Nome científico: Malpighia punicifolia L.
Família: Malpighiaceae
Nomes populares: Acerola, cereja das antilhas
Nome em inglês: Barbados Cherry
Origem: América Central
Milagre vegetal - assim é apelidada nas Antilhas, seu lugar de origem. Razão há para isso. Cada cem miligramas de polpa de acerola passa ao organismo humano até cinco mil miligramas de vitamina C. Mais do que cem laranjas. Uma criança de um ano terá satisfeitas as suas necessidades diárias de sustento com apenas uma acerola.
Aqui entra o fascinante, com sabor de mistério e de aventura. Armada daquele poder, raro entre frutos, a acerola foi declarada segredo de Estado. Proibida a sua saída de países onde cultivada e industrializada. Proibição gera tentação. Uma brasileira escondeu na bolsa 245 sementes e abalou-se com elas, que ressurgiram em viveiros da Universidade Federal de Pernambuco. Foi isso em 1955.
E a Malpighia punicifolia espalhou-se pelo Nordeste brasileiro. Três e até quatro vezes ao ano, curva-se ao peso de centenas, um milhar, de frutas miúdas quais pitangas, vermelhas e redondas quais cerejas. A planta cabe na sacada de um apartamento moderno, a fruta pode lotar toda uma dispensa com sucos, doces, geléias, pastas e licores. E ainda ter presença na botica doméstica atuando em casos de gripe, afecções pulmonares, doenças do fígado, nasais, gengivais...
A CULTURA DA ACEROLA
INTRODUÇÃO
O consumo em expansão dessa fruta deve-se, basicamente, a seu elevado teor de ácido ascórbico (Vitamina C) que, em algumas variedades, alcança até 5.000 miligramas por 100 gramas de polpa. Este índice chega a ser cem vezes superior ao da laranja ou dez vezes ao da goiaba, frutas com alto conteúdo dessa vitamina.
Na quase totalidade dos pomares, observa-se uma mescla acentuada de tipos e formas de plantas. Esse fato tem causado sérias dificuldades para os produtores de acerola, porque a desuniformidade das plantas acarreta perdas de produtividade do pomar e de qualidade dos frutos. É comum encontrar-se, no mesmo pomar, plantas com hábitos de crescimento distintos, árvores que produzem frutos em cacho e isolados, com tamanhos, formatos e colorações diferentes. É importante que os pomares sejam formados a partir de variedades bem definidas, portadoras de características agronômicas e tecnológicas, adequadas à finalidade a que se destinam.
CLIMA E SOLO
A aceroleira se desenvolve e produz satisfatoriamente em clima tropical e subtropical, sendo resistente também a temperaturas próximas a zero grau centígrados. Cresce e produz satisfatoriamente quando as chuvas variam entre 1200 e 1600mm anuais, bem distribuídos.
Não há exigências específicas quanto ao tipo de solo, sendo possível cultivá-la tanto nos solos arenosos como nos argilosos.
PROPAGAÇÃO
A aceroleira pode ser propagada por sementes, por estaquia e por enxertia. A propagação por sementes é bastante utilizada. As mudas a partir de sementes são formadas em canteiros com 15cm de altura, 1,20m de largura e comprimento variável.
Na propagação da acerola por meio de estacas, utilizam-se as pontas dos ramos vigorosos de plantas jovens. As mudas, propagadas por estaquia por enxertia, devem ser adquiridas de entidades ou produtores credenciados e idôneos.
PREPARO DO SOLO
Compreende operações de roçagem, destoca, aração, gradagem e preparo da rede de drenagem, se necessário. O terreno deve ser arado e gradeado para que possa oferecer as condições mínimas necessárias ao desenvolvimento inicial da planta. A aração é feita com máquinas ou, no caso das áreas de pequenos fruticultores, com tração animal.
PLANTIO
Procede-se o plantio quando a muda atinge a altura de 30 a 40cm. Cada planta é amarrada a um tutor para orientar seu crescimento. A amarração não deve ser feita com barbante ou cordão e sim com uma fita que tenha uma área de contato larga, para evitar o estrangulamento da planta. Logo após o plantio, caso não chova, recomenda-se regas leves e freqüentes, de acordo com o tipo de solo e o sistema de irrigação.
CUSTOS DE PRODUÇÃO E ANÁLISE DE RENTABILIDADE
Espaçamento 4,00m x 4,00m (625 plantas/ha)(VEJA NA POSTAGEM ANTERIOR)
PRODUÇÃO NACIONAL
Fonte: IBGE/PAM, 2000. Consultado em 28/09/2000
PODAS
Após o pegamento da muda, são necessárias podas de formação para conduzir a planta em haste única até a altura de 30 a 40cm do solo. Daí em diante, deve-se orientar a brotação de três a quatro ramos bem localizados e distribuídos, que formarão a estrutura básica da copa.
IRRIGAÇÃO
A cultura da acerola adapta-se aos sistemas de irrigação por aspersão convencional do tipo sobrecopa, pivô central, por sulcos com declive ou sulcos curtos, fechados e nivelados, por gotejamento e por tubos perfurados (xique-xique). De modo geral, os sistemas de irrigação por sulcos e por gotejamento são indicados para os solos argilo-arenosos; já os de aspersão convencional e pivô central prestam-se melhor aos solos arenosos e areno-argilosos.
CONSORCIAÇÃO
É viável o plantio de culturas intercalares em pomares de aceroleira, embora essa prática esteja sujeita a algumas restrições. A principal delas diz respeito ao método de irrigação utilizado: a consorciação é mais utilizada quando se adota a irrigação por aspersão ou se for feita durante o período chuvoso. Entre as culturas consorciáveis, incluem-se o feijão, o milho, o tomate industrial, a melancia e o melão.
ADUBAÇÃO E CALAGEM
O cultivo requer manejo correto, quanto à adubação e nutrição, principalmente nos pomares para exportação. A adubação é a prática mais importante, em termos percentuais, para o aumento da produtividade. Para que o produtor de acerola possa manejar racionalmente os fertilizantes, terá necessariamente que adotar algumas técnicas básicas e essenciais: análise de solo, análise foliar, observação dos sintomas de deficiência de nutrientes, conhecimento dos fatores que afetam a disponibilidade de nutrientes.
CONTROLE DE PRAGAS
Apesar da rusticidade da acerola, a incidência de algumas pragas de maior ou menor interesse econômico tem sido observada com freqüência nas áreas irrigadas do submédio São Francisco, destacando-se, na estação seca, a dos pulgões.
Pulgões - podem causar sérios prejuízos à planta. Ao sugarem a parte final dos ramos, provocam seu murchamento e morte, o que força a planta a gerar brotos laterais.
Controle - pulverizações de óleo mineral emulsionável, na concentração de 1 a 1,5% em água. Os pomares irrigados por aspersão sobre a copa têm apresentado, em geral, menor índice de infestação.
Bicudo - Faz sua oviposição no ovário das flores e nos frutos em desenvolvimento dos quais se alimenta nas primeiras etapas de seu crescimento. Em geral os frutos atacados pelo bicudo ficam deformados.
Controle - Pulverizar com paration na época do florescimento, repetindo-se a pulverização após dez dias; observadas as recomendações do fabricante; recolher e enterrar todos os frutos caídos no chão e eliminar as outras espécies do gênero Malpighia existentes nas proximidades do pomar.
Nematóides - É a de maior importância econômica. A aceroleira é muito sensível ao ataque de nematóides, principalmente os do gênero Meloidogyne. As plantas atacadas enfraquecem e apresentam menor desenvolvimento, tanto da parte aérea como das raízes, que encurtam e engrossam.
Controle - Obter mudas sadias, produzidas em solos não infestados com fitonematóides, e utilizar leguminosas como Crotalaria spectabilis e Crotalaria paulinea para posterior incorporação ao solo.
Poderá ocorrer também o ataque de cochonilhas e cigarrinhas ainda não identificadas, porém de controle simples. Em geral esses insetos são controlados, sem maiores custos, ao se proceder às pulverizações para o combate das pragas de importância econômica.
Em certas épocas do ano, a mosca-das-frutas, Ceratitis capitata, causa prejuízos aos frutos da acerola. Recomenda-se a utilização de paration ou óleo mineral para o controle das cochonilhas e de enxofre para o controle dos ácaros, além de produtos à base de fenthion, como isca ou em pulverização, contra a mosca-das-frutas.
CONTROLE DE DOENÇAS
Cercosporiose - Esta doença caracteriza-se pela presença de tecido morto como pontuações medindo de 1 a 5mm de diâmetro, arredondadas e, às vezes, irregulares, nas duas faces das folhas, que amarelecem e caem. Os produtos químicos a base de cobre controlam a doença.
Há duas doenças, entretanto, que poderão eventualmente atacar os pomares de aceroleira.: verrugose e antracnose, cujas plantações de aceroleira estavam consorciadas com mamoeiros e maracujazeiros. Em virtude desse registro, deve-se evitar consorciação.
PRODUTIVIDADE
No que se refere ao rendimento alcançado por planta e por hectare, há grandes diferenças entre as áreas cultivadas, dependendo principalmente da variedade ou clone explorado, dos tratos culturais adotados e do manejo da irrigação, entre outros fatores.
COLHEITA
A colheita dos frutos da aceroleira destinados ao consumo in natura ou ao processamento do suco para fins de exportação deve ser feita de maneira bastante criteriosa. Os colhedores devem ser adequadamente treinados para o trabalho de colheita. As acerolas destinadas a mercados consumidores distantes devem ser colhidas "de vez". Durante o processo de colheita, seleção e embalagem, é preciso evitar que os frutos sofram pancadas ou ferimentos, o que acelera sua deteriorização.
Os frutos, principalmente os maduros, devem ser acondicionados nas caixas de colheita em poucas camadas, pois o peso das camadas superiores pode provocar o rompimento da casca dos frutos das camadas de baixo.
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