas a produção vai ser muito reduzida. 







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